Capítulo 57 - Confidências

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- Eduardo? - Rafi me encara pasmo enquanto seu rosto se contorce e eu coro, desconfortável. - Pensei que tivesse dito que não tinha nada com ele.

- Sim. Desculpe, eu não gostava muito de falar sobre ele. - Peço, envergonhada, por ter lhe omitido isso. Nunca foi minha intenção mentir, mas sei que ele não foi o único a esconder coisas entre nós. - Não tínhamos um namoro exatamente. Eu nem sei porque cedi tantas... coisas a ele.

Não consigo reprimir o tremor que sobe por minha espinha, ao relembrar seus pedidos.

- Ele não parece ter lhe feito muito bem.

- Sim... - Confesso e quando percebo é tarde demais. Seus olhos se estreitam e temo por Eduardo.

- Eu... eu não quis dizer... - Tento negar com minha voz incerta, porém, ele me interrompe.

- Tudo bem, Anália. Eu disse que a escolha era sua. Você me pediu para deixar ele em paz. Já entendi que isso não é problema meu. - Fala ríspido, e eu volto a respirar com menos dificuldade.

- Bem, ele era legal... Pelo menos quando nos conhecemos. Embora tenha durado três meses para termos nosso encontro e... ele nunca me beijou.

- Como não? Vocês pareciam ter muito mais intimidade do que isso naquela...hum... foto.

Concordo enquanto puxo o ar pela boca, criando coragem para continuar.

- Nosso contato iniciou por mensagens. Ele era gentil e me pedia fotos comuns, até que... ele me pediu uma foto íntima. Eu resisti no começo, mas meu amor por ele foi posto em dúvida. Ele dizia que era apaixonado por mim e estava sendo paciente, pois, tinha apenas minhas fotos para se satisfazer e era assim que eu o retribuía? Então... eu cedi. - Escondo-me atrás das mãos, sentindo meu rosto queimar.

- E você o ama?

- Não, mas eu achava que sim. E eu pensei que atendendo seu pedido uma vez, ele ficaria satisfeito, mas eles continuaram e ficavam cada vez mais difíceis e meu medo de perdê-lo me levava ao que ele queria.

- Merda! Isso é tão baixo! E Com tudo isso, ele nunca tentou te beijar, nem tocar em você?

- Não. Quer dizer, um fim de semana ele me chamou pra sua casa e eu pensei que finalmente teríamos nossa primeira vez...

- E tiveram?

Nego com a cabeça, relembrando aquele fatídico dia.

- Por opção minha. - Confesso encarando minhas mãos, para desviar de seu olhar perturbado. - Ele tinha fetiches estranhos. Inicialmente, ele foi delicado. Eu estava muito nervosa e ele até tentou me servir algumas bebidas para que eu me acalmasse, mas nada passava pela minha garganta. Ele também havia me dado dois presentes de aniversário, um iPhone e um urso de pelúcia. O celular... Bem, você já deve imaginar para que, e o urso... Descobri quando fui a casa dele. Ele me pediu que o levasse e quando cheguei lá, fui levada para seu quarto, mas, nada foi como imaginei... Ele não se aproximou de mim. Só colocou a pelúcia branca sobre a cama e me pediu para vestir uma fantasia semelhante a ela. Tudo isso com uma câmera posicionada para mim... gravando tudo. Quando terminei, havia uma... "cauda" em forma de... plug anal, me esperando. - Preciso fazer uma pausa e enxugo uma gota de suor que escorre por minha testa que queima com o constrangimento. Sem conseguir entender, sinto que Eduardo desperta um horrível sentimento de auto desprezo sobre mim, como meu avô conseguia, mesmo sem ter feito sexo com ele. - Ele fazia questão, mas eu não conseguia acreditar naquilo... me senti ridícula e humilhada... Eu nunca sequer tinha visto aquilo na minha vida! Eu fiquei completamente assustada eu... Eu nunca fiquei com um homem e não tenho a mínima noção do porque ele queria isso de mim, mas eu não conseguia... Eu não consegui e então ele perdeu a paciência comigo... e tentou inserir aquilo em mim... Não sei de onde eu tirei forças, mas o empurrei e corri para o banheiro.

Desejo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora