Capítulo 10 - Escolhas

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Suas pupilas estão dilatadas dentro das grandes íris verdes, tão vibrantes que me remetem a uma floresta, densa e profunda, cheia de mistérios, na qual eu quero me perder. Não me canso deste olhar, tão sereno na superfície, porém ardente por dentro, que me queima e me faz contorcer com a excitação que me percorre.

— Ane... — Sua voz grave e comedida me chama, ao mesmo tempo que ele me vislumbra parecendo absorver meu corpo, como sempre faz. No entanto, agora não há uma tela entre nós, ele está aqui em minha cama, deslizando seu corpo sobre mim, aproximando o rosto ao meu.

— Rafi... — Sussurro quase em um gemido, o que faz seus olhos flamejarem cheios de desejo que amo e que não me assusta, pelo contrário, faz-me o ver sob meu domínio.

Ele ergue-se rapidamente arrancando o suéter preto sobre a cabeça, revelando seu tronco forte e definido, e abaixa sobre mim novamente, traçando com sua boca quente todo o caminho que seus olhos percorrem quando me veem. Solto a cabeça para trás e gemo em resposta ao senti-la em meu pescoço, descendo lentamente por meu colo, como uma doce tortura. Agarro-me em seus ombros e afasto minhas pernas para encaixa-lo entre elas, fazendo-o soltar um rugido abafado entre meus seios, quando seu sexo entra em contato com o meu, ainda que sob nossas roupas. Estou em êxtase e todo meu corpo ferve com o contato de sua pele quente e sua mão que sobe por minha barriga levantando minha blusa, indo em direção a onde antes sua boca estava, fazendo círculos em volta de meu mamilo com o polegar e em seguida, o belisca.

— Ah! — Grito com este ato, enquanto sua voz inebriante ordena com um sussurro em meu ouvido, apertando ainda mais:

— Grite para mim, Ane... — arrancando de mim mais gritos e gemidos.

Arqueio meu corpo, dominada por todas estas sensações, quando sinto a fricção de seu pênis rígido entre minhas pernas, preso dentro da calça. Passo minhas mãos por seu peito musculoso, descendo por seu abdômen e abro o botão do seu jeans para libertá-lo. Quero vê-lo, pegá-lo e senti-lo dentro de mim, mas antes que eu conclua, Rafi toma minhas mãos erguendo-as acima da minha cabeça, prendendo-as com uma mão, enquanto a outra alisa meu pescoço. Seus olhos estão possuídos de uma luxúria feroz, que o domina ao passo que aumenta o atrito entre nossos sexos, fazendo meu clitóris latejar quase dolorosamente, ao mesmo tempo que seus dedos se fecham em volta de minha garganta.

— Rafi! — Grito assustada, porém ele me olha cobiçosamente, agravando ainda mais seu aperto com um sorriso nos lábios. Desfruto mesmo que atordoada do momento, contraindo-me involuntariamente em direção a sua pelve à medida que o calor entre minhas pernas cresce, mas seus dedos continuam ali. — Rafi? — Chamo-o confusa e sem ar, mas ele não responde, apenas intensifica as investidas da fricção entre nossos sexos, aumentando o sorriso. Mexo-me embaixo dele tentando me desvincular, mas cada tentativa minha vã, é como um alimento para seu desejo. — Rafi... — suplico com a voz quase inaudível devido ao meu sufocamento enquanto todos meus sentidos estão preenchidos apenas por sua mão em mim, e seu corpo contra o meu.

Levanto-me subitamente com as mãos em meu pescoço, ainda atordoada com o sonho que acabei de ter. Meu corpo está febril e lá em baixo, minha intimidade parece em chamas.

Mas, que merda foi essa?

A abstinência a Rafi só pode estar me levando a loucura. Ele tem sido meu suporte há uma semana, desde o ocorrido com meu avô, mesmo sem conhecer meus motivos. Porém, a constância de nossos contatos não tem sido a mesma, e todo meu ser reage e protesta contra isso, ainda que silenciosamente, recusando seu afastamento tão vital para mim; sinto-me como um dependente químico privado por um longo período de sua droga.

Prossigo com sua imagem preenchendo minha cabeça durante todo o dia. Mesmo com meus esforços em concentrar-me nas aulas e em meu trabalho, a dúvida sobre o porquê e o significado deste sonho tão incomum para mim, não abandona meus pensamentos.

Desejo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora