Capítulo 72 - Profanação

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Estou em choque, mas o obedeço engatinhando após ele pelo corredor, enquanto me arrasta como um cachorro, sem nenhuma hesitação.

Chegamos até o quarto e por algum motivo meu corpo treme. Tiro meus olhos do chão, observando surpresa a luz baixa e oscilantes pelas sombras das taças sobre a mesa de cabeceira, que acomodam velas rubras e parecem exalar um aroma de frutas vermelhas. Não esperava por isso.

Ao menos algo romântico. Suspiro.

Meus olhos se voltam ao piso quando Rafi sai do meu lado e se põe a minha frente, limitando meu campo de visão.

- Olhe para mim, Anália. - Pede e atendo erguendo meu rosto para o seu que parece mais sombrio desse ângulo. - Tire minha calça.

É uma tarefa fácil, no entanto, sinto meu coração prestes a saltar pela garganta e abro a boca para tomar coragem e também conseguir respirar.

Meus dedos iniciam a aventura por seu cinto de couro, desfrutando do calor de sua pele quando roço o V definido no final do seu abdômen. O retiro colocando de lado e sigo desabotoando sua calça social, puxando-a para baixo até sua cueca boxer preta estar a mostra.

Desço a calça pelas pernas definidas de Rafi, que faz um movimento rápido com os pés para retirar os sapatos, facilitando que eu a remova totalmente em seguida.

Ouço seu suspiro quando a ereção antes já visível, se torna muito mais evidente. Já ter o visto nu anteriormente, não muda o impacto que sinto agora, além de parecer maior do que eu lembrava.

Também não diminui o calor que arde em meu rosto quando o fito com dificuldade, mas Rafi sorri totalmente a vontade com isso.

Entretanto, isso não é tudo que um notebook não foi capaz de transmitir. A tela tépida e rígida não transmite o calor, cheiro e força que emana dele. Ontem a noite, era tão belo e frágil em meus braços, mas agora retorna a sua imponência que faz meu corpo tremer.

Não consigo falar, muito menos desviar de seu corpo quente e convidativo, dos músculos que desenham seu abdômen sob os pelos escuros e finos, de seus ombros largos e das coxas e braços igualmente definidos. Ele é forte, mas sem exageros. Como uma escultura, pensada e esculpida para a perdição.

- Você é mais lindo do que eu lembrava. - murmuro com a voz estremecida. Meu desejo por ele é grande demais, inexplicável. Em meu estômago, as borboletas estão tão enlouquecidas que me deixam comovida, quase emocionada.

Fecho os olhos sentindo seus dedos afagarem minha nuca, subindo por minha bochecha até roçarem em minha boca que ainda se encontra aberta.

- Seus lábios... Já deram prazer a um homem antes?

- Não. - sussurro envergonhada, mas ele balança a cabeça com compreensão.

- Não vou lhe impor isso agora. - Tranquiliza-me e abaixando ao meu lado, me levanta em seus braços como se eu fosse uma pena.

Quase derreto enquanto sou carregada, sem acreditar nesse momento, estou flutuando para um sonho. Arrisco meus dedos em seu queixo, para trazer seu rosto para mim, mas me assusto com olhar amargo que recebo.

Espero por sua repreensão, no entanto, ele relaxa e me põe sentada sobre a cama. Apoio-me com as mãos atrás do meu corpo, enquanto tenho minhas pernas encolhidas de forma desconfortável. Com essas correntes, é a maneira mais acessível que encontro. Enquanto isso, o moreno parado a minha frente me observa e fitando no fundo dos meus olhos, suspira. Um suspiro tão pesado que mais parece penoso.

- O que está olhando? - Questiono e seu maxilar se contrai.

- Vire-se.

Antes que eu tente algum movimento, Rafi vem sobre mim e me gira em cima da cama para que fique novamente "de quatro" sobre ela.

Desejo PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora