Samurai narrando- Meu nome é Pablo, vulgo Samurai, não tenho nada a ver com japonês, chinês, nem nada oriental, não sei porquê me deram esse vulgo más me chamam assim desde moleque , sou lider do morro do Turano, na zona norte do Rio de janeiro, tenho 23 anos, entrei para o crime porquê não tive "oportunidade", o desande já começa por ai , a oportunidade todo mundo tem, na favela é raridade, para a criança negra e favelada ela é uma em um milhão, não é por falta dela que a maioria entrar no crime, oportunidade quando não vem a gente corre atrás , tem vários menor ai fazendo o corre pelo certo tá ligado, vende bala no sinal, estuda, trabalha, ajuda a família, más o caminho más fácil tá no topo do morro, é a função que se aprende desde o berço , na favela o pivete tem o traficante como o herói a referência de quem ele quer ser, e desde cedo é o que alguns fazem , traçam desde pequenos o caminho para o crime, a maioria não passa da metade do caminho.
A favela não é esse conto romântico que vocês assiste ai na Netflix más também não é o monstro que a TV mostra, a polícia sobe o morro para pegar sua parte a propina de cada dia, as vezes foge do combinado e uma das partes sai perdendo, a parte mais fraca é claro, traficante rico? Já viu traficante de favela rico? Não tem porquê vivemos no fio da navalha, a morte sopra no ouvido constantemente, então gastamos vinte mil em uma noite de baile, mulher, bebida, carro, moto, conforto da casa , não tenho nada no meu nome, quem ganha dinheiro no tráfico é a máquina invisível por trás do morro, as custas da tal oportunidade.
Minha vida profissional já passei mais ou menos como é, a pessoal eu também tenho não cai nessa terra como meteoro, tenho mãe, pai e uma irmã mais nova de 19 anos Rafaela, moram aqui no morro também, apesar de não concordarem com o que eu faço, família é família, eu não tenho história triste para contar para ser o motivo de eu ter me tornado quem sou, eu sou o moleque que queria um Mizuno de mil conto , que o dinheiro das balas no sinal não dava para comprar, em um dia no movimento fiz o dinheiro do Mizuno e daí para frente só cresci o olho.
Mulher ?? Tenho a que eu quero, ao contrário de muito chefe de favela eu não obrigo mulher nenhuma a ser minha, assim também não me obrigo a ter compromisso com nenhuma, não fico com a mesma dona duas vezes para não correr o risco de me apegar, se só tiver as mesmas figurinhas eu prefiro ficar na mão, mulher é emocionada demais, e ser mulher de traficante virou profissão, más eu tô com a firma fechada e vou morrer assim.
Tenho meus aliados, que tão ai comigo desde o começo do fim, Neném o sub, Lk o gerente , e marola o brabo meu soldado , aqui nós é fechado e colado no 10/10 . Mais uma coisa sobre a favela é o crime más não é bagunça, a ordem aqui é andar pelo certo para não cair no tribunal, ai parceiro é mal.
São 6:00 da manhã e a troca do plantão acontece agora, chamo na rádio comunitária para dar aquele salve para os morador daquele jeitão.
Samurai- Bom dia favela !Samurai na voz , para quem ta indo para o corre, um bom dia de trampo, um salve para molecada que tá no caminho da escola, esse é o certo, bom dia comunidade, que Deus abençoe mais um dia ai cheio de coisa boa! Ai seu chico tô descendo daquele jeito na sede do cafezinho, quem tiver passando pela padoka do seu chico já toma o café por minha conta. Bora bora que o plantão já raiou rapaziada.
Deixei a rádio seguir a programação normal, subi na moto e desci até a padoka.
Chico- Bom dia grande Samurai, seu café acabou de sair quentinho e forte do jeito que você gosta.
Samurai- Bom dia seu Chico, valeu!
Sentei no balcão trocando ideia com as meninas que atendem, a padaria lotada de morador para comer e eu pagar com o dinheiro da boca, não é porque eu sou caridoso e nem bonzinho, más o dinheiro da boca vem da favela, vem do filho viciado de alguém, vem da filha usuária de alguém, não é rico que sustenta o tráfico é a favela.
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Turano
RomanceEle é Samurai dono do morro do Turano, amado pela comunidade, odiado pela irmã Rafaela , ele finge não se importar , más fica bolado. Ela é Aymê uma moradora do Turano , ela carrega na alma a dor de ter visto o pai morrer por engano nas mãos dos tra...