Aymê narrando- esse com certeza, foi o Não mais difícil da minha vida, e o mais certo de todos, se eu tivesse dito esse não desde o começo as coisas não doeriam tanto, como doem agora.
Vou focar em quem realmente importa, "eu" , agarrar todas a oportunidades que chegar pra mim, reacender em mim a ganância de sair da favela, de ter o melhor que esse mundo pode oferecer, parece hipocrisia pensar assim ,quando o que eu sinto é que o melhor do mundo tá em uma pessoa e não nas coisas.
Vai ser melhor o Daniel ficar longe do morro, isso também não vai fazer diferença, em pouco tempo eu também não vou estar aqui.
Termino de arrumar minhas coisas para a viajem, minha mãe entra no quarto.
Cláudia- você tava com o professor ontem a noite?
Aymê- não mãe, eu passei a noite com o samurai.
Cláudia- você não entende o perigo que corre Aymê?você já se esqueceu de tudo o que passou?
Aymê- sinceramente não entendo o perigo, más não precisa ficar assim revoltada, nós não voltamos, foi só uma recaída e não vai acontecer de novo.
Cláudia- melhor assim, você tem um futuro brilhante, e precisa tá viva pra isso.
Aymê- eu sei, é isso que me faz viver.
A Isa me leva para o aeroporto, encontro o professor que já está me esperando, como sempre, com um sorriso largo, ele é tão lindo, tão gentil, cuidadoso, e mesmo sem ganhar nada em troca, continua aqui segurando a minha mão, sem fazer perguntas, sem me julgar, sem insistir, até usei ele pra fazer ciúmes para o samurai e foi como se eu não tivesse feito nada.
Isa- Amiga, vai com Deus, arrasa, brilha meu amor e me liga, me manda mensagem, eu te amo tá!
Abracei ela!
Aymê- eu te amo! Pode deixar que vou falar com você todos os dias.
Ela vai embora e eu fico com o Daniel.
Daniel- pronta para brilhar em terras estrangeiras?
Aymê- na verdade eu tô com medo.
Daniel-você brilha naturalmente, não precisa se esforçar pra isso.
Aymê- eu gosto de desfilar, mas amo mesmo criar, eu amo desenhar é como se eu pudesse sentir no corpo cada traço que eu desenho, como se cada criação fosse um órgão meu, parece besteira né?
Daniel- não é besteira isso é paixão pelo que faz, é amar o dom que Deus te deu, você trouxe seus desenhos? Vamos mostrar eles para a minha mãe.
Aymê- eu trouxe, mas tô com vergonha de mostrar.
Daniel- relaxa! Vai dar tudo certo.
Entramos no avião, a viajem foi cansativa, treze horas de voo, chegamos em Milão onde vai ser realizado o desfile, estou encantada com o lugar, é diferente de tudo que já vi antes, fico parada olhando em volta parecendo uma criança em um parque de diversão.
Daniel- gostou?
Aymê- é fascinante!
Fomos para o hotel que parece um Palácio ,um sonho de contos de fadas, tudo tão perfeito e detalhado que dá medo de tocar e estragar.
Daniel- o Fael e a Isis vem nos encontrar no restaurante do hotel.
Aymê- e a minha mão, o que vou fazer?
Daniel- o Fael sabe, então sem problemas, não se preocupa com isso.
Estou me acostumando a fazer a maior parte das coisas com a mão esquerda, não tá fácil, comer, maquiar, e desenhar tem sido um desafio grande, más a minha vida sempre foi de luta e não posso me dar o trabalho de desistir no meio do caminho.
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Turano
RomanceEle é Samurai dono do morro do Turano, amado pela comunidade, odiado pela irmã Rafaela , ele finge não se importar , más fica bolado. Ela é Aymê uma moradora do Turano , ela carrega na alma a dor de ter visto o pai morrer por engano nas mãos dos tra...