Quem ama cuida

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Jeff narrando- eu não queria tá metido nisso, sou novo pra ser pai, a Naty me falou que tomava remédio eu confiei, tô com ela já tem alguns meses, essas paradas a mulher que tem que controlar, más fazer o que? já tá feito, não tem como voltar atrás.

Depois que meu pai morreu, as coisas lá em casa que já não era boa, ficou pior, não quero que meu filho tenha a vida que eu e a Aymê temos, o pai da Naty  toda hora joga uma piadinha pra mim, tá foda já, sou novo pô, más sou homem e ter ficar escutando esculacho tá foda, já tentei entrar no crime uma vez e levei ré , quase morri, más agora não tenho saída, a Naty tá com uns exames ai pra fazer e eu tenho que me virar, minha mãe vai ficar bolada, a Aymê já falou um monte, más não pode falar né? já que agora ela é a fiel do dono do morro, vive dizendo que vai dar um jeito, que jeito? não tá dando jeito nem na vida dela.

Subi na boca pra levar um papo com o Samurai, os cara me deixou passar fácil, cunhado do chefe de certa forma tem uma moralzinha na quebrada, cheguei na sala dele.

Samurai- e ai de menor, rolou alguma parada com a Aymê?

 Jeff- não, eu que vim levar um papo sério ai com tú.

Samurai- senta ai pô, dá teu papo.

Jeff- eu vou ser pai , não sei se tú sabe.

Samurai- tô ligado, novão né pra ser pai,más é isso ai.

Jeff- tu tá ligado que lá em casa a parada é dificil, minha mãe dá um duro danado, a Aymê tenta dar um jeito más é foda, eu não posso dar a mesma vida pra minha mulher e pro meu pivete.

Samurai- tá precisando de grana moleque?

Jeff- não pô, quero dinheiro teu não, quero entrar pra boca.

Samurai- ai é foda mano, tú já vacilou ai uma vez.

Jeff- agora é diferente irmão, antes era pra ter um pisante, uma peta da hora, más agora é pra ter dignidade pô.

Samurai- caralho moleque, eu posso  ver um lado, com algum desses caras de comercio ai do morro pra arrumar um trampo de boa pra tu.

Jeff- porra mano trabalhar dia e noite igual a minha mãe, pra não conseguir nem comer direito, também não dá mano, quero entrar pra boca.

Samurai- porra véi ai tu me arranja problema com a tua irmã véi.

Jeff- mano o assunto é comigo pô, hoje mesmo o coroa lá pai da mãe do meu filho , me chamou de neguim atoa, de encostado mano, eu posso até ser essas coisas ai que ele falou, más sou homem véi , tenho que fazer meu corre, pra dar o que comer pro meu pivete.

Samurai- véi faz o seguinte, vou deixar nas mãos do LK pode crê? tú vem ai mais tarde e canta essa letra com ele, se ele der aval moleque ai vai ser com ele .

Jeff- porra o LK queria era me matar daquela vez, ele não vai abrir vaga pra mim não.

Samurai- ai vai ser tú e ele, não vou me envolver nessa treta não, más se tiver precisando de grana moleque eu te adianto pode crê.

Jeff- tô de boa.

Vou ficar aceitando esmola não e quando a esmola acabar eu faço o que? peço de novo? e viro o esculacho da quebrada? vai ser o jeito peitar o LK, que porra de bandido é o samurai que baixa a guarda pra Aymê, é foda viu.

Samurai narrando- é foda né mano uma parada dessa, eu gosto desse moleque, eu me vejo nele, más sei que a Aymê ia ficar bolada se eu deixo esse moleque entrar pro crime, e se rolar alguma parada com ele, de rodar ou de levar tiro, vai cair nas minhas costas, deixa ai o LK decidir se coloca ele pra entrar ou não, más boto fé que não, se dependesse do LK ele nem tava vivo. 

TuranoOnde histórias criam vida. Descubra agora