Luto

541 51 15
                                    

Samurai narrando- caralho a ficha ainda não caiu, meu coroa mano, o cara que fez eu ser o homem que eu sou, minha coroa deve tá mal pra porra, é foda! Chegamos no morro, já fui direto na casa da minha mãe com a Aymê.

A casa lotada de gente, sinto um arrepio na pele, uma dor no peito, um nó na garganta cabuloso, minha coroa tá sentada no sofá, com o rosto vermelho, os olhos inchados, as pessoas abraçam e consolam ela, a Rafaela no outro sofá do lado do neném, a casa tá sombria, até o tempo lá fora tá fechado.

Minha mãe levantou do sofá, eu abracei ela.

Dulce hô meu filho, como vou viver sem o seu pai?

Beijei o rosto dela, enxuguei as lágrimas dela. Tinha falado para Aymê que ia trazer ela pra apresentar para a minha mãe, como minha dona, más não deu tempo do meu coroa ver o filho dele sendo um homem de responsa, de uma mulher só.

Não sei o que dizer pra minha mãe, não consigo nem pensar direito, olhar em volta e ver essa pá de gente e não ver meu pai é cabuloso.

Aymê- sinto muito dona Dulce , que Deus conforte o seu coração.

Ela abraçou a Aymê.

Dulce-obrigada minha filha, ele tava tão empolgado com o namoro de vocês,  vivia falando - quero ver quando o Pablo vai trazer a menina Aymê aqui, como a namorada dele, essa menina sim é boa pra ele.

Aymê- fico feliz que ele tenha pensado assim, acho também que a senhora tá cansada e deve descansar um pouco o que acha?

Dulce - eu não consigo.

Ela ficou segurando a mão da Aymê.

Aymê- amor acho melhor ela deitar um pouco, descansar.

Mandei todo mundo vazar, ficou só a Rafaela que nem sequer me olhou,  não trocou ideia com a Aymê e nem soltou o neném. 

A Aymê levou minha mãe para o quarto, pra tentar fazer ela descansar e a Rafa entrou no quarto dela com o neném.  Sentei no sofá da sala, olhando a estante,  que ainda guarda a minha coleção de carrinhos de quando eu era pivete, meu pai sabia que eu era amarradão neles e sempre que podia comprava.

A Aymê saiu do quarto

Aymê- ela dormiu, tava muito cansada.

Ela sentou do meu lado no sofá, olhou para os carrinhos.

Aymê- são seus?

Samurai- é de quando eu era pivete, eu assistia as corridas de fórmula 1, aqui com o meu pai, ele me acordava de madrugada e eu acordava felizão, ele comprou um volante pra mim e foi o melhor presente da minha vida, não realizei o nosso sonho de ser piloto de fórmula 1 ,fui do contra ,dei pra ele o desgosto de ter um filho bandido.

Senti o nó na garganta apertar ainda mais. A aymê me abraçou.

Aymê- ele deve ter tido orgulho do filho que você é, que cuida da sua família, do homem que essa comunidade admira e respeita, do seu coração lindo.

Samurai- quer ir pra casa?

Aymê- quero ficar com você.

Samurai- você deve tá cansada amor, eu vou ficar por aqui.

Ela beijou meu rosto.

Aymê- eu vou ficar!

Levei ela para o quarto que era meu ,quando eu morava aqui, ainda tá tudo como eu deixei. A Aymê sentou na cama e eu deitei no colo dela, ela ficou fazendo carinho na minha cabeça. 

TuranoOnde histórias criam vida. Descubra agora