Entre dois amores

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Aymê narrando- o dia tá bonito, sempre fica mais lindo quando acordo do lado do samurai, ele ficou insistindo pra eu ficar com ele, como sempre ele pede para eu ficar, más eu não posso faltar aula, quando eu sair da faculdade vou ficar grudadinha nele, más não posso atender o pedido dele e faltar hoje, ele tá um pouco estranho, deve ser por causa do pai dele.

Entro na faculdade, olho em volta no pátio, não vejo a Isa, ela não deve ter chegado, ainda está cedo, resolvi ir direto no banheiro, entro no Box, ouvi um barulho estranho a porta principal do banheiro bateu com força, passos pesados se aproximam, deve ser o pessoal da limpeza, terminei de fazer xixi, sequei e subi a calça, senti uma sensação  de está sendo vigiada, abri a porta um cara apontou uma arma pra mim quase encostando, no meu rosto, na boca dele um dedo em sinal de silêncio, me mandando calar a boca, ele não parece bandido, está bem vestido e arrumado parece um estudante mesmo, olhei para a porta fechada, outro homem encostado mostrando a arma na cintura.

Eu não consigo respirar, sinto como se o meu corpo estivesse se quebrando em vários pedaços , meu coração dispara e bate tão forte que chega a doer, não consigo pensar, nem me mexer.

Xxx- você vai ficar quietinha vádia, vai sair junto com a gente devagarzinho, vai entrar no carro, vai agir normal como se fosse amiguinha da gente se ligou?

Alguém bateu na porta do banheiro.

Xxx- ta interditado pra limpeza, sabe ler não porra?

Ele chegou mais perto de mim segurando a arma e apertando ela nos meus lábios.

Xxx- entendeu piranha? Você vai fazer do jeito que eu tô mandando, se não fizer vai morrer.

Não consegui me mexer. O homem na porta saiu primeiro.

Xxx- anda caralho.

Segui atrás dele e o outro atrás de mim, saímos por uma saída lateral da faculdade, por uma porta que nunca é aberta, por aqui quase não tem movimento, pensei em gritar mas não consegui, minhas pernas tremem a cada passo, passamos por alguns estudantes que não estranharam o movimento, eles pararam em frente a um carro preto parado no estacionamento, no canto na última fileira eles olharam ao redor, eu também olhei e vi o marola entrando na porta principal, rezei pra ele olhar pra cá, mas ele não olhou, se eu gritar vou morrer.

Um deles entrou e sentou no banco do motorista, o outro abriu a porta de trás onde já tem outro sentado esperando.
Fiquei parada na esperança que o marola venha até aqui

Xxx- entra vagabunda.

Ele falou baixo, quase sussurrando, más eu me assustei, entrei no carro, ele entrou em seguida, a batida da porta me assustou de novo.

Xxx- tá com medo?

Aymê- acho que vocês pegaram a pessoa errada, eu não tenho dinheiro,  moro no morro do Turano.

Foi o que passou pela minha cabeça, um sequestro errado, me confundiram com alguém. Eles riram alto.

Xxx2- tú tem mais valor que qualquer refém.

Fechei meu olhos, apertei as mãos uma contra a outra com força,elas tremem incontrolávelmente, estou com medo, apavorada, não sei o que eles vão fazer comigo, e porquê? Tenho medo de não ver mais a minha mãe, o meu irmão,  o meu sobrinho nascer, o olhar do samurai,  o medo de morrer sem conseguir realizar meu sonho.

Um deles apertou meu braço.

Xxx1- relaxa aí morena que já tá chegando.

Abri os olhos más abaixei a cabeça, uma lágrima pingou nas minhas mãos,  e várias outras vieram atrás, eles ligaram o som do carro no volume máximo, cantando e sorrindo, como se eu não estivesse aqui. O carro parou e com ele meu coração.

TuranoOnde histórias criam vida. Descubra agora