Trentanove

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—Eu tô bem — Falei pela centésima vez, jogando água no rosto

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—Eu tô bem — Falei pela centésima vez, jogando água no rosto.

Como que eu ia voltar lá pra fora agora? Eu não lembro nem como eu cheguei no banheiro, só sei que estava aqui e a Alice estava tentando me acalmar.

Eu não sabia se ria, se chorava, se jogava a água que saia na torneira na minha cara ou se bebia um pouco dela...

—Milena, sai daí — O Renato bateu na porta pela oitava vez em dois minutos.

—Renato... — Alice colocou a cabeça pra fora do banheiro — Dá um minutinho pra ela — Pediu.

—Um minutinho pra ela? Da licença — Escutei ele falar, forçando a porta e entrando. No banheiro feminino.

—Se a tia da limpeza passar você tá ferrado — Falei pra ele.

—Você sabia que ele tinha uma mulher? — Renato me encarou, o semblante sério demais me deu um pouco de medo.

—A gente não sabe se é mulher dele, pode ser ex — Alice se intrometeu, tentando amenizar a situação.

—Ex o cacete, eles se abraçaram na frente de todo mundo e ainda tem aquela criança — Renato bufou, de ódio, dava pra ver.

—Eu não sabia — Respondi, querendo sumir.

—Bom saber porque agora eu vou acabar com a raça dele — Ele começou a sair do banheiro, foi quando eu acordei e saí correndo atrás dele.

—Tá louco? Não vai fazer nada — Falei entrando em sua frente.

—Ele acha que é quem? Fica brincando com os sentimentos alheios desse jeito? Ele pode ter jogado no Manchester United, no Barcelona, no caralho a quatro, mas não tem esse direito. Principalmente com minha filha, cacete — Ele tentou passar por mim.

—Renato, pára com isso — Praticamente supliquei — Não vai se intrometer, por favor.

—Ele tava te enganando, porra — Ele passou a mão no cabelo e mexeu os lábios, sem saber qual outro xingamento usar.

—A gente podia se acalmar — Alice falou — Não vai adiantar nada discutir agora.

—Eu vou quebrar a cara dele — Renato cerrou os punhos — Eu ainda avisei, cansei de avisar e esse cafajeste foi com você na casa da sua vó! Ele não tem um pingo de decência naquela cara de cachorro morto dele.

Eu mordi o lábio, foi questão de um segundo pro Andreas aparecer no corredor. Ele estava com a garotinha no colo, mas a mulher não estava por perto.

O Renato avançou pra cima dele e eu soltei um grito, sentindo meu salto escorregar do pé enquanto eu tentava segurar meu pai.

—Seu vagabundo, eu te mato — Renato avisou, quando eu finalmente consegui me colocar entre os dois.

𝐕𝐈𝐓𝐀 • 𝐀𝐍𝐃𝐑𝐄𝐀𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora