Sei

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A segunda-feira tinha chegado

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A segunda-feira tinha chegado. 

Meu primeiro dia de trabalho no Centro de Treinamento do Flamengo e eu estava de ressaca.

Não sei porque diabos inventei de abrir vinho com a Hope na noite passada, a minha ressaca de vinho era horrorosa, ia de ânsia de vômito até dor de cabeça. E eu precisava estar inteira pra começar a consultar os jogadores. Que beleza hein, Milena?

Mas valeu a pena por ter desenvolvido uma espécie de amizade com a Hope. Meu maior problema sempre foi fazer amizade, mas o jeito meio maluco dela me conquistou na hora. Além de uma vizinha, tinha encontrado minha primeira amiga brasileira. 

Meu sonho pra hoje era poder colocar o tênis mais confortável que tinha, porque o toc toc do salto batendo no chão estava me irritando, mas queria passar uma boa impressão, então usei meu melhor salto e pesquei do guarda roupa recém arrumado o meu melhor blazer.

Estava terminando de colocar o blazer quando meu celular tocou e o nome do Renato apareceu no visor.

—Oi? — Atendi confusa.

—Tô na frente do seu condomínio, quer uma carona? — Perguntou ele sem nem me dar bom dia.

—Bom dia pro senhor também — Resmunguei tentando segurar minha pasta, minha bolsa e minha garrafa com garapa pra ver se melhora essa ressaca do cão — Como sabe onde é meu condomínio?

—Você não faz ideia do quanto os jogadores de futebol são fofoqueiros — Ele soltou uma risada — Só rola seu nome no grupo do time.

Grupo do time? Era só o que me faltava ser assunto de fofoca em grupo de macho.

—E aí, vai uma carona ou não? — Quis saber.

—Vai sim, tô saindo — Segurei o celular com a ajuda do ombro e fechei a porta de chave, depois saí correndo até o portão.

—Devagar aí — Renato riu quando me viu entrando no carro.

—Não tive tempo nem de esconder as olheiras — Abri a bolsa e peguei o corretivo — Quem foi o fofoqueiro? Espera! Foi o Gabigol não é?

—Como sabia?

—Ele mora aí também — Falei, passando maquiagem no rosto.

—Milena, queria falar com você sobre o que aconteceu no sábado — Ele me deu uma olhadela rápida — Sinto muito por ter discutido com sua mãe.

—Você meio que estava certo, né? — Olhei pra ele — Inclusive eu mesma falei isso pra ele uns dias atrás, então não precisa ficar grilado.

—Mesmo assim, fico meio chateado pela maneira que as coisas acabaram se desenrolando. Não me leve a mal, eu amava muito sua mãe, de verdade. Não esperava que ela fosse mentir pra mim dessa maneira — Me contou.

—Eu sei. Eu não quero me meter nessa discussão de vocês porque tenho a impressão que tem bem mais do que a mentira que ela te contou no meio — Comentei, ele ficou em silêncio por um tempo, como se estivesse escolhendo as palavras. Depois desistiu e dirigiu em silêncio até abrir a boca novamente. 

𝐕𝐈𝐓𝐀 • 𝐀𝐍𝐃𝐑𝐄𝐀𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora