Trentadue

9.5K 945 483
                                    


—Você queria destruir meu instrumento de trabalho? — Andreas perguntou quando conseguimos entrar na casa do Nonna

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

—Você queria destruir meu instrumento de trabalho? — Andreas perguntou quando conseguimos entrar na casa do Nonna.

—Ué, mas eu não encostei no seu... — Parei a frase no meio, me dando conta de que ia falar besteira, Andreas soltou uma risada gostosa.

—Estou falando do meu pé. O que exatamente você quis dizer? – Ele me olhou e ergueu uma sobrancelha.

—Que eu saiba você tem dois empregos — Ergui uma sobrancelha também.

—Qual o segundo? — Ele quis saber.

—Meu ficante nas horas vagas — Brinquei, com um sorriso.

—Entendi — Apertou os lábios, sem deixar transparecer em seu rosto o que realmente estava sentindo — Você está preocupada com outra parte de mim, não é? — Me olhou de lado — Ainda bem que só acertou meu pé. Entendi.

—Será que você pode... — Apontei pro meu próprio rosto — Me dar umas dicas às vezes? Tira essa cara de peixe morto, a gente já se conhece bem o bastante pra você relaxar comigo.

—Isso aqui sou eu relaxado, Vita — Ele riu, passando o braço pelo meu ombro.

—Nossa, Andreas. Você se supera — Resmunguei.

—Isso é bom — Ele levantou uma sobrancelha — Eu posso falar o que quiser. Imagina poder dizer que adoraria te levar pro banheiro mais próximo, tirar sua roupa e... — Parou e me olhou, mantendo a mesma expressão — Ninguém perceberia se eu falasse isso — Apertou os lábios mais uma vez.

—É, mas eu preciso perceber — Frisei o "eu".

—Não foi você que disse que me conhece? Deve saber quando eu tô querendo — Ergueu uma sobrancelha.

—Porque estamos tendo esse tipo de conversa no aniversário da minha avó? — Revirei os olhos.

—Foi você que começou, falando do meu "instrumento" — Fez aspas com uma das mãos.

—Foi você que falou sobre seu "instrumento"! — Bufei, irritada.

—Se meu instrumento é o meu... — Me olhou de lado, um sorrisinho ameaçando escapar de seus lábios — Significa que o seu é sua mão?

—Para de sorrir desse jeito, vão perceber — O empurrei com o ombro.

—Ué, eu não sou o "sem expressão" ou como você disse agora a pouco? Ah... "cara de peixe morto"? — Me olhou. Até podia ter cara de peixe morto, mas era lindo. Eu nem conseguia negar — Então... Não vai me responder?

—Meu instrumento é minha b... — Parei a frase e olhei pra ele, vendo suas bochechas ficarem vermelhas. Ele pensou besteira. Eu sabia — Minha boca, Andreas. Estou falando da boca — Olhei pra ele, me divertindo.

𝐕𝐈𝐓𝐀 • 𝐀𝐍𝐃𝐑𝐄𝐀𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora