Quarantadue

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Eu com certeza ia me arrepender disso, mas estava chovendo e eu teria que voltar pra casa de uber ou de ônibus e ele tinha um carro

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Eu com certeza ia me arrepender disso, mas estava chovendo e eu teria que voltar pra casa de uber ou de ônibus e ele tinha um carro. Um carrão, na verdade.

Depois daquele papo de "gosto de você, Vita" não consegui manter a máscara de malvada, então só me levantei e falei que tinha que ir, afinal meu expediente tinha acabado e o papo que estávamos tendo no meu consultório estava sendo tudo, menos profissional. 

Só que... Ele veio atrás de mim o corredor inteiro. Ficou me perturbando até que eu cedi e aceitei a carona.

Ele deu partida no carro e ligou o rádio, deixando a voz do Péricles invadir o espaço em volume ambiente. Logo Péricles, o desgraçado queria me fazer sofrer mesmo.

—E sua filha? — Perguntei, tentando quebrar o gelo.

—Hum... Ela vai ficar aqui até semana que vem, vamos ter uma audiência na sexta — Me contou, limpando a garganta.

—Ela está ficando na sua casa? — Continuei perguntando, queria saber até onde esse novo "Andreas falante" iria.

—Não, elas estão na casa dos meus pais — Mordeu o lábio inferior.

Elas. A tal da Patrícia devia estar ficando na casa dos pais dele também. Será que os pais ainda queriam que eles voltassem? Será que ela ainda queria voltar? Ou será que era ele quem queria? Eu ia morrer de curiosidade. Acho que vou pedir pro John desvendar essa fofoca pra mim depois.

—Então você mora sozinho? — Quis saber.

Se ele morava sozinho, porque nunca tinha me levado lá então? Será que era tão reservado a esse ponto?

—Moro sozinho — Ele respondeu, parando no sinal vermelho — Mais alguma perguntinha, senhorita Esposito? — Me olhou, todo sério.

—Desculpa — Murmurei, desviando o olhar com medo de estar sendo invasiva demais. 

—Tudo bem, sei que você está curiosa. Pode me perguntar o que quiser — Ele falou, tinha uma pitada de humor em sua voz, então eu virei apenas para me certificar se tinha mesmo um sorrisinho em seu rosto.

—Quantos anos ela tem? — Perguntei sobre a Mavi — Ela é bem espertinha.

—Ela é mesmo — Sorriu, batucando os dedos no volante — Acabou de fazer 2 anos.

—Você... — Parei a frase no meio — Você e sua ex planejaram ter ela?

—Hum... Sim, nós planejamos — Ele limpou a garganta mais uma vez.

—E porque terminaram? Porque chegar ao ponto de planejar uma criança... Quer dizer, deve ser porque pensavam em ficar juntos pra sempre — Mordi o lábio, olhando pra ele.

—Bom... Se eu entro num relacionamento, quero que ele dure pra sempre — Ergueu uma sobrancelha, o sinal abriu e ele voltou a dirigir — Quando planejamos ter a Mavi, ainda estávamos bem. As coisas foram se desgastando depois — Disse, ainda batucando no volante. 

𝐕𝐈𝐓𝐀 • 𝐀𝐍𝐃𝐑𝐄𝐀𝐒 𝐏𝐄𝐑𝐄𝐈𝐑𝐀Onde histórias criam vida. Descubra agora