Capítulo 9: Destino

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Martin e Russel dirigiram-se para o escritório. Era uma sala pequena e mal arejada. Sentaram-se e Russel começou:

— Nem preciso dizer o porquê que to aqui, né? — Martin balançou a cabeça negativamente. — E também, que você viu, pois toda Los Angeles viu. Enfim, eu ainda não acredito, eu tava no banco, Martin. Vi com meus próprios olhos, cara. Foi, foi terrível. Não foi tão ruim, porque querendo ou não, ela me salvou, mas foi terrível por que tudo o que os velhos disseram aconteceu.

— Eu disse. No futuro haverá máquinas do tempo. Você não acreditou.

— Era impossível. Doidera pura. Ninguém acreditaria.

— Mas acabou que não era.

— Ok, ok. Admito que errei. Apesar de qualquer pessoa racional agiria do mesmo jeito que eu, mas... — Martin ia se defender. Russel faz um sinal de "pare" — temos que pensar em algo. Se ela existe mesmo, quer dizer que tudo o que eles disseram é verdade. Não podemos ignorar.

— Temos que impedi-la.

— De que jeito?

— De que jeito você acha? Como os velhos disseram, seguiremos o plano deles.

— Martin, é muito arriscado. Nem sabemos se essa doutora existe mesmo...

— Temos que constatar então. Vamos encontrá-la.

— Como?

— Você conhece isso aqui? — apontou. — Ela faz o impossível. Encontra pessoas do outro lado do mundo e também faz com que nos comuniquemos, praticamente viajamos até o lugar. Chama-se internet. — Russel fazia uma cara que iria esmurrar alguém. Martin riu

Os dois procuraram a doutora, encontrando seu site. Chamava-se Dra. Yvonne Adams, especialista em genética.

— Especialista em genética... o que isso vai ajudar? — perguntou Martin          

— Não sei no que vai ajudar. Disseram que no futuro ela tornaria uma das maiores estudiosas em genética do mundo. Em um dos projetos dela que Popper se meterá, atrapalhando nossas vidas também. Então é melhor conversarmos com ela.

— Tá, mas será que ela vai acreditar, ou seja, ajudar?

— Se ela não ajudar, meu caro...somos jornalistas, descobrimos um podre dela e já era. Ela vai comer na nossa mão. É assim que se consegue as coisas.

— Ok, faremos isso depois. To com fome e minha dama preparou uma comidinha deliciosa... — disse Martin, saindo da sala.

****

Fazia dez anos que os Oota abriram o restaurante. Para comemorar, decidiram fazer uma festa de reinauguração convidando todos a uma noite de muita diversão, música e alegria. Bem, era isto que estava escrito no cartaz na frente do restaurante. Ichiro e Alice foram escalados para ajudar na organização. Dois dias antes, o restaurante começou a ser decorados por eles e alguns funcionários. Tinha bexigas, flores, enfeites japoneses, fotos antigas da inauguração e também do restaurante que eles tinham no Japão. O cardápio foi escolhido especialmente por Anna, que coordenava toda a festa. O bolo foi decorado por ela e seria servido à meia noite. Estava tudo perfeito. A festa começou às 19h de um sábado. As luzes coloridas do jardim davam o toque final ao lugar, deixando-o mais aconchegante e elegante.

Alice não se continha de felicidade. Ver os Oota tão felizes... Eram a sua família agora e Anna fazia questão de deixar isso bem claro. Alice vestia um vestido tomara que caia azul escuro e com bainha até os joelhos. Calçava um Peep Toe preto e fechado. Suas longas madeixas estavam soltas. Não parecia ter apenas 17 anos.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora