Capítulo 4: Os Oota

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Como combinado, Ichiro levou Alice até o restaurante de seus pais, pois sua mãe queria conhecê-la. Os Oota tinham um restaurante de comida japonesa no coração de Los Angeles, serviam os pratos típicos do país e mantinham uma reputação invejável. Todos comiam lá e adoravam. Quando chegaram, bem na hora do almoço, Anna abriu um sorriso largo e foi logo recebê-los.

— Oh, seja bem vinda, querida! — disse Anna Oota cumprimentando Alice.

— Mãe, essa é Alice. Alice está é minha mãe, Anna. — disse Ichiro.

— Obrigada, é um prazer

— O prazer é todo meu — respondeu Anna sorridente — Venha, venha, preparei uma mesa para vocês. — disse conduzindo-os. Alice e Ichiro sentaram-se numa mesa perto da janela com vista para a rua. — Esperem que já, já eu volto. — quando Anna afastou-se, Alice disse:

— Sua mãe é um amor...

— Ah, ela é linda mesmo. Sempre muito receptiva. — disse sorrindo. — Também, quando começa a falar... — riu — Ela estava mais ansiosa do que eu para te conhecer.

— Como você soube que era eu a próxima heroína?

—Eu li no pergaminho...Como te disse, tudo foi escrito, até quem seriam os próximos heróis. Eu só precisei me mudar pra Los Angeles e te procurar na lista telefônica. — respondeu rindo.

— Você morava aonde?

— Vim do Japão, mas já faz muito tempo, me mudei há dez anos. Meus pais também queriam vir para cá, tentar a vida. Como já sabiam do meu destino e que a próxima heroína seria americana, acabaram vindo antes.

— Eles sabiam?

— Sim, o pergaminho passou de geração em geração na minha família, tudo até mesmo quem seria seu treinador estava escrito nele.

— Sinistro... — disse Alice apreensiva.

— Por quê? — perguntou Ichiro rindo

— Porque sim, tudo escrito... Nossas vidas todas...

— Não, apenas a sua. Eu sou apenas mencionado no texto. — disse Ichiro levando susto quando sua mãe juntou-se a eles.

— Então, me contem tudo o que aconteceu ontem. — disse Anna animada. — Ichiro contou tudo a mãe e está comentou.

— Bem, minha filha. Não sei se Ichiro te falou, mas esse é um destino perigoso, só aqueles que realmente querem, e tem força de vontade, conseguem derrotar o mal...

— Mãe — disse Ichiro nervoso —, não é assim também...

— Claro que é, filho. Até ela aprender todas as técnicas, desenvolver seus poderes, será uma estrada longa e tortuosa... — respondeu Anna. Ichiro levou a mão ao rosto. — Você já contou a ela sobre a imortalidade?

— Ainda não, mas contei a história, então acho que ela deduziu e...— foi interrompido por Alice.

— O quê? Imortalidade? Como assim?

— Pensei que você tinha sacado. Principalmente quando disse que tudo o que aconteceu a primeira heroína, aconteceria a todos os outros... — respondeu Ichiro. — Enfim, é...você é imortal, sofrerá danos até machucados realmente graves, mas não poderá ser morta. — completou. Alice parecia ter visto um fantasma.

— Você também?

— Não. Isso é um dom apenas para os heróis.

— Mas existe um jeito, você contou a ela sobre... — antes que pudesse completar, Anna foi interrompida por Ichiro.

— Não, não. Ainda não. Contarei quando for preciso.

— Você vai deixar acontecer pra contar? É melhor contar antes, será menos doloroso...

— Espera aí, não to entendo nada. — disse Alice confusa. — Seja o que for, quero saber agora.

— Ai, viu? Por isso não queria falar dessas coisas. Mãe, é escolha minha contar depois, por favor. — disse Ichiro irritado.

— Tudo bem, faça o que quiser. Depois não venha reclamar.

— Eu ainda quero saber!

— Acabei de dizer que na hora certa você saberá. — disse Ichiro, ainda irritado. Alice bufou.

— Tudo bem então, chega dessa atmosfera negativa. — disse Anna sorrindo. — Vamos almoçar!

Alice e Ichiro almoçaram. O garoto ainda parecia aborrecido.

— Relaxa, come aí — disse Alice, acalmando-o

— Ela às vezes é muito controladora, sabe? Até nisso ela vai querer colocar o dedo.

— Nossa, fica tranquilo, ela só quer que dê certo. Eu no lugar dela também daria minha opinião...

 — Dar a opinião é uma coisa, tentar controlar é outra. — disse Ichiro com raiva. Alice olhava-o com ternura, acariciou seu braço acalmando-o. Ichiro agradeceu num sorriso. — Terminamos aqui e vamos começar o seu treinamento. Coma bem, pois precisará de muita, muita energia.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora