Capítulo 29: A ameaça vem do céu

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Alice não sentia-se confortável em sair com aquele cara, mas a situação – curiosidade - pedia isso. Depois da dispersão do movimento, Peter a chamou para ir até sua casa, para conversar sobre o ocorrido. Relutante ela aceitou, marchando para lá. No caminho eles conversavam sobre várias coisas. Até que ele não é tão chato e idiota assim. Claro que não, o rapaz a deixava impressionada com a forma com que falava, inteligente e culta. Aquele tipo de pessoa que não nos importamos de ficar horas conversando. Ele se mostrava bem diferente dos outros encontros. Mesmo assim, Alice ainda desconfiava.

Chegaram. Agora Popper podia reparar no apartamento de Peter. Uma cobertura incrível e muito chique, digna de Beverly Hills. Seja o que for que ele faça, com certeza ganha muita grana! Estava realmente curiosa.

— Você tem um puta apê, hem. — elogiou, depois de entrarem na residência. O rapaz agradeceu e Alice não se conteve novamente. — No que você trabalha para conseguir manter isso aqui? Cacete. — O rapaz riu.

Não era exagero, Alice apenas viu a sala e ficou boquiaberta. Dois lindos sofás brancos de couro. O chão de madeira clara, um lindo e enorme lustre iluminava tudo. As duas gigantescas janelas, que iam do teto ao chão, continham cortinas de linho verdes e, atrás, a grande sacada os presenteava com a melhor vista possível de Beverly Hills.

— Herança. Meus pais faleceram e deixaram tudo isso pra mim. Sou filho único, então... Eu mantenho com investimento e ações da empresa de meu pai. Como não gosto de me envolver com negócios e tal, deixo na mão de outros. Maior baboseira. — disse, rindo.

— Caramba, você parece tão novo. Já tem tudo isso, ações e investimentos... — disse, impressionada.

— Só tenho cara, já tenho vinte e cinco.

— Vinte e cinco? Poxa, te daria no máximo dezenove.

— Nossa, que exagero — disse, rindo. — E imagino que tenha uns dezoito.

— Como sabe? — o rapaz pareceu desconcertado e respondeu:

— Intuição, mas enfim, aceita? — disse, mostrando uma garrafa de conhaque que pegara na adega.

— Não, valeu, mas se tiver tequila eu aceito. — disse, rindo. Fazia tempo que não tomava.

— Que azar, tomei o resto ontem, mas não seja por isso, podemos ir tomar em algum bar... — Alice não esperou ele completar.

— Não, nem vem. Viemos aqui porque você vai me contar o porquê daquele soldado ter me dito que eu vou cair, então — disse, sentando no perfeito sofá branco. — pode começar. O rapaz deu um sorriso finto.

— Como queira. — sentou no sofá de frente ao de Alice. — Bem, de acordo com minhas fontes, o motivo dele ter dito isso é que existe um plano arquitetado contra Miss Popper.

— O quê? Como você sabe disso?

— Eu disse que tenho ações e tal, não é? — Alice assentiu. — Pois bem, apesar de eu não gostar, eu entendo de negócios e quando anunciaram o Governo Geral, as ações foram lá em cima...

— Então por que você é contra? Isso melhoraria seus negócios.

— Sim, mas eu sou contra pelos mesmos motivos que você. Pela democracia que será esquecida se esse governo entrar em vigor. Por isso ignorei o aumento, mas outros empresários ficaram entusiasmados e decidiram apoiar, assim, mesmo com pouco tempo, várias articulações começaram a trabalhar, agora com mais apoio, para estudar o que poderia afetar todo o plano que tende a dar certo. Eu fiquei sabendo disso, pois apensar de eu ser contra, não abri a boca a fim de descobrir mais coisas e depois divulgar pra imprensa. Depois de alguns dias, ouvi pelos corredores que foi descoberto uma falha, que seria você. Miss Popper com certeza seria aliada do povo e atrapalharia o Governo Geral. Fingi estar contra você, para descobrir como fariam para concertar essa falha. Então, me disseram que estão trabalhando com o sistema de ligas. Cada liga focará responsável por uma falha. E adivinha, tem uma pra você. — Alice ficava cada vez mais impressionada com o relato. — Liga Sunchan. Liderada por um francês, Octavian Sunchan. Não sei quem são os outros, mas aposto que a conhecem bem. É isso que eu sei. Existe uma trama muito maior do que o presidente expõe. Ele diz que tudo se decidirá de forma democrática, mas ele não seria tolo de não manipular a população, de um jeito ou de outro. Tirar você do caminho, é um ótimo jeito de começar.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora