Capítulo 39: Sede

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Chamada de resistência, por aqueles que a seguiam, era formada por diversas pessoas. Políticos, médicos, operários, professores e todos aqueles que não eram a favor do governo tirano. A moradia era precária. Funcionava numa antiga estação de metrô, no distrito de Valência, abandonado pelo Governo Geral. Como este tinha sua sede em Los Angeles, a maior parte da população do local era de membros. Os apoiadores, normalmente, eram pessoas ricas que contribuíam quase diretamente para a sede. Os lugares, antes, marginalizados, foram deixados para trás. As pessoas mais humildes, tiveram que sair de Los Angeles. Distritos, como o de Valência, foram esquecidos e eram como uma cidade fantasma, mas havia muita vida embaixo.

Um grande espaço subterrâneo, antes a entrada da estação, era divido com cortinas e paredes de madeira. Havia nos dormitórios: beliches e colchões. Uma grade área de refeição, próximo a uma cozinha improvisada e os sanitários e chuveiros. A enfermaria era próxima ao grande pátio de reuniões em que havia um pequeno palco, onde o Líder da resistência discursava. Neste mesmo lugar, existia uma sala improvisada com madeira, que servia de armazenamento do arsenal.

Naquela pequena comunidade, tudo era fracionado. A comida era pouca, a água e produtos de higiene. Para conseguir tais itens, membros e apoiadores, infiltrados, ajudavam. Todos os moradores, tirando as crianças com menos de catorze anos e os idosos com mais de setenta, ajudavam. Seja na cozinha, limpeza e organização, na enfermaria ou nas revoltas, todos, de acordo com suas habilidades e profissões, tinham seu papel. Aqueles que faziam parte da armada, grupo que ia nas revoltas e trabalhava na derrubada no governo, tinham um treinamento preparatório. Como vários "resistentes" eram soldados e policiais, era fácil treinar aqueles que não possuíam experiência, mas precisavam ajudar. Uma mata próxima era o cenário dos treinamentos.

Cerca de duzentas pessoas vivam ali, sendo mais do que poderia ser comportado, mas o líder nunca deixava ninguém de fora. Seu nome era Nicholas Sulivan. Ex- cabo, foi o responsável por criar a sede, teve a ideia depois de cinco meses de Governo Geral. Pessoas começaram a sumir e este foi convidado a se juntar a recém formada liga Hunters. Naquela época, ainda não era obrigatória a entrada, mas ele sabia que se não entrasse, seria morto. Ele e sua família. Rapidamente, Nicholas organizou um grupo de amigos, contra ao governo geral, e se esconderam na estação, que acabara de ser fechada. Valência foi desocupada rapidamente e eles puderam trazer mais gente e começar a organização para a sede. Entre esses amigos, estava Tyron, amigo de corporação. Tyron trouxe Alicia, Alice, Ichiro e por fim, Peter.

Por sua influência, Peter foi escalado para trabalhar como infiltrado. Ele não morava na sede, mas vivi lá. Fazia parte da Liga Financeira, que controlava as finanças internas do país e do Governo Geral: empresas de pequeno, médio ou grande porte, importações ou exportações, a bolsa de valores e etc. Como membro, com a liga localizada na sede do Governo Geral, tinha acesso exclusivo a informações confidenciais. Atuava na interceptação dessas. Com esse acesso, formar plano era mais fácil.

Quando Ichiro chegou, foi recebido com muita alegria. Todos, da formação original, vieram cumprimentá-lo.

— Que bom te ver, meu caro. — disse Nicholas, cumprimentando Ichiro e batendo em suas costas. — Sentimos sua falta.

— Obrigado. É bom te ver também, Sulivan. — disse, sorrindo — Voltei por causa de vocês. Depois de tudo o que vocês fizeram por mim, eu não poderia deixá-los na mão.

— É bom ouvir isso, rapaz. — Nicholas tinha quarenta e quatro anos. Alto e forte, cabelos louros e ralos. Seus olhos verdes brilharam quando viu quem chegou por trás de Ichiro. — Sabia que o traria de volta. — disse, olhando para Alice. Ichiro nem se mexeu.

Nicholas e Alice ficaram muito amigos. Ele sempre foi devoto de Miss Popper. E tê-la na resistência, era a melhor coisa. A menina deu um sorriso.

— Bom, vou esperá-lo descarregar suas coisas e depois nos encontraremos na sala de reuniões. — Ichiro assentiu e saiu, passando por Alice, sem dizer uma palavra. A menina respirou fundo e acompanhou Nicholas para a sala.

— Ele ainda não superou? — perguntou Sulivan.

— Acho que nunca vai. — respondeu, tristemente.

****

Na comprida e arredondada mesa, Ichiro sentou-se o mais longe possível de Alice e de Peter.

Sulivan começou:

— Desculpem acordá-los tão cedo, mas devemos começar nos preparar agora mesmo, pois a data foi adiantada. — alguns comentários começaram surgir.

— Como? Não nos recuperamos do último tumulto. — disse um homem.

— Eu sei, mas é o único jeito. Não teremos uma chance tão boa quanto esta...Peter, pode vir aqui explicar o que houve. — o rapaz levantou-se e começou.

Continua com mesma cara de filha da puta engomadinho — pensou Ichiro, fitando-o

— Bem, de acordo com as informações que eu consegui, o diretório que cuida da papelada da Liga Sunchan, vai fechar mais cedo amanhã: ás 17h, por causa do feriado de depois de amanhã. O número de guardas vai estar no mínimo, pois como todos vocês sabem, o PG faz questão que todos os membros descansem muito para a festa do dia da conquista.

— Não faz sentido. O PG ia querer segurança máxima num dia como este. É de se esperar que a resistência tente algo. — disse Ichiro, encarando Peter.

— Muitas coisas mudaram por aqui nesses dois anos, Ichiro. Você não deve saber, pois estava ocupado demais prestando atenção no seu país. O PG está cada vez mais dando preferência a louca obsessão de ter o mundo perfeito e fanático por sua doutrina, do que ataques da minoria.

— Isso é suicídio, ele não seria idiota. E os Estados Unidos também é meu país.

— Claro, você foi forçado a abandoná-lo.

— Eu não abandonei nada, seu merda. — conversas paralelas começaram, mas as duas vozes eram mais altas.

— A sede é nada agora. E aqueles te acolheram? Não significam nada para você?

— Cala a boca seu merda — Ichiro pula da cadeira e aponta o dedo para Ichiro. — Eu não devo satisfação pra você e...

— Calem a boca vocês dois, mas que droga — gritou Alice, interrompendo-os — isso hora é de brigar? — mudando o tom de voz, continuou.— Pode continuar, Peter.

Ainda com raiva, o rapaz continuou relatando seu plano para a invasão da Liga Sunchan. Depois de terminada a sessão, enquanto todos levantavam e se dirigiam para a saída, Miss Popper chamou Ichiro, mas este a ignorou e se levantou de costas para Popper.

— Tô falando com você, droga — gritou Alice. Ichiro virou-se lentamente e respondeu:

— Não aguento mais ouvir a sua voz, olhar pra sua cara. To cansado de você, Alice. — respondeu, ríspido. No mesmo instante, Ichiro sentiu sua cabeça quase virar totalmente para trás, foi tão rápido que não percebeu quem tinha lhe dado um soco na cara. Seu nariz começou a sangrar e deu dois passos para trás com impacto. Todos pararam para ver, quando Alice transferiu o soco em Ichiro.

— E eu de você.


//Nota da Autora\\

Oie, gente...Capítulo novinho aí para vocês *-* Deixem aquele votinho e o comentário, hem? Ah, mais uma coisa: Chegamos a 4k Uhulll (desta vez eu não demorei u.u) Obrigadaaa, de coração <3 E até semana que vem!

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora