A sala vazia tornava o ambiente mais tenso. Popper encarava Ichiro e este, não desviava o olhar. Ela respirou fundo. Você consegue, fale normalmente. Começou:
— Mas que merda. Você sabe que sua presença é importantíssima, sabe também o quanto estamos gratos por ter vindo. — o rosto do homem era imutável — Porém, estamos num momento crítico. Devemos evitar brigas internas ao máximo. O nosso verdadeiro inimigo está lá fora e não aqui. Em intrigas do passado...Só o futuro importa agora. — alguns segundos de silêncio, ele respondeu:
— Acabou o sermão?
— Ichiro...
— Ichiro porra nenhuma. Você me traz aqui para ficar ouvindo merda, num plano suicida como este e culpa o passado pela minha raiva? Ainda por cima me soca e vem falar manso comigo. Que merda é essa? Eu vou participar desse plano e, se der na telha, eu volto pro Japão. Minhas opiniões não valem de nada mesmo.
— Suas opiniões valem muito sim, lógico. Só que as coisas mudaram. Eu só peço para você deixar essas coisas de lado e focar o que realmente importa.
— Sabe o que realmente importa agora? — não esperou resposta — o café da manhã. — disse, virando as costas e deixando a menina sozinha.
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O dia do tumulto havia chego. A armada havia treinado o máximo possível. Mesmo com poucos homens, eles tinham esperança de conseguir executar o plano. Cerca de vinte pessoas iriam participar da operação e era explicada, pois eles não podiam chamar atenção na cidade. Por volta das três da manhã, na madrugada do dia da conquista, o número de guardas era o mínimo, por conta da transição de turnos. Dois furgões cinzas riscavam as ruas da área central de Los Angeles. Iam por diferentes caminhos, mas com um destino igual. De acordo com Peter, que ficaria no monitoramento dentro do carro, haveria dez guardas no andar, enquanto os outros trocavam de turno.
O garoto também ficou responsável pelos dados da operação. Havia conseguido acesso a algumas câmeras do prédio, e todas do andar do escolhido - arquivamento e gabinete de Octavian Sunchan. O alarme de segurança fora cortado assim como as câmeras. A planta digital foi conseguida por Peter e o processo de comunicação.
A entrada deveria ser feita pelo prédio vizinho que tinha passagens subterrâneas. Lá funcionava a logística da liga Sunchan e não havia guardas no momento escolhido.
Os furgões foram estacionados em uma rua atrás dos prédios. Altamente armados e usando roupas de proteção e comunicadores, quinze pessoas se aproximaram dos locais e conseguiram acesso pela porta dos fundos.
Andavam em fila, todos alertas. Usavam óculos de visão noturna e eram guiados por Peter. Sulivan ia na frente, seguido por Tyron, Popper e Ichiro. Desceram três andares pelas escadas de segurança e atravessaram a ligação entre os prédios. Por preocupação, três soldados ficaram na passagem como vigias. O resto do grupo seguiu, subindo as escadas do prédio alvo. Foram surpreendidos por uma série de corredores e portas. Luzes fracas piscavam e eles tiraram os óculos. Serpenteando entre os corredores, perceberam, depois de dez minutos, que o mapa de Peter não batia com a construção.
— Estamos andando em círculos, não localizamos a instalação ainda — disse Ichiro, para Peter. — Esse mapa está errado.
— Não é possível — disse Peter e todos ouviram — eu mesmo peguei no sistema.
— Mas de acordo com o seu mapa, o arquivamento e o gabinete deveriam estar a dois corredores atrás e passamos por eles sem sucesso. — falou Tyron.
— Vamos continuar andando, não temos escolha. Pelo menos as câme...— Sulivan foi interrompido for uma falha na comunicação. Um ruído estridente fez todos rangerem os dentes e retirarem as escutas. — Que porra é isso agora?
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Miss Popper
AdventureDividido em três partes, a narrativa conta a história de Alice, uma adolescente normal com seus sonhos e medos que descobre, após perder a memória em um acidente de carro, que faz parte de uma linhagem de heróis, criados com o propósito de combater...