Capítulo 25: Mortal

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Popper esforçava-se para enxergar entre o pó e toda o rebuliço do tiroteio descontrolado. Sem poder fazer nada, continuava apertando o ferimento, como Tyron dissera, enquanto este ajudava os policiais. Sentia-se inútil, não podendo ajudar e fazer o seu devido trabalho, queria ir até lá e lutar, mas ainda que conseguisse andar, sua identidade seria descoberta. Suas fases desaparecerem, deixando-a desamparada... isso nunca havia acontecido. Primeiro a fase amarela toma controle sobre mim e agora isso...O que está acontecendo afinal? Eu senti dor... tem uma bala enterrada na minha perna. Era para ela ter sido expelida e o ferimento fechado, mas estou sentido o mesmo que um mortal, sofrendo tanto quanto um mortal. E esse cara? Tyron, Apanhador...

Alice já havia ouvido sobre ele: o justiceiro mascarado. O tipo de fazer justiça com as próprias mãos. Aparecia às vezes em crimes, normalmente ligado a máfia ou roubos. A garota havia até brincado que ele fazia o trabalho simples e deixava o pesado para ela. Os policiais não gostam desse tipo de sujeito, tentando ser herói, mas Popper era "a queridinha da corporação" desde Dominus, esta, porém, não gostava dos policiais, trabalhar sozinha faz mais seu estilo. Ele usa uniforme... que profissional. Ela não imaginava o quanto.

Os tiros cessam, Alice começa se arrastar para perto da saída do galpão, mas logo lembra que o justiceiro disse para não se mexer. Dói pra caralho.. A garota deita no chão, exausta. O chão é o mar vermelho Estou perdendo muito sangue...

— Merda...você perdeu muito sangue, tenho que te levar agora pro hospital— disse uma voz que Alice reconheceu ser de Tyron. O homem a pega no colo. Já sem forças, ela responde:

— Não, não posso ir ao hospital, vão descobrir... minha identidade

— Isso não importa, se você não for, vai morrer.

— Não posso morrer, sou imortal.

— Bom, você não podia levar um tiro também e levou. Melhor não arriscar. — disse, caminhando em direção a saída do fundo.

— Não...me solta, você não entende, eu não posso... — Alice se remexia, tentando se libertar, mas Tyron a apertou mais forte.

— Espera... não precisamos ir ao hospital.

****

Tyron leva Alice para sua casa, de carro. Não são todos os heróis que podem voar.... No caminho, rasga um pedaço da camiseta de Alice e amarra no ferimento, pedindo para ela continuar apertando. Quando chegam, vão direto para dentro e Tyron grita para sua noiva, Alicia, vir imediatamente. A moça é enfermeira, e coincidentemente, naquele dia estava de folga. Alice é levada para o banheiro, lá é colocada dentro da banheira e Alicia começa a retirar a bala. Já estava acostumada com esse tipo de problema, pois Tyron já havia levado alguns tiros, sempre em lugares sem risco, e também alguns de raspão e machucados em geral. Tinha um kit de primeiros socorros sofisticado, com tudo que precisava para ajudar Popper. A parte mais difícil, de tirar a bala, foi a mais rápida e dolorida. Alice gritava e apertava a beirada da banheira, se contorcendo.

— Se você ficar se mexendo assim, vou demorar mais pra tirar — disse Alicia, firme.

— Eu sei, mas dói demais... — respondeu. Lágrimas brotavam de seus olhos.

— Pensou o quê? É bom sentir na pele certas coisas às vezes.

Para Alice pareceu uma eternidade, mas rapidamente a bala foi retirada. A enfermeira começou a costurar e limpar o ferimento, evitando infecções. Tyron assistia tudo, sem dizer uma palavra, aliás, quando os gritos de Alice pararam, só sua respiração, ainda acelerada, era ouvida.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora