Os dias seguiram normalmente e logo já era abril. Miss Popper permaneceu de olho em Dominus e no delegado Norton. Ficou com a pulga a trás da orelha depois descobrir o que o delegado apresentou argumentos a favor de Dominus. Sei não. Enquanto estava no trabalho, recebeu uma chamada urgente de um policial pedindo reforço para um flagrante de um carregamento de cocaína. Perfeito, como eu vou sair? Inventou que não estava se sentindo bem e precisa ir ao hospital. Luiza, claro, desconfiou. Não era de hoje que Alice andava passando mal durante o expediente e pior, quase sempre saia mais cedo. Seria a última vez.
— Vem cá, Alice... Você não tá grávida não, né? — perguntou Luiza, depois de ouvir o pedido da garota.
— E-eu? Pelo amor de Deus, chefa. Eu não tenho ninguém...
— Então qual o motivo disso? Toda hora tá doente, chega atrasada, sai mais cedo... Assim não dá.
— Me desculpe, eu acho que estou com alguma doença, só pode... Posso ir agora?
— Vai...vai. Se for, não precisa voltar.
— Não, a senhora não pode fazer isso, como eu vou me sustentar?
— Isso não é problema meu, o único problema é eu ter uma funcionária incompetente, irresponsável e descompromissada — Luiza falava alta e fazia questão de xingar Popper na frente da loja toda, que a essa altura, já havia parado.
— Eu não sou nada disso, se você soubesse realmente o porquê das minhas saídas, você não diria isso. — Opa, o que eu disse? Droga.
— Ah é? Então você admite que não está doente nada? E qual o motivo das saídas?
Popper não se mexia. Envergonhada, observava os cliente e funcionários assistindo o espetáculo, do canto dos olhos.
— Eu não devo satisfações pra você mais... não foi você mesmo que disse que eu estava demitida? Então beleza. — Popper jogou longe a prancheta que segurava. — Toma aqui o meu crachá. — E empurrou o crachá para a ex-chefe. — E agora que não pertenço mais a isto aqui, só quero dizer que eu nunca fui com a sua cara e sempre achei você muito safada. Pensa que eu nunca reparei você olhando a bunda das clientes? — Uns urros, foram as únicas coisas que se escutou ali naquele momento. — Nada contra a sua opção sexual, mas isso não é nada profissional, né? Mas enfim, é isso. Boa sorte. — Antes que a mulher pudesse dizer algo, Popper virou as costas e saiu, batendo a porta.
Livre, livre... Desempregada, desempregada... E o momento maravilhoso durou poucos segundos. O que eu vou comer? Ok, beleza. Sem pânico, O negócio agora é executar o trabalho de hoje e depois pensar em coisas pessoais.
Depois de se acalmar, Popper voou (agora é literalmente) até onde os policiais estavam posicionados: Garfield Avenue, em South Pasadena. Era uma emboscada, os policiais sabiam que a caminhonete lotada de entorpecente passaria naquele local, exatamente às 14h da tarde e descarregaria a mercadoria em um galpão a duas quadras. Miss Popper e os policiais, misturaram-se entre eles, fingindo ser moradores, pois a rua fora isolada. Popper estava fase preta e andava de um lado por outro, escondendo seu rosto entre seus cabelos curtos e negros. A caminhonete cinza, ao qual os policiais disseram ser dos bandidos, aproximava-se. Fez-se um sinal combinado e começou-se a movimentação. Alguns oficiais aguardavam em carros, caso os homens tentasse fugir, mas com Popper ali, não seria necessário.
— Ei, Popper... — um homem com uma câmera chamou atrás de Alice. A garota olhou, incrédula. Ele estava de cócoras, atrás de um carro.
— Q-quem é você? Tá fazendo o que ainda? Cai fora, estamos no meio de uma operação policial, sai
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Miss Popper
AdventureDividido em três partes, a narrativa conta a história de Alice, uma adolescente normal com seus sonhos e medos que descobre, após perder a memória em um acidente de carro, que faz parte de uma linhagem de heróis, criados com o propósito de combater...