Capítulo 35: Ato Final

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O oxigênio foi bombeado novamente para seu cérebro. Alguns segundos sem oxigenação são capazes de matar alguém, mas ela não pode ser morta. No mesmo instante, seu coração volta a bater e o sangue, circular. Seu pulmão enche de ar, para ajudar a garota a gritar, de volta a vida. O corpo de Alice responde violentamente aos estímulos, tremendo e se debatendo. Finca as unhas das mãos na terra. A bala vai escorregando da cabeça, sendo empurrada pelo tecido sendo restaurado. Quando finalmente ela cai sobre Alice, a menina abre os olhos. Tudo estava fresco na mente dela, agora conseguia sentir sua força, seu poder, tão forte como nunca sentiu. Ela levantou num pulo. A sensação de poder e saúde era a melhor coisa. Estava com seu uniforme, mas estranhou seus cabelos. Estavam brancos, como a neve, e longos. Popper olhou para atrás, a procura de sua cópia e percebe que o punhal, dado por Noemi, estava em suas mãos. Ela guarda no coldre.

Se passaram alguns minutos. Ela deve estar por perto.

Ainda era possível ouvir o som da multidão, alvoroçada. Alice saiu correndo, usando a super velocidade. Nada. Nem sinal da outra. Ela voou, com a ajuda da fase amarela, mas como estava na fase branca, as caraterísticas não apareceriam. Do alto, percebeu onde estava a cópia: no meio da multidão. No mesmo instante que Alice a avistou, a outra olhou na mesma direção, como se soubesse que estava sendo observada. Em um segundo, com a super velocidade ativada, as duas se encontraram novamente. Cara a cara. Nenhuma palavra. Alice sabia o que fazer. Os manifestantes perceberam a presença das duas garotas.

A outra avançou em Alice, e antes que pudesse fazer algo, Popper pega o punhal e finca no coração da outra. A fase preta grita, dá alguns passos para trás e tenta tirar o punhal de seu coração, não há sangue, apenas luz saindo do ferimento. Ela olha para Alice e dá um sorriso sarcástico.

— Nem os outros heróis poderão te ajudar no que virá. — diz a fase preta e no mesmo instante, seu corpo é consumido por luz. Os poderes de Alice tentam se libertar e destroem a outra, que desaparece no meio da multidão, eles deixam a forma e, pela boca de Alice, voltam para sua verdadeira dona. A menina não aguenta tamanho poder e desmaia, no meio dos manifestantes.

****

Como uma boa americana, o cheirinho de bacon é inconfundível. O aroma delicioso, entrava pelas narinas da menina, que emitiu um sorriso no mesmo instante. Ela abriu os olhos e percebeu estar na sua cama, enrolado sobre os lençóis. Uma onda de alívio atravessou seu corpo, depois de acordar duas vezes seguidas em lugares e situações absurdas.

— Graças a Deus — disse para si mesma.

Uns passos agitados chamaram a atenção da menina. Ela olhou para onde vinha o som e viu a pessoa que mais queria ver no mundo.

— Ichiro! — ele correu para abraçá-la. A sensação de alívio tomou seu corpo novamente. — Que bom que está aqui, meu Deus. — ela o abraçou novamente. Ichiro sorria o tempo todo.

— Eu não podia te deixar, agora que você precisa mais de mim.

— Obrigada, obrigada mesmo. — ele sentou na beirada da cama e Alice se ajeitou na mesma. — Mas e o enterro?

— Meus pais iam querer que eu ficasse com você...

— Sinto muito.

— Tudo bem — ele sorriu.

— O que aconteceu? Como você me encontrou? A manifestação já acabou?

— A que você estava, sim. Depois houve mais duas.

— Nossa, então quanto tempo que dormi?

— Três dias. — Alice arregalou os olhos. — Não foi direto, você levantou, comeu, mas não conseguia falar.

— Eu não lembro. Lembro apenas de matar a minha cópia.

— Eu estava no aeroporto, quando a vi pela televisão. Estava ao vivo, com você caída no chão. Logo após apareceu aquela luz branca e transmissão foi cortada. Fiquei desesperado e fui para a rua onde você estava. Quando eu cheguei, você estava no meio de cum círculo de manifestantes, desmaiada e com a fase branca. Não sabia que você tinha liberado...

— Eu não liberei... — Alice contou tudo o que acontecera, desde dos achados na casa dos Oota até o paraíso dos heróis e o punhal. Ichiro ouvia tudo aquilo, admirado. Não havia nada documentado que fosse tão impressionante como aqueles fatos contados por Popper.

— Caramba, que incrível. Precisamos anotar tudo isso, Alice. — a menina assentiu. — Eles não disseram como as fases saíram do seu corpo? — Alice negou, com a cabeça. — Eu tenho uma ideia, mas não tem como comprovar.

— Qual?

— Lembra que você disse que achou na minha casa, documentos que diziam que os heróis eram perfeitos? — Popper assentiu. — Então, vocês são mesmo, mas talvez houve um desequilíbrio, não sei porque, que causou essa bagunça nas fases. Um motivo novo, pois isso nunca aconteceu.

— Será que tem ligação com o grande mal que vou enfrentar?

— É possível sim, mas não se preocupe com isso agora... fiz um café da manhã delicioso para você — disse Ichiro, sorrindo. — Vou pegar...

— Valeu — sorriu também.

O garoto trouxe o café da manhã, com tudo que Alice gostava: pêra e graviola. Suco de maça, torradas e ovos com bacon.

— Que delícia! — disse, mordendo uma pêra. — Obrigada, não sei o que seria de mim sem você...— agradeceu, com a boca cheia.

— Que isso... Mas e ai, me conta mais. E sobre o tal hospital lá?

— Então, Ichiro. Eu já havia tido sonhos, naquele mesmo lugar, sabe. E a maneira como eles falavam comigo, o quão real aquele lugar era... eu realmente fiquei assustada. Me faz pensar se tudo isso não passar de uma alucinação minha.

— É impossível, Alice. Aqui é o mundo real, somos reais. Sua mente estava sobrecarregada, pegou um pesadelo e usou como escape dá confusão, é só isso. Você está a salvo, na sua casa e... — ele respirou fundo para falar — comigo.

— Tô com medo, sabia? Com medo do que virá. Eu sei que esse governo geral é o mal do meu tempo, eu sei disso. Está cada vez mais próximo, Ichiro.

— O medo é completamente normal, qualquer um estaria em seu lugar, você só não pode deixá-lo tomar conta. O medo faz parte da natureza o humano, e pra mim, é o que faz chegarmos mais longe. — o menino acaricia a bochecha de Alice e esta sorri. — Você vai conseguir, estamos com você. Eu e Los Angeles inteira. Eu diria o mundo todo até. — eles riram. Ichiro dá um soco de leve no rosto de Alice e ri novamente.

Seus olhares se encontram, Alice se aproxima do rapaz e vai de encontro com sua boca. Ele não recusa e a beija com desejo, mas uma gritaria os separa novamente. Merda! — pensa Ichiro

— Que barulho é esse? —pergunta Alice, correndo para a janela, para ver o que acontece. Ela afasta a cortina, de vagar, e percebe o motivo da interrupção do beijo. Um aglomerado de repórteres estava na porta do prédio, com câmeras e microfones, gritando por Miss Popper. A dona do prédio também está no meio, xingando-os. Alice vê tudo aquilo, horrorizada. Ichiro vem por trás, segurando em sua cintura e afastando um pouco mais a cortina.

— É, esqueci de dizer:todo sabem sua identidade agora.


//Nota da autora\\

Hey, genteeeeee lindaa! Esse é o último capítulo da segunda parte, sim senhores \o/ E aí, quais sãos as expectativas de vocês para a terceira e última parte, hem, hem? :p Meu, confesso que não vejo a hora de finalizar kkk Eu já tenho tudo esquematizado e tal, com os finais e pá, mas falta escrever boa parte (tenho que acelerar u.u), mas é isso né. Quem mandou ficar enrolando? kkk Leitores, o próximo capítulo vai ser aquele mesmo esquema da transição da parte um para a dois. Um trechinho narrado pela Alice contando um pouquinho sobre o que acontecerá e depois, o capítulo 37 chega com tudo :p Fiquem comigo, está acabando, eu juro kk Mas terá muita emoção *-* Comentem e arregacem essa estrelinha aí. Conto com vocês. Até semana que vem! Bye


Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora