Capítulo 3: De volta ao passado

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Ano 2030. Russel Carter agora mais velho, sessenta anos, vê seu império desmoronar. Desde que foram descobertos seus esquemas de clonagem irregular, que consistia em juntar DNA's aleatórios afim de criar uma nova raça, o velho é perseguido por várias organizações americanas.

— Tudo culpa daquela garota, heroína...heroína uma ova. Como alguém que se diz heroína tem coragem de fazer isso com um velhinho? Eu só financiava, só isso. — disse Russel a seu fiel assistente.

— Pois é, se tivesse um jeito de acabar com ela. — respondeu Martin Bellary, pensativo.

— Não existe, até hoje ninguém sabe qual seu ponto fraco, estou começando a acreditar que não exista. — disse Russel, decepcionado.

— Sempre existe. E se... não, não é muito arriscado...

— O quê? Pode falar.

— Não, é muito perigoso. Poucas pessoas fizeram e uma delas até voltou com sequelas e....

— Diga homem, faço qualquer coisa pra derrotar essa puta. 

— Bom, e se viajássemos no tempo e encontrássemos o seu “eu” mais novo?

— Tá, mas no que adiantaria?

— Ué, encontraríamos você, antes que ela se torne poderosa. Assim, você poderia derrotá-la, e no futuro ela obviamente não existiria.

— Perfeito, perfeito, meu caro Martin, entretanto o que o meu eu poderia fazer para nos ajudar? Você se lembra como eu era... pobre e molenga. Acho que não daria certo.

— Mas é claro que vai dar, você era molenga, mas no tempo que voltaremos, Miss Popper não passava de uma menininha combatendo pequenos roubos.

— Então, voltaremos antes da guerra vermelha?

— Sim, uns cinco anos antes.

Martin e Russel, começaram suas buscas pela máquina do tempo. O homem que a criara, chamava-se Dr. Octupus. Ex-guerrilheiro na guerra vermelha, odiava Miss Popper tanto quanto Russel. O velho aceitou na hora, Russel o pagou uma quantia incontável e o fez jurar nunca dizer que estivera ali. A máquina do tempo era uma porta. Martin olhou atrás, mas não tinha parede. Era como se flutuasse no ar. Dr. Octupus digitou a data e o local que apareceriam e explicou-lhes as regras. Russel e Martin entraram. O doutor apertou o botão e logo os velhotes desapareceram.

Reapareceram no banheiro da firma em que trabalhavam, chamava-se S.P.S Telecomunicações. Russel era jornalista, trabalhava na redação. Martin tinha um cargo menor, sempre foram bons amigos. Tinham esperança que um dia suas vidas melhorariam. Martin era casado e Russel divorciado, mas isto não era desculpa para não se divertirem nos finais de semana em bares e boates, com todas as mulheres que conseguiam. Uma a cada quatro meses.

— Ok, precisamos conversar com eles. — disse Russel.

— Sim, o que faremos? Esta hora estão trabalhando...

— Certo, hum...vamos até lá, não vão nos reconhecer mesmo. — respondeu Russel. Martin assentiu e o seguiu saída a fora. O Russel do presente estava exatamente onde o Russel do futuro queria, conversando com Martin do presente.

— Com licença, o senhor é Russel Carter? — começou Russel.

— Sim, não tá vendo no crachá? — respondeu Russel. Ele e os dois Martin, desataram a rir. — Eu te conheço? — perguntou em seguida, percebendo uma leve semelhança com alguém que conhecia.

— Sim, muito bem. Na verdade, melhor que ninguém. — respondeu sorrindo. — Bem, vamos até aquela sala, temos que conversar.

— Agora não dá, eu tô trabalhando.

— Você não se arrependerá. E você também, Martin.

Os quatro foram até a sala. Lá Russel do futuro contou tudo. Desde que aconteceria daqui pra frente e o porquê deles terem voltado. Quando acabou, Russel e Martin do presente, racharam de rir.

— Se eu ficar assim no futuro, prefiro morrer agora mesmo — debochou Martin.

— Seu idiota, não vê que é a oportunidade de ouro? — rebateu Martin.

— Vocês querem que acreditemos que vocês são nós daqui a 17 anos e que existirá uma menina, uma heroína que no futuro acabará com tudo que construímos? — perguntou Russel ainda rindo.

— Sim, que eu me lembre, ela ainda não começou. Com certeza deve estar treinado e...— Russel do futuro foi interrompido por Martin do presente.

— Ah, pelo amor de Deus, uma heroína? Vocês estão lendo muitas histórias em quadrinhos, hem.

— Olha aqui... — antes que Russel do futuro pudesse continuar, seu relógio, que avisaria a hora que deviam partir, começou a apitar. — Merda, logo agora... Bem, temos que ir, mas vocês entenderão nosso recado. Daqui a alguns meses, o noticiário só falará dela e vocês se lembrarão de nós. Só por favor, não deixem de fazer o que combinamos...

— Não combinamos nada não. — respondeu rapidamente Russel do presente.

— Ok, não combinamos, mas vocês saberão o que fazer quando a verem. Precisamos voltar agora, e lembrem-se: depende só de vocês, agora vocês têm a chance, como nunca alguém teve, de concertar tudo. Nossos futuros serão brilhantes. Até daqui a 17 anos. — disse Russel do futuro. — Ele e Martin correram para o banheiro e chegaram bem na hora que o portal os esperava.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora