Capítulo 15: Esquecimento

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Alice batia descontroladamente a caixa, agora vazia, contra o chão. Seu coração batia sem parar e a tal veia, voltara a pulsar.

— Eu comeria o coração de qualquer um agora. — disse Alice, com raiva. Ichiro se afastou. — Esse desgraçado me enganou...Meu, que vontade de enfiar um pau no rabo dele...

No bilhete, que acharam que era uma nova pista, estava escrito em caligrafia infantil: Bum!

— Ele só queria ganhar tempo, fez a gente percorrer suas pistas idiotas enquanto planeja ou faz algo.

— Nossa, sério? Como você descobriu isso? — respondeu Alice, ainda mal-humorada. Percebendo a cara de Ichiro fechar, desculpou-se. — Desculpa, tá? É que eu to morrendo de raiva... A única coisa que eu quero é encontrar esse filho da puta, e encher ele de sopapo.

— Então vai, procura ele e acaba de uma vez com isso. — Alice assentiu. Sabia que Dom Dominus planejava algo.

— Eu vou encontrar ele e quem está o ajudando. Me deseje sorte — disse Alice, dando um beijo no rosto de Ichiro (apesar da vontade, quase incontrolável, de dar na boca). Saiu correndo, até alcançar uma distância considerável para pular em direção ao rio e voar. Ele continuou lá, contemplando Alice se afastar.

****

Russel ria, também contemplando Alice. A cena dela destruindo a caixa e xingando aos montes, foi hilária para ele. Principalmente, pois agora sabia que era forte suficiente para derrotá-la. Horas antes, contou a seu fiel amigo seu plano final.

— Com esse novo soro, Martin, vou acabar com ela. Yvonne conseguiu desenvolver os novos poderes da vadia. E quando eu contei detalhes do meu trágico incidente hoje de manhã, ela ficou mais animada ainda.

— Você acha mesmo, que tendo os mesmos poderes da menina, conseguirá derrotá-la?

— Claro que sim, é o único jeito.

— Mas se vocês dois possuem os mesmos poderes, não é óbvio que ela poderá prever o que você fará e assim defender?

— É, mas... — Russel parecia meio confuso. Ainda não havia pensado nessa possibilidade. — Eu também tenho essa vantagem, mais ainda, porque eu sei antes dela que temos os mesmos poderes. — Martin ia rebater, mas Russel fez um sinal para silenciá-lo. — Mas fato é que, fazendo ela procurar uma bomba, fez com que ganhássemos tempo suficiente para preparar o soro. A única coisa ruim é que...

— Que...

— Como Yvonne teve pouco tempo, o soro só durará uma hora. Eu disse a ela que queria que durasse mais, mas ela respondeu que seria impossível. Mulher incompetente. — disse Russel, irritado. — É pouco tempo, mas acho que será o necessário. Mesmo assim, levarei um estoque comigo.

— E agora, o que vai fazer?

— Vou atrás dela e terminarei o serviço, de uma vez por todas.

Estava escondido atrás das árvores. Quando a perdeu de vista, viu que era hora de agir. É agora!

Partiu silenciosamente entre as árvores. Procure-me na cidade, amor. Russel queria plateia. Havia anoitecido, as estrelas já davam o ar da graça. Que belo cenário.

Alice voava concentrada. Não posso mudar de fase agora, devo esquecer a raiva por um tempo. Começou a diminuir a velocidade, conforme entrava na cidade. Os prédios também atrapalhavam um pouco sua passagem.

Dom Dominus ia atrás, quando percebeu onde estavam e que Alice estava diminuindo a velocidade, não hesitou. Voou rapidamente, colidindo-se com ela. Popper agarrou em Russel tentando não cair. A fase preta surgira.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora