Capítulo 33: Alternativa

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Uma luz clara e cegante choca-se com os olhos castanhos da menina. Ela os abre, devagar. Está sentada, no canto da parede fofa. Percebe que tudo em sua volta é branco. As paredes, chão, teto, luz e até sua roupa. Ela tenta se mexer, mas algo a impede. Suas pernas estão livres, mas seus braços não. Ficando em pé, decidi explorar o cubículo em que se encontra. Não existe móveis, objetos ou saída. Apenas as paredes e ela.

— Morri ou fiquei louca — diz — Acho que isso é uma camisa de força...fiquei louca. Deve ter uma porta aqui.

Ela encosta na parede, do lado oposto onde acordou. Uma parte da parede branca, era de um material diferente do resto da sala. Ela corre para frente, constatando a porta. Havia uma pequena saída móvel. Alice ficou na ponta dos pés, tentando abrir a portinhola com a boca. Agarrou a diminuta "maçaneta", com os dentes, e abriu. Dando conta que via outro lugar pela saída, ela grita:

— Ei, alguém... Me tira daqui... Alguém, por favor. Tô aqui, socorro!

Nenhum sinal de vida. O local estava iluminado. Alice começou a empurrar a porta, fazendo barulho e gritando: Socorro! Nessa, percebeu que estava sem nenhum ferimento e dor. Depois de alguns minutos, a menina desiste, sentando novamente no chão.

— Que encrenca eu me meti. — Ela se referia a toda a vida desde de Miss Popper.

— Popper, que barulheira é essa? — perguntou uma voz bem conhecida de Alice.

Num salto, ela gritou:

— Tyron? É você? — ela fica na ponta dos pés de novo para vê-lo. Apenas seu rosto era visível. — Graças a Deus que você está aqui. O que tá acontecendo? Por que estou presa aqui?

Tyron olhava-a, incrédulo. Ficou alguns segundos sem responder, apenas olhando para Popper.

— Tyron? O que foi?

— Te tiro daí em um minuto — disse, sorridente, saindo da visão de Alice.

Um barulho alto é ouvido e em seguida a porta se abre.

— Se eu não tivesse nisso aqui eu te abraçaria — disse Alice, sorrindo.

— Vou tirar isso de você — ele desamarra-a. — Vem, preciso te mostrar a alguém.

— Que horas vai me contar o que está acontecendo?

— Sempre impaciente.

Eles caminhavam por longos corredores, que não eram estranhos a Alice. Eram brancos, assim como a roupa de Tyron. Tudo aqui é branco, gente. Nauseante.

Eles dobraram a esquerda, dando de cara com um grande espaço. Havia várias pessoas, todas de branco e meio debilitadas.

— Quem são esses?

— Miss Popper, salvou o mundo na solitária hoje? — perguntou uma mulher, fumando.

— O quê? — respondeu Alice. Como ela sabe quem eu sou?

— Sai daqui, Roxanne. — ordenou Tyron e está juntou-se aos outros. —São pacientes, Alice. Assim como você — respondeu, parando em frente a uma porta.

— O quê? Pacientes do quê?

— Entre aí, ela está te esperando.

***

Popper abriu a porta e entrou. Um alívio subiu por sua espinha. Era a primeira vez que via cores que não eram brancas. Havia uma mesa de mogno no centro e cadeiras. Várias estantes e livros. Uma grande janela com cortinas diminuía a sensação de claustrofobia que tomava Alice.

Miss PopperOnde histórias criam vida. Descubra agora