Yasmin 🍭
Sentir uma dor forte no peito e uma vontade de chorar incontrolável e do nada todos os momentos com o Thiago me veio na mente como flash.
Eu já sabia o que tinha acontecido, mas eu não queria acreditar, não queria aceitar de jeito nenhum que o meu irmão tinha me deixado.
Sair da padaria correndo assim que os tiros cessaram e entrei em um beco onde eu vi a Azzy sentada no chão do lado do lado do corpo do meu irmão.
Yasmin: Thiago, fala comigo. Por favor meu amor, fala comigo. - Falei levantando o rosto dele cheio de sangue.
Azzy: Não adianta Yas, ele se foi. - Falou enxugando as lágrimas.
Yasmin: Não, não pode, eu não aceito. - Falei inconformada.
Alemão: Th é um dos mortos patrão. - Falou no raidinho.
Yasmin: Ele não tá morto. - Gritei.
Alemão: Sinto muito. - Falou e saiu.
Marília: Meu Deus, meu filho, o que fizeram com você? - Chegou correndo e se abaixou perto do corpo do Thiago. - Mataram o meu menino, confundiram ele com um bandido. - Disse chorando.
Yasmin: O Thiago trabalhava no tráfico, mãe. - Falei de uma vez.
Marília: Você não abra a boca pra falar isso nunca mas do seu irmão Yasmin. Ele saiu pra te proteger e você fica dizendo que seu irmão era um traficante? Se ele morreu foi por sua culpa. - Gritou.
Yasmin: Olha esse fuzil. - Apontei pro fuzil do lado do Thiago. - Olha essa pistola. - Levantei a camisa dele e a pistola tava presa no calção. - Tudo isso era dele, ele nunca te contou por que sabia que a senhora ia rejeitar ele por isso, mas tudo que ele fez foi pensando no bem de nós três e isso custou a vida dele. - Falei alisando o rosto dele.
Marília: Então se foi assim que ele quis, ele teve o fim que mereceu. - Falou se levantando e enxugando as lágrimas.
Yasmin: Será que nem com o seu próprio filho morto a senhora não tem um pingo de noção? - Falei sem acreditar que ela tinha falado aquilo.
Marília: Eu não sou mãe de um bandido. - Falou e saiu.
Neguei me sentando do lado da Azzy que estava olhando pra minha mãe com indignação
(...)
Coveiro: 5 minutos pra fechar o caixão.
Pensei: ainda tenho alguns minutinhos, mas não sabia de onde eu tava tirando forças pra aguentar ver o meu irmão, minha companhia, meu cúmplice, minha outra metade, meu aperreio, minha felicidade, sem vida dentro de uma caixa de madeira.
Marília: Meu filho era um menino bom, não se envolvia com coisas erradas, a vida dele foi tirada injustamente por causa desses malditos confrontos entre polícia e traficante. Meu filho pagou com a vida pelos erros desses bandidos que vive na favela.
Eu não tava acreditando que a minha mãe tava mentindo na frente do povo da família e das amigas dela somente pra chamar atenção.
Yasmin: Como minha mãe falou o Thiago era sim um menino muito bom, mas mentiu quando disse que ele não era traficante. Meu irmão trabalhava no tráfico sim, mas não por escolha e sim por necessidade, eu sou a prova viva que ele tentou de todas as formas encontrar um trabalho honesto mas infelizmente quase ninguém que mora em favela é visto como um cidadão de bem e a gente sofre muitos preconceitos por isso, essa é a realidade do nosso Brasil. Não é um orgulho trabalhar como traficante mas eu bato no peito e digo eu tenho orgulho do meu irmão por que eu sei que ele sabia que tava correndo risco mas encarou mesmo assim pra colocar comida na mesa de casa. Thiago, da onde você estiver saiba que eu vou sempre lembrar de você com carinho e vou fazer questão de espalhar pro mundo o quanto você era especial, eu te amo, meu irmão. - Todo mundo aplaudiu e minha mãe me olhou indignada e saiu do cemitério.
Olhei pra cima dos túmulos e estavam a Azzy, Galo, L7, Fantasma, Alemão, Batore, Caveira e outros meninos da favela cantando e batendo palma.
"Que mundo é esse tão cruel que a gente vive? A covardia superando a pureza, o inimigo usa forças que oprimem, oprimem.
É, vai na paz irmão fica com Deus, eu sei que um dia eu vou te encontrar, valeu menor espera eu chegar, valeu menor espera eu chegar."Meu irmão era muito amado e vai ser lembrado pelo resto dos meus dias 🖤
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𝐅𝐚𝐢𝐱𝐚 𝐑𝐨𝐬𝐚
FanfictionFazendo fumaça, tu sabe meu nome Causando desgraça, o terror dos homi Corre que a bruxa tá solta Chamaram de puta, maluca, de louca Tentaram, mas aqui o santo é forte Ando blindada, meu anjo não dorme.