Epílogo

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Memórias quebradas

Mephisto!

O mestre me odeia.

O mestre odeia meu cheiro, odeia meu rosto, odeia minha voz, odeia meu nome, mas porque ele me odeia se ele mesmo me fez com seu próprio sangue?

O mestre é tão cruel, ele não me ouve, ele não entende o quanto eu o amo, o quanto eu faria qualquer coisa para que ele prestasse atenção apenas em qualquer coisa que eu lhe dissesse.

O mestre me deixou, ele me mandou embora, me fez comer ratos, me fez viver no esgoto e ter que beber sangue de mendigos, e enquanto isso eu o observei de longe. Ele não sentia nada sobre mim, ele ria com Laura, brincava com outros humanos e aos poucos me esquecia.

O mestre me fazia e me faz chorar todos os dias quando eu me lembro dele. O mestre me faz sentir dor no peito e na cabeça, me faz encolher e me desfazer em lágrimas vermelhas no chão quando outros não estão vendo.

Ele disse que não se importa comigo. O mestre não liga para minha existência, eu não sou nada para ele, ele me fez e mesmo assim não sou nada, mesmo assim ele não sente nada por mim a não ser desprezo.

Por que o mestre é tão cruel comigo e é tão bom com os humanos que o desprezam e o ferem?

Por que o mestre é tão mau comigo? Por que o mestre me odeia tanto?

Por favor Mestre, por favor, você não me ama ao menos um pouco?

Mestre, olhe para o meu rosto ao menos uma vez sem que seja com desprezo.

Mestre, eu estou rodeado de pessoas, mas quero você.

Mestre, eu estou segurando uma balança, em um lado está meu amor por você e no outro um ódio risonho que acabei de descobrir.

Mestre, eu não quero te odiar! Por favor, volte para mim, eu prometo ser bom. Não vou mais ouvir o que as vozes me mandam fazer, não vou mais reclamar das dores em minha cabeça!

Eu estou tão sozinho, Mestre. Venha me buscar!

O Vampiro e o Romani - Livro O1  {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora