“Eu vivo em tempos sombrios.
Uma linguagem sem malícia é sinal de
estupidez,
uma testa sem rugas é sinal de indiferença.
Aquele que ainda ri é porque ainda não
recebeu a terrível notícia.
Que tempos são esses, quando
falar sobre flores é quase um crime?
Pois significa silenciar sobre tanta injustiça?
Aquele que cruza tranquilamente a rua
já está então inacessível aos amigos
que se encontram necessitados?
É verdade: eu ainda ganho o bastante para viver.
Mas acreditem: é por acaso. Nado do que eu faço
Dá-me o direito de comer quando eu tenho fome.
Por acaso estou sendo poupado.
(Se a minha sorte me deixa estou perdido!)
Dizem-me: come e bebe!
Fica feliz por teres o que tens!
Mas como é que posso comer e beber,
se a comida que eu como, eu tiro de quem tem fome?
se o copo de água que eu bebo, faz falta a
quem tem sede?
Mas apesar disso, eu continuo comendo e bebendo.”
Bertolt BrechtRamón estava no telhado agachado com um arco armado, a aljava atrás das costas enquanto se recostava na chaminé. Foi ele quem nos viu, arregalou os olhos e avisou aos outros da casa se esgueirando como um pássaro entre as telhas da casa e gritando pela janela de um dos quartos que eu e mais dois queriam entrar.
Logo estava Jade armada com uma besta na mão direita abrindo a porta.
— Entre logo. Quer que nos vejam na rua? – Ela perguntou com raiva.
Damian nos arrastou para dentro, a menina foi colocada por ele em frente á lareira fria. Amapola andou até ela um pouco hesitante, colocando seu próprio casaco nas costas da criança.
O buraco no chão aberto na luta entre mim e os dois vampiros que foram me buscar semanas atrás, estavam repletos de tábuas para improvisar uma passagem
— Pensei que você fosse um Strigoi mais resistente. – Falou Jade olhando meu abdômen depois que trancou a porta e colocou uma mesa na frente para bloquear a entrada. – O que aconteceu com você?
— Ghouls. – Falei, olhando para Damian de soslaio. – Este é Damian.
— Vamos para a cozinha. – Zaira ignorou o outro vampiro e deu Melpone embalada em cobertores azuis para Amapola, que subiu as escadas com a criança em um dos braços e no outro levando a mão da menina escada acima com um sorriso gentil.
Quando chegamos no cômodo, notei que as janelas estavam todas tampadas com tábuas de madeira e desenhado de branco acima delas, alguns símbolos.
Zaira e Jade tiraram todos os potes e restos de legumes descascados, jogando-os no chão com uma boa velocidade enquanto ela me mandava deitar sobre a madeira.
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O Vampiro e o Romani - Livro O1 {CONCLUÍDO}
VampirosOrfeo é um vampiro solitário, vaga pela terra há quase dois mil anos apenas com os próprios demônios, quando como em uma luz no fim do túnel, acaba conhecendo um humano enfermo á beira da morte. Sucumbido pelo egoísmo e pela dor de perder sua única...