Capítulo 32. Os Lilins

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“E, então, mais uma vez eclodiu a guerra

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“E, então, mais uma vez eclodiu a guerra.
Os anciões já estavam bem protegidos em seus esconderijos, pois haviam aprendido a cautela. Mas seus filhos haviam criado suas próprias cidades e Proles. E foram eles que morreram na violenta maré de guerra.”

O Livro de Nod
 
 

 
Damian havia se mostrado um bom aluno.

Ele estava ávido para aprender sobre o que eu lhe ensinava, prestava atenção aos mínimos detalhes de minhas palavras, arregalando seus grandes olhos de cores diferentes para meu rosto, atentando seus ouvidos para minhas frases que pareciam entediantes para alguns, e não sabia se ele realmente prestava atenção ou o fazia por educação.

– Você deve mastigar a carne do pescoço e procurar a artéria. – Eu disse. – Faça isso quando estiver com pressa e tiver que sair rápido do lugar, porque é o modo mais fácil de se alimentar bem em pouco tempo. Mas se tiver disponibilidade e segurança, beba o sangue do pulso. Ele é filtrado e se caso sua vítima esteja com álcool ou outra substância no sangue, você não será tão afetado.

Eu sabia que deveria tomar cuidado, tendo em vista de onde Damian havia vindo, tendo em vista quem seria seu mestre. Eu estava provavelmente dançando com uma cobra em meus ombros que a qualquer momento poderia me picar o rosto, e por isso, deveria mantê -la afastada de mim e esconder uma faca entre meus dedos para cortar-lhe o pescoço antes de dar o bote.

– Por que não quer beber sangue? – Perguntei colocando as mãos para trás. Olhei para ao céu, mas não tinha uma certa noção do tempo, já que o sol estava escondido por camadas e camadas de núvens cinza. – Ainda não entendi.

– Aquele cheiro me enoja. – Falou. – Sei que vou ter de fazer isso um dia, mas acho que posso me contentar com os ratos do esgoto, ao menos por algum tempo.

– Enoja? – Levantei uma sobrancelha. – Como te enoja?

– O cheiro das pessoas. Não gosto dele. – Coçou a cabeça. – Isso nunca passaria pela minha mente se eu fosse ainda o antigo Damian, mas hoje eu não suportaria beijar uma mulher das muitas como eu fazia. Humanos em geral, seus cheiros salgados agora me perfuram as narinas.

Ponderei algum tempo sobre sua frase, coloquei as mãos no bolso e olhei para meus sapatos, formando uma ruga no meio da sobrancelha.

Aquilo não era bom, me remetia que, do mesmo modo que Mephisto adorava ver a cor do sangue, adorava ver a dor e sentí-la, Damian era o completo oposto, rejeitando o sangue como se fosse o próprio diabo fugindo da cruz.
Imaginei que Damian, assim como Mephisto, não tinha estruturas mentais quando humano para receber um sangue de vampiro.

O Vampiro e o Romani - Livro O1  {CONCLUÍDO}Onde histórias criam vida. Descubra agora