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- Nova York 15 de novembro de 2017

Acordo dando de cara com um teto branco. Penso que morri, também penso que estou no hospital, ou talvez no meu quarto. Não consigo me movimentar. Nem a minha cabeça é movida quando me esforço.

Estava tudo calmo e silencioso, mas então sinto uma mão fria apertando meu pescoço. Seus dedos apertam na minha pele, eu arregalo os olhos e tento gritar, mas tudo que sai é um sussurro.

- Para! - Falei com dificuldade. - Julian, para com isso.

- Quem é Julian, porra?

Não consigo me mover, mas reconheço a voz de Ziggy. Quero ver seu rosto por inteiro, mas ela está tentando me matar.

Me permito chorar na frente de alguém após tanto tempo. Ziggy se tornou o tipo de pessoa que poderia facilmente sorrir dessa situação, mas ela está com raiva. Ainda segurando meu pescoço, Ziggy consegue me arrastar um pouco para cima. Consigo vê-la.

Fecho os olhos quando começo a sentir o ar faltando, então ela me dá um soco.

- Cadê o dinheiro? Você pretende mesmo ficar fugindo de mim?

Levo minha mão até seu braço, tento afastá-la, mas ela a solta brutalmente na cama.

- Me dá a porra do dinheiro - Ela diz, me soltando.

Tento recuperar meu ar, minha respiração falha quando vejo que agora há uma arma aqui. Ziggy sobe na maca, aponta a arma contra minha cabeça e chega bem perto de mim. Tão perto quanto da primeira vez que nos beijamos.

- Espera.... - Digo, as mãos trêmulas e a voz embargada. - Espera... Eu vou pagar.

- Já esperei tempo demais. Você é rica pra caralho agora. Eu quero o que é meu ou essa porra vai ficar complicada pra você.

- Para com isso, Ziggy. Eu... Eu vou pagar.

- Quero o dinheiro agora.

Sem afastar a arma, ela se vira para pegar o celular que estava na minha bolsa. É um momento de distração, não há nenhum olhar sobre mim. Torço seu braço num giro, consigo alguns segundos livres para me levantar da maca. Ela me puxa pelo cabelo, me lança contra a parede.

- Se você me matar, eu nunca vou conseguir te pagar.

Ela segura o colarinho da roupa de hospital e me leva até a bolsa. Ziggy busca pelo meu celular sem tirar os olhos de mim.

- Meu dinheiro não está aqui - Falo assim que ela me entrega o celular. - Eu o guardo no banco. Não sou idiota.

Sua fúria aumenta, ela grita contra meu rosto e me lança no chão. No processo, ela acaba derrubando algumas coisas que estavam no quarto, o que faz uma enfermeira abrir a porta e ver toda a cena.

Ela põe a mão sobre a boca, impressionada com a cena que vê. Eu encaro Ziggy, que sai correndo em direção a mulher, mas antes que possa fazer qualquer coisa, dois homens com duas vezes do seu tamanho protegem a enfermeira. Ziggy não recua, mas quando tem sua arma arrancada é obrigada a colocar as mãos pro alto.

Ziggy olha para o quarto uma última vez antes de sair. Seu nariz está sangrando, sua respiração ofegante, o rosto vermelho e o cabelo desgrenhado. Ela dá uma piscadela para mim antes de ir, depois sussura: "Eu quero o dinheiro".

Ela continua atraente pra caralho.

Gang • Madison and ZiggyOnde histórias criam vida. Descubra agora