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- Nova York, 16 de abril de 2012

Eu estava sentada em uma das mesas externas da lanchonete, assim ficava mais fácil que Ziggy me visse. O lugar era esquisito, eu me perguntava se tinha feito a coisa certa.

No dia que liguei para Ziggy, fiquei em choque ao escutar sua voz. Mas eu estava falando com Ziggy, e não a minha Ziggy. Havia uma diferença para mim. Então ela chegou na lanchonete, não demorou muito tempo me procurando. Suas roupas também estavam diferentes, agora ela preferia usar roupas mais sociais.

- Oi, Zi...

- O que você quer? - Ela me interrompeu.

Ziggy não olhou para mim depois que chegou, e eu sinceramente nem esperava que ela viesse.

- Você falou de uma ajuda, não...

- Falei. - Ziggy interrompe novamente.

- Você vai me deixar falar, caralho?

Ela soltou uma risada nasal, depois cruzou os braços e colocou os pés na mesa.

- Preciso de dinheiro. - Eu disse, parecendo óbvia demais. Ziggy deu ombros.

- Quanto?

- O quê? Você vai...

- Eu disse que ajudaria, não disse?

- Disse.

- Então, quanto precisa?

- Com certeza mais de mil dólares, mas bem menos que um milhão.

- Eu quero um número exato, Madison.

Não sabia o que dizer, então olhei ao redor procurando por respostas, e achei uma pregada em um poste. "700 mil inscritos na faculdade de Manhattan".

- Setecentos mil dólares. - Eu disse, e quase não acreditei nas minhas palavras.

Ela soltou um assovio.

- Uau.

- Você disse que ajudaria.

- Isso é dinheiro pra cacete. Como vai pagar?

- Vou dar um jeito.

- Quero garantia, não só com palavras. Você com certeza vai querer se gabar para sei-lá-quem quando aparecer com todo esse dinheiro. Quer isso para ajudar na sua nova vida chique não é? Aposto que nem está acostumada com lugares assim.

Quando ela falou isso, tive uma vontade de rir, mas com muita vontade de chorar. Não existia vida chique, era só eu passando as noites numa pousada, preocupada com o que iria acontecer quando o dinheiro acabasse. Não existiam mais refeições certas, e as vezes eu passava até dois dias sem comer, só para sobrar mais dinheiro.

Cruzei meus braços e os coloquei sobre a mesa. Depois deitei minha cabeça em cima deles.

- Qual é a sua garantia? - Ela perguntou, acendendo um cigarro.

- Minha garantia... - Repeti. - Eu garanto que quando o que eu planejar der certo, te protegerei a qualquer custo.

Ziggy sorriu como se eu fosse idiota.

Gang • Madison and ZiggyOnde histórias criam vida. Descubra agora