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27 de dezembro de 2017 (capítulos 29-33)

(Ziggy Berman)

- Preciso de um favor seu. - Eu disse ao telefone. Blyssa suspirou.

- Outro?

- Encontre alguém para mim. Um tal de Julian, conhecido como dono da Goal records.

- Certo. Não desligue.

Fiquei quase deitada na cadeira da lanchonete e encarei o café na xícara. Estava aguado, eu fiz uma careta quando experimentei. A chuva estava molhando meus sapatos, eu não entendia como um clima podia ser tão incoveniente.

Madison provavelmente está dormindo, então terei tempo quando chegar. Não sei como Julian vai agir, o que talvez me faça demorar. Se ele for escandaloso e atrair atenção enquanto o mato, precisarei adiar essa diversão e atirar de uma vez. Caso não aconteça, posso fazer tudo conforme o planejado.

- Blyssa? - Perguntei por ela. Estou ficando sem tempo aqui.

- Estou quase - Sorriu. - Esses celulares são tão caros e fáceis de se ter acesso. Vou procurar pela sua localização atual.

- Vou torcer para que o filho da puta não esteja do outro lado do país.

- Está indo em direção a um tipo de bar chique - Ela me informou. - Fica na Champs Avenue. Acho melhor ter uma roupa decente.

Fiquei em silêncio, ela provavelmente entendeu.

- Merda, você parece uma criança. - Blyssa diz, e em seguida eu recebi um valor para comprar o que ela recomendou.

Desliguei o telefone e caminhei em direção a uma loja de roupas que ficava na outra calçada. Ela não me disse a quanto tempo de distância ele estava, por isso fui rápida. De cara gostei de um vestido que estava na vitrine, por isso entrei procurando por ele.

Não olhei muito bem os tamanhos ou nada do tipo. Só sei que ele era preto, e não tinha nada além disso, mas seria bom para disfarçar o sangue que eu precisasse esconder. Pego um par de saltos que com certeza me deixaram mais alta do que eu precisava estar.

Paguei, arrumei um lugar reservado qualquer para me vestir e então sinalizei para um táxi, assim segui para o bar. Em frente ao estabelecimento, percebi que ele era realmente chique. Segurei minha bolsa tiracolo com força, eu sabia que era burrice deixar uma arma tão exposta assim. Mas também estava impossível disfarçar por baixo do vestido. O canivete conseguiu ser camuflado.

Existe muitas coisas que eu odeio nos homens, e uma delas é esse olhar sempre lançado quando vê uma mulher com vestido marcando seu corpo. Passei direto por eles, tendo a consciência de que poderia ser presa se tentasse qualquer coisa.

Me sentei em frente ao balcão, e no início tentei as máximo parecer uma pessoa comum com o intuito de se divertir. Mas eu sabia que não era esse o motivo da minha visita. Pedi vodca para beber. Vodca pura, já que eu não sentia nada quando bebia, e isso era perfeito. Estou tentando evitar sentir qualquer coisa no momento.

Numa mesa mais distante, um grupo de homens de terno se sentou ali. Fiquei olhando atentamente, e se fosse por minha intuição, eu diria que nenhum tinha cara de Julian. Porém eles ainda usavam crachá, o que facilitou meu trabalho. Julian foi o único que veio no bar. Ele queria uma bebida diferente, e quase arrumou briga por isso.

Gang • Madison and ZiggyOnde histórias criam vida. Descubra agora