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Penitenciária de Nova York, 31 de março de 2018

(Ziggy Berman)

"Ziggy, eu ainda não sei o que é o amor. Ainda não sei o que é amar alguém desde que me afastei de você, e também não me sinto amada. Sinto muito por não conseguir descobrir o que é o amor mesmo depois de três meses.

Tentei achar respostas na internet porque não conseguia acreditar que era uma pergunta impossível, mas até a minha pesquisa falhou, então eu preciso te dizer o que acho que é o amor com minhas próprias palavras, e com certeza não é a melhor resposta, mas é sobre o que eu mesma acho que seja.

Não acho que eu saiba o que realmente é amar, porque na realidade eu nunca fui uma boa melhor amiga para você, e nem uma namorada depois. Acho que posso me referir assim? Namorada?. Talvez o amor seja quando você se preocupa tanto com outra pessoa a ponto de jamais machucá-la, nem com palavras e nem com atitudes. Talvez o amor seja quando você olha para alguém e pense: "merda, você é linda pra cacete e eu mal consigo respirar". Talvez o amor seja quando você tem certeza de que faria de tudo por aquela pessoa , porque a ama tanto que mesmo a morte vindo para ela, você iria se sacrificar. Não sei o que é amor, mas acho que não é apenas um sentimento de necessidade, algo que você se força a sentir apenas para ter alguém.

Quero saber o que é o amor, e não sei se consigo fazer isso sem você, porque, na verdade, talvez o amor seja quando seu coração bate mais forte ao ver alguém, ou quando você quer beijar aquela pessoa e passar um tempo juntas mesmo sem dizer nada uma para a outra, porque vocês se conhecem de uma forma tão especial que nem precisam de palavras para de comunicar e só o silêncio basta. Eu me sentia assim com você, mas isso foi há tanto tempo que talvez seja ridículo lembrar e achar que um dia sentirei isso novamente.

Também não sei se o amor é o nosso pior Inferno, a nossa maior destruição. Acho que é essa a resposta, mas eu jamais descobrirei."

Dobro a carta que recebi de Madison e a beijo antes de colocar no bolso dessa roupa laranja esquisita. Agora deve faltar pouco para o horário de visitas, então fico aguardando ansiosamente por ela.

- Então essa sua tal namorada finalmente vai aparecer? - Candyce pergunta, sorrindo de mim como de costume.

- Ela vai. Hoje.

- Eu duvido muito. E você também dúvida, só não admite.

Me deito na cama com a tentativa de ficar calma. Ela está dizendo tudo isso só para me provocar, e se eu sair do controle, não vou poder ver Madison depois de tanto tempo.

- É primeira carta que eu recebo - Digo, alisando o tecido que esconde a carta. - Isso significa que agora está perto de Madison vir até aqui.

- Sua tal namorada não é rica e famosa? O que diabos ela iria fazer aqui? Acho que você não vale o risco de perder a fama.

- Você não sabe de porra nenhuma.

- Nem você. Está presa aqui há três meses, não deve saber de nada sobre essa namorada. Ela com certeza arrumou outra.

- A Madison não é desse jeito. Cala a sua boca de merda antes que eu faça isso por você.

Candyce vai até as grades e deixa seus braços apoiados ali. Ela está aqui há dois anos, e já deve ter se acostumado com essa pose de sempre. Eu não vou passar tanto tempo, porque investigaram mal (o que de certa forma me ajudou) e acharam que meu único crime cometido foi participar da gangue de Megan.

Um dos funcionários para em frente a nossa cela, eu o observo com expectativa.

- Tem visita pra você, Berman.

- Caralho! - Candyce diz, e eu passo por ela com um sorriso vitorioso.

Sou levada até a sala de visitas que eu conhecia muito bem, porque consuma olhar para ela, esperando pelo dia que Madison viesse me ver.

Dessa vez, ela realmente está aqui. Consegui reconhecer mesmo com outras pessoas tumultuando a sala, mas minha Madison seria impossível de esquecer. Abaixo minha cabeça conforme me aproximo dela, porque quando olhar seu rosto, quero ter certeza de que não é imaginação.

Me sento na cadeira em frente a ela, mas Madison ignora esse fato e levanta da sua cadeira, vindo me abraçar como se quisesse isso há muito tempo. Eu sorrio, enrolando meus dedos entre seus fios de cabelo.

- Parece que você pensou um pouco sobre o que queria. - Eu digo, com um sorriso idiota.

- Quero ficar com você, Ziggy.

- Você realmente quer isso? - Pergunto, abraçando ela mais forte.

- Sim. Não tenho mais motivos para pensar sobre quando já sei minha resposta.

Ela se levanta e segura minha mão, eu a acompanho.

- Você pode ir para casa agora. - Madison diz, sorrindo. Ela segura minha mão mais forte e me beija suavemente.

- O que quer dizer? - Pergunto, olhando para ela.

- Eu paguei sua fiança. Você está livre.

- E então poderei finalmente ficar com você?

- Sim - Ela assente, sorrindo. - Sim, Ziggy.

-

Madison está de frente para seu armário, escolhendo uma blusa diferente da que está usando.

- O que acha dessa? - Ela pergunta.

- Eu estou... Livre - Sussurro, olhando para as minhas mãos. - e com Madison.

- Está tudo bem, Ziggy? - Madison se aproxima de mim, preocupada.

Olho para seu rosto, meu coração acelera.

- Você foi uma boa namorada para mim, Madison - Digo, lembrando da carta. - E... Talvez você ainda seja.

- Não fui. Eu deixei você e...

Segurei suas mãos e a impedi de continuar.

- Não importa a resposta sobre o que é o amor, Madison. O que sinto por você é o bastante para saber que ele não é um simples sentimento.

- Ziggy...

- Eu te amo, Madison - Digo perto dos seus lábios. - Quero que você sempre se lembre disso. Em todos os momentos.

- Eu amo você, Ziggy - Ela se senta ao meu lado e continua de mãos dadas comigo. - E nesses três meses, foi a única coisa que pensei em dizer para você. Eu te amo.

Gang • Madison and ZiggyOnde histórias criam vida. Descubra agora