Gang • Madison and Ziggy

- 33

- Hospedaria.

Abro a porta do quarto lentamente, o rosto coberto pelas minhas mãos. O quarto continua frio, eu me arrepio quando sinto.

- Ziggy, eu... - Começo, suspirando.

Fecho a porta do quarto, finalmente olho para cima, dou de cara com Ziggy deitada na cama chorando. Isso não é o mais chocante, não. O pior mesmo foi ver que ela estava com a arma contra sua testa, acariciando o gatilho.

- Ziggy! - Grito, correndo até ela. Jogo a arma para longe, prendo seus braços contra o colchão e ela cai.

É como se ela estivesse em transe, seu rosto não tem expressão e nem se move, apenas lágrimas escorrem continuamente pelo seu rosto.

- Por que você queria fazer isso? - Pergunto.

O silêncio continua, apenas seu choro é escutado.

- Responde Ziggy - Falo, encostando a minha testa na dela. - Me diz. Por favor.

- Você não liga - Sussurra ela, balançando a cabeça e chorando. - Só me deixa ir.

Seguro mais forte na sua mão, entrelaço nossos dedos e fecho meus olhos.

- Eu acho que não consigo fazer isso.

- Consegue sim - Disse ela, soltando minha mão. - Você sabe que consegue. Pode falar o que quiser de mim, Madison, mas você mudou pra caralho também.

Aperto ainda mais meus olhos, me controlo para não chorar.

- Você estava certa - Confesso. - Não posso esquecer alguém que amei por dois anos. Não consigo te perder.

- Você ainda me ama então?

Respiro fundo, reuno coragem para abrir os olhos e então eu vejo aquele lindo azul novamente.

- Não me pergunta isso. Por favor.

- A resposta é não?

- Ziggy...

- Se você realmente me amasse não seria tão difícil.

- Eu não sei, está bem? - Sussuro, a voz embargada. - Eu não sei, porque durante todo aquele tempo eu amava a minha Ziggy, mas depois daquele dia, quando te vi com uma arma, depois daquela revelação que você me fez, eu comecei a pensar que existia uma parte sombria de você. Uma parte que eu nunca conheci, e que detestaria conhecer.

- Aquilo... - Ziggy começa. - Eu nunca quis fazer parte de uma gangue, Madison. Acha mesmo que eu trocaria você por uma gangue de merda? - Ela toca no meu rosto e balança cabeça. - A resposta é não.