Gang • Madison and Ziggy

- 13

- Nova York 23 de novembro de 2017

Uma semana após a coletiva de imprensa, Julian enlouqueceu. Hoje seria o suposto lançamento da música, mas tudo deu errado. Mesmo com nossos esforços para tudo ficar pronto em uma semana (o que teoricamente já parecia impossível), a ideia desse lançamento foi a coisa mais maluca que já inventei.

- E como a gravadora fica nessa história? - Julian bate na mesa, está falando alto.

- Eu darei um jeito.

- Você disse a mesma coisa depois da coletiva. E agora não fez nada. Sinceramente, não acredito em nenhuma palavra que você diz.

- Eu darei um jeito, Julian.

Não me sinto exatamente segura com o contrato, porque ele precisaria pagar a multa caso precisasse romper, e seria mais que cinco por cento do que eu receberia se o começo tivesse sido com o pé direito.

- E como pretende fazer isso? Plagiando uma música para lançar esta noite? O que já é bem difícil. Ou talvez cantar a letra de uma música que você criou quando tinha dez anos?

- Eu sei o que fazer, porra. - Perco a calma, algo que geralmente detesto fazer.

Ele me encara com um ódio e surpresa misturados, provavelmente espera para que eu fale o que planejo.

- E então?

Espero que dê certo, mas não falo nada.

- O que você está planejando, Madison?

- Você saberá.

- Estou perdendo a paciência. Me fale agora o que você planeja fazer. - Ele segura meu pulso, me encara furioso.

- Tudo é passageiro demais para a mídia.

- Sem códigos. - Meu pulso é apertado mais forte.

- Me solta.

Ele não faz isso, eu tento me soltar mas é em vão.

- Acho melhor me falar agora. A minha gravadora também está em jogo, sua egoísta.

- A única culpada serei eu.

- E quem está por trás de tudo. - Ele completa.

- Julian, eu sei o que fazer. Tenho um plano. Mas não posso me atrasar ou aparecer diante de tantas pessoas com tantos acessórios.

Digo isso na esperança que ele me solte. Mais adornos e logo estarei parecendo um carro alegórico. Alterno as gargantilhas que uso, pois Ziggy acabou piorando o que já estava ruim.

Ele dá alguns passos para trás, logo sinto a palma de sua mão acertando meu rosto.

- Não estrague tudo, ou serei obrigado a acabar com sua carreira.

Ele tinha poder para fazer isso. E mais que isso, Julian poderia acabar comigo.