Capítulo 4 :

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Daniela: Olá, Carla. Atrapalho? — Daniela me perguntou notando que eu havia terminado de pentear os cabelos.

Carla: Não, eu já terminei.

Daniela: Eu queria te chamar para te mostrar a casa antes do jantar. É bom que você conheça tudo o mais rápido possível para ir se adaptando.

Carla: Claro, eu vou pegar a babá eletrônica. Malu já está dormindo. — fui até o criado-mudo, peguei o aparelho e calcei as sapatilhas — A propósito, o quartinho está lindo.

Daniela: Você sabe que pode redecorar à sua maneira. Agora essa casa também é sua.

Carla: Vou demorar a entender isso.

Daniela: Não se preocupe. — sorriu.

Eu gostei de Daniela. Ao contrário do irmão, ela era bastante simpática e atenciosa, mas eu não podia negar que meu desejo no momento era descobrir um pouco mais sobre Arthur, vê-lo novamente como se eu quisesse ter certeza de que ele era de verdade.

No corredor, Daniela me indicou mais um banheiro, a porta de seu quarto que ficava do outro lado, anterior à porta do quarto do irmão. Mais uma vez me perguntei como seria o quarto dele. A cama, os móveis, a decoração, seria tudo discreto e neutro? Arthur parecia ser o tipo de homem que o quarto era decorado com detalhes pretos, assim como o lençol da cama. Será que eu estava certa? Eu adoraria descobrir.

Quando descemos as escadas, Daniela caminhou para os fundos do hall e abriu uma grande porta bem talhada da cor branca. Uma enorme sala de estar se materializou na minha frente. O piso ainda claro como o da entrada, o tapete cinza era de bouclê e bastante macio. Uma grande parede de vidro ficava do lado direito dando uma boa visão do jardim, mas por estar de noite preferi deixar para observar aquele detalhe pela manhã. Os sofás de couro eram brancos, mas algumas almofadas pretas e cinzas faziam o contraste. Lindos vasos com flores davam um toque colorido ao ambiente e alegria ao lugar, ficando dispostos em cada quina nos fundos.

Do lado direito um grande piano de cauda estava solitário e eu me perguntava se alguém se sentava ali para tocar. Sempre achei um instrumento melódico e suave, mas nunca tive a oportunidade de aprender. Cortinas claras faziam o ambiente parecer ainda maior.

Daniela: Aqui é a sala de estar. — Ela disse, mas não se deteve durante muito tempo a esse detalhe — Venha por aqui, te mostrarei a sala de jantar.

Passamos através de um arco do lado direito da sala e entramos em um pequeno hall onde uma grande porta que parecia com a da sala de estar deu passagem para uma bela sala de jantar. Uma bela mesa retangular com tampo de vidro estava no meio sob um lustre de cristal. Os pés eram de madeira bem talhada e as cadeiras seguiam o mesmo material com estocados cor de areia. A parede direita tinha pequenas pastilhas que mesclava as cores gelo, marrom, marfim e cinza. Um aparador de madeira estava encostado à parede decorado com um vaso de flores. Ao fundo uma vidraça também dava vista para um jardim.

Daniela: Vamos conhecer a cozinha, Carla. — Ela, saiu pelo lado esquerdo.

O que vi em seguida foi uma enorme cozinha muito bem equipada onde uma cozinheira mexia em algumas panelas diante do fogão. Pareceu não notar nossa chegada apesar dos barulhos dos saltos de Daniela sobre o chão de porcelanato. As bancadas e armários tinham o mesmo tom amadeirado da sala de jantar, um enorme balcão estava no meio da cozinha e a geladeira de inox era imensa. Nunca estive em uma cozinha tão bem equipada, mas era de se imaginar que em uma mansão onde recebiam várias pessoas para jantar, os cozinheiros tinham tudo à mão e espaço suficiente para trabalharem.

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