Capítulo 60 :

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Logo após o almoço, eu dei um banho em Malu e a coloquei para dormir, ninando-a com todo o carinho. Peguei a babá eletrônica e assim que saí do quarto dela, olhei para o lado direito do corredor. Mordi meu lábio sem conseguir conter a vontade de ir até o quarto de Arthur. Caminhei até lá e abri a porta devagar, entrei no cômodo silencioso que parecia carregar o perfume masculino dele em cada parede e nos lençóis brancos imaculadamente esticados.

De maneira instantânea, imagens de nós dois rolando naquele colchão, entre gemidos e mãos que deslizavam como se quisessem ter certeza de que conheciam cada parte do corpo do outro, brotaram em minha mente me fazendo suspirar e sentir uma necessidade de estar ao lado dele. Caminhei até a varanda de seu quarto e fui até uma das espreguiçadeiras acolchoadas e me recostei em uma das partes cobertas. Deixei sobre uma mesinha a babá eletrônica e o celular e fechei os olhos aproveitando a brisa fresca.

Cochilei algumas vezes, mas acordava assustada e um pouco confusa sobre onde estava, mas logo me sentia tranquila reconhecendo a varanda do quarto de Arthur. Entre cochilos, ouvi o toque do celular e acordei sobressaltada, tateando a mesa em busca do aparelho. Sorri ao ver o nome dele no visor e mordi o lábio contendo um sorriso.

Carla: Oi, querido. — atendi de uma maneira carinhosa adorando receber sua ligação, a saudade pareceu se intensificar e olha que estávamos apenas algumas horas separados.

Arthur: Acabei de chegar, já está anoitecendo e terei uma suíte no hotel que não poderá ser desfrutada da maneira que eu gostaria. — notei malícia em sua voz.

Carla: Como seria isso, Sr. Picoli? — perguntei sem tirar o sorriso dos lábios.

Arthur: A noite seria longa sobre a cama na companhia da minha namorada. — a última palavra saiu mais forte, deixando-me toda arrepiada.

Carla: Já estou sentindo sua falta. — confessei sem precisar esconder minha necessidade.

Arthur: Eu também, querida. Acredite, passarei uma semana de cão longe de você, mas como prometido ligarei todos os dias. Sei que vamos encontrar maneiras de lidar com toda essa vontade.

Carla: Eu estou na varanda do seu quarto, espero que não tenha problema.

Arthur: Claro que não, Carla. Esse quarto agora é nosso. — sua voz saiu mais rouca e eu sabia que aquele era seu tom de voz sério — Eu iria achar maravilhoso se você passasse a noite em minha cama mesmo que eu não esteja nela. Me conforta saber que você está aí.

Carla: É uma possibilidade tentadora.

Arthur: Faça isso. A cama agora é nossa, querida. Preciso desligar, tomarei um banho e vou comer alguma coisa, eu te ligo antes de dormir, preciso tentar regular meu organismo ao fuso horário porque terei uma reunião amanhã de manhã.

Carla: Tudo bem, Arthur. Descanse um pouco também, a sua viagem foi longa.

Arthur: Pode deixar, eu vou ficar bem. Cuide-se e qualquer coisa me ligue.

Desligamos e eu coloquei novamente o celular sobre a mesinha e voltei a me recostar em uma posição mais confortável. Voltei a cochilar agora mais relaxada, sem despertar em intervalo de minutos. Quando a posição se tornou desconfortável, despertei me sentindo renovada vendo o sol começar a baixar. Passei a mão em um dos meus braços querendo sentir o abraço de Arthur, mas tratei de deixar de lado esse pensamento já que teria que lidar com uma semana longe dele. O que me consolava era saber que aquela saudade era mútua.

Carla: Quem diria que um dia estaríamos assim. — falei comigo mesma em meio a sorrisos ainda sem conseguir acreditar em tudo que estava acontecendo entre nós.

Quem é você, Arthur? Onde histórias criam vida. Descubra agora