Capítulo 92 :

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Arthur: Há quanto tempo você suspeitava? — foram suas primeiras palavras depois de um longo silêncio.

Daniela: Na verdade, desconfiei durante alguns dias, até que fui ao laboratório e hoje pela manhã peguei o resultado. — ela meneou a cabeça fazendo seus cabelos pretos roçarem seus ombros — Por que não demonstra estar feliz?

Arthur: Estou surpreso, apenas isso. — ele olhou diretamente para Davi — Suponho que agora você definitivamente faz parte da família.

Davi: Ter um filho sempre foi um sonho e poder vê-lo ser realizado com Daniela tornou tudo especial. Sei que parece cedo, mas nunca tivemos tanta certeza de algo como agora. — ele voltou a segurar a mão da namorada.

Arthur: Meus parabéns! — Arthur fez um leve aceno com a cabeça e procurou minha mão com a sua, apertando-a sem colocar muita pressão — Eu vou ser titio novamente.

Daniela: Sim. — Daniela balançou a cabeça efusivamente — E eu espero que você mime muito o seu sobrinho ou sobrinha. É para isso que os tios servem.

Arthur: Até lá terei experiência suficiente com isso graças à Malu. — senti os dedos longos se entrelaçando nos meus — Que a nível de informação, agora é minha filha também.

Daniela: Oh, que maravilha! — ela exclamou abrindo um enorme sorriso — Malu é uma criança linda e acho que vocês três formam uma família perfeita.

Davi: Então meu filho terá uma priminha. — Davi se pronunciou sem tirar o sorriso do rosto.

Carla: Arthur tem se mostrado um pai maravilhoso. — olhei para ele que me retribuiu o olhar de maneira intensa.

Daniela: Eu sempre soube que o instinto paternal do meu irmão era bastante forte.

Carla: Ele realmente é um pai incrível. — suspirei sem esconder meus sentimentos.

Arthur: Agradeço os elogios. — ele olhou para Daniela — De quanto tempo é a gravidez? — ele mudou de assunto e percebi seu desconforto em ser tão elogiado sobre aquilo já que a paternidade era um assunto bastante novo para ele.

Daniela: Um mês e meio. Eu marquei uma consulta para amanhã. Quero ver se está tudo bem. — ela colocou a mão sobre o ventre — Farei de tudo para manter meu bebê saudável.

Carla: As consultas são mesmo muito importantes, Dani. — eu lhe disse consciente da mão quente de Arthur.

Daniela: Agora podemos falar sobre maternidade, você me dará conselhos e vamos sair para fazer compras para o bebê. — ela falava animada quase dando pequenos pulinhos na cadeira.

Eu sorri e os próximos quinze minutos foram seguidos por uma conversa descontraída. Davi parecia o tipo de pai que seria cuidadoso e Arthur pareceu relaxar um pouco mais, talvez deixando de se preocupar tanto com o bem estar da irmã. Nós quatro nos levantamos e ele precisou se desculpar dizendo que tinha que chegar sua caixa de e-mails, pois estava esperando a cópia de um contrato para ser analisado.

Assim que ele se retirou, eu precisei subir e verificar se Malu já tinha acordado. Ultimamente ela não chorava ao despertar, portanto o silêncio na babá eletrônica não significava necessariamente que ela continuava dormindo. Como previsto, Malu estava sentada no berço puxando as grandes orelhas de um cachorro de pano que eu comprei para ela na primeira vez que fiz compras no Rio de Janeiro. Sorri pegando-a no colo e descendo para a cozinha onde a mamadeira dela já estava pronta. Agradeci a Beth após verificar a temperatura. Fui até o quarto de Arthur e me sentei na poltrona onde relaxei deixando Malu em meu colo enquanto lhe dava a vitamina.

Pensei na notícia que Daniela deu durante o jantar e na reação de Arthur. Será que ele realmente gostou de saber que será tio? Coloquei a mamadeira vazia sobre a mesinha ao lado da poltrona e deixei Malu recostada em meu peito um pouco sonolenta. Arthur entrou no quarto alguns minutos depois e pousou seu olhar sobre mim. Ele se aproximou devagar e agachou-se ao lado da poltrona.

Arthur: Que bom que está aqui. — ouvi sua voz serena enquanto sua mão segurava meu joelho.

Carla: Tenho me acostumado bastante a esse quarto.

Arthur: Essa é a intenção. — sua carícia era bastante discreta — Eu quero que esse quarto seja nosso. Traga suas coisas para cá.

Carla: Está falando sério? — fiquei um pouco surpresa com a ordem.

Arthur: Dormimos juntos todas as noites, não faz sentido nenhum que você deixe suas coisas em outro quarto.

Carla: Eu providencio isso amanhã.

Arthur: Ótimo! — ele se levantou e caminhou até a outra poltrona relaxando seu corpo grande — O que achou da notícia de Dani?

Carla: Um pouco surpreendente, mas fiquei feliz. — ajeitei Malu em meu colo e inclinei a cabeça para o lado — E você, o que achou?

Arthur: Também fiquei surpreso. Bastante, na verdade. Eu acredito que é um pouco cedo, mas ela parece tão feliz e segura do que quer.

Carla: Davi é um bom homem, sei que os dois vão lidar muito bem com a responsabilidade que é ter um filho.

Arthur: Eu me pergunto como teria reagido se não tivesse conhecido você. Provavelmente ia me afundar pensando por que eu era o único que não podia sentir esse prazer de ter um filho. — vi que ele fechou os olhos e suspirou — Soa egoísta, eu sei.

Carla: É egoísta, mas eu entendo como você se sentia. Foi complicado para você lidar com o fato de não poder ter filhos. — levantei ajeitando Malu, sentindo sua cabeça no meu ombro — Mas agora olha sua filha, meu amor.

Seu sorriso se abriu ao me ver de frente para ele com Malu em meu colo. Estendeu os braços e pegou-a no colo aninhando-a em seu peitoral devagar. A cena era linda, enchia meu coração de alegria e eu sorri bastante contente.

Arthur: Graças a você, querida.

Malu: Papa... — Ela disse ainda sonolenta.

Arthur: É o papai princesa.

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