Capítulo 75 :

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O resto da noite foi melhor. Eu consegui ficar com Arthur na cama após lanchar e ele me distraiu contando sobre alguns planos que tinha em relação à nova marca de cosméticos, o que incluía uma festa para divulgação da marca no mercado com a qualidade e imagem dos Picolis. Toda a conversa me fez esquecer o pânico daquele dia e consegui pegar no sono mais calma sentindo o calor do corpo de Arthur grudado ao meu.

Na manhã seguinte, despertei sentindo que a claridade entrava pelas frestas das cortinas. Pisquei algumas vezes e me espreguicei rolando na cama percebendo que Arthur já havia levantado e eu estava sozinha. Respirei fundo e me sentei devagar sobre o colchão macio e afastei os lençóis descobrindo minhas pernas. Olhei para o relógio sobre o criado-mudo e constatei que já passavam das dez horas da manhã.

Arthur estaria na empresa? Levantei devagar e fui até o banheiro, fiz minha higiene e peguei o robe vestindo-o sobre minha camisola. Quando ia sair do quarto, vi Arthur entrar vestindo jeans e uma camisa social cinza chumbo, vestido de maneira casual, porém elegante. Este era o homem por quem eu tinha me apaixonado. Não perdia a pose nem mesmo quando estava em casa. Ele se aproximou de mim e eu pude sentir o cheiro do seu perfume masculino invadindo minhas narinas, me acalmando com sua presença.

Arthur: Bom dia. — ele me abraçou envolvendo meu corpo em seus braços fortes — Dormiu bem?

Carla: Sim, e até dormi bastante. — recostei minha cabeça em seu peitoral envolvendo sua cintura — Acordou faz tempo?

Arthur: Algumas horas. Beth vai trazer seu café da manhã no quarto, não se preocupe.

Carla: Achei que tivesse ido à empresa. — levantei a cabeça oferecendo meus lábios para um beijo.

Arthur: Eu jamais deixaria você aqui sozinha, querida. — senti seu beijo calmo envolvendo meus lábios e me fazendo gemer de satisfação — Depois do almoço teremos aquela reunião para saber que medidas podemos tomar.

Carla: Obrigada, meu amor. — sorri para ele me sentindo confiante.

Arthur: Não me agradeça. Tudo o que faço é por nós dois em nome do que sinto por você. — seus dedos tocaram de leve minha bochecha — Te amo, querida.

Carla: Também amo você.

Fiquei na ponta dos pés e o beijei profundamente sentindo sua mão deslizar para minha nuca enquanto nossos corpos ficavam ainda mais grudados. Senti minha língua ser envolvida pela dele enquanto eu gemia de satisfação sentindo sua mão deslizando pelas minhas costas. Meu corpo sentia falta dele e aquele contato era uma maneira que sempre tínhamos para mostrar que tudo ficaria bem. Sexo era o remédio perfeito para nós dois, uma maneira de nos acalmar e demonstrar que estaríamos sempre juntos.

Ele era o homem que eu amaria por toda a vida, esta era a minha única certeza. Uma batida na ponta nos interrompeu e Arthur gemeu de frustração contra meus lábios. Por que diabos eu pedi para que ela trouxesse o café aqui?

Carla: Você quis me mimar. — sorri me separando dele devagar também sentindo frustração, já que meu corpo estava incendiando.

Arthur: Parece que eu esqueci o quanto sexo matinal é gostoso.

Mandei um beijinho no ar e ele retribuiu beijando as costas da minha mão. Arthur abriu a porta dando passagem para Beth que carregava uma bandeja muito bem servida de torradas, panquecas, iogurte e suco.

Beth: Com licença, Sr. Picoli. — fez um leve aceno de cabeça muito polido e entrou carregando a bandeja — Bom dia, Srta. Diaz.

Carla: Bom dia, Beth.

A governanta deixou a bandeja sobre o criado mudo e saiu em silêncio de maneira bastante discreta enquanto Arthur a acompanhava até que saísse do quarto, fechando a porta em seguida. Ele me olhou e estendeu sua mão de maneira convidativa a qual eu não consegui recusar. Caminhei até ele devagar e o vi levando minha mão até os lábios para beijar os nós dos meus dedos.

Arthur: Venha, você precisa se alimentar. — era uma ordem implícita, bem típica dele.

Carla: Você já tomou seu café?

Arthur: Sim, não se preocupe comigo, querida. Quero que coma com tranquilidade. Malu está bem, Dani está com ela lá embaixo.

Ele me fez sentar novamente na cama e pegou a bandeja colocando-a sobre o colchão fazendo meu estômago roncar diante das delícias que Beth preparava.

Arthur: Minha irmã ainda não sabe o que houve, não quis dizer nada sem te perguntar se você preferia ou não manter segredo.

Carla: Eu acho que Dani deve saber. Ela se apegou muito à Malu e eu não me sentiria bem escondendo isso dela, já que cuidou tantas vezes da minha filha quando precisei trabalhar e viajar. — peguei uma torrada e a lambuzei com geleia de amora — Mas gostaria de pedir que você contasse o que aconteceu, prefiro voltar a não pensar nas palavras dele. Hoje me sinto melhor e mais confiante de que tudo dará certo.

Arthur: Não se preocupe com isso, eu tomarei todas as providências. — senti que ele afastava uma mexa do meu cabelo que caiu sobre minha testa e colocou atrás da minha orelha — Apenas coma, tome um banho e vamos para o jardim.

Carla: Não sei o que seria de mim sem você.

Seus olhos brilhavam intensamente e seu sorriso se abriu aquecendo meu coração. Ambos ficamos em silêncio enquanto eu comia meu café e algumas vezes Arthur me dava um pedaço de panqueca na boca. Eu estava adorando aquele mimo e demorei, propositalmente, um pouco mais para terminar de comer. Ele levou a bandeja para baixo enquanto eu tomava um banho e pensava no quanto estava sendo mais fácil encarar a situação tendo Arthur ao meu lado. Após o banho escolhi um vestido amarelo de alças e decote arredondado, uma sandália rasteirinha cor marfim. Prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e fiz uma leve maquiagem já que depois teria uma reunião com a advogada de Arthur.

Desci as escadas e fui procurar por Malu que estava sentada no sofá com Daniela brincando com a boneca que Arthur havia lhe dado em seu aniversário. Sorri pensando no quanto ela gostava do presente e o quanto era importante que aquele detalhe chamasse a atenção dele.

Carla: Bom dia! — cumprimentei Daniela que sorriu de volta enquanto eu me sentava na outra ponta do sofá para pegar Malu no colo.

Daniela: Bom dia, Carla. Meu irmão está no escritório em uma ligação de negócios, disse para você esperá-lo.

Carla: Obrigada. — agradeci o recado e enchi Malu de beijinhos no rosto enquanto ela continuava segurando os cabelos da boneca — Como vão as coisas no seu novo emprego? — perguntei sobre o trabalho que ela conseguiu na empresa de organização de eventos de uma amiga.

Daniela: Tem sido maravilhoso! Todos esses anos organizando festas na família me fizeram adquirir bastante experiência e quando fui convidada para ajudar na empresa da minha amiga, fiquei um pouco insegura, afinal, organizar a festa dos outros, seguindo as preferências de outra pessoa é um pouco mais difícil, mas por sorte tem sido bastante interessante e tem feito um grande sucesso. Até mesmo o número de contratos com a empresa anda aumentando e estamos precisando estender os prazos. Acredita que estamos agendando festas até mesmo com quatro meses de antecedência?

Carla: Fico tão feliz por você. Sei que está fazendo o que gosta e dá pra notar seus olhos brilhando quando falta do seu novo emprego.

Daniela: Arthur quem sempre teve talento para os negócios, sempre gostou de cuidar da empresa, isso é a essência dele, mas não a minha e nem a da Thaís que foi embora do país pra ficar longe desse "mundo" — Sorriu — Sabe é bom ter algo para me ocupar e ao mesmo tempo ser o que eu gosto de fazer.

Carla: Eu fico feliz. — disse sincera.

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