Capítulo 88 :

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Arthur: Não quero que se culpe por nada. Eu agi daquela maneira e não me arrependo. Matheus estava precisando tomar porrada.

Carla: É difícil não me preocupar, mas tentarei ficar calma.

Arthur: Deixe que eu vou resolver tudo.

Carla: Posso te perguntar uma coisa? — olhei dentro dos seus olhos sentindo uma emoção tomar conta do meu peito.

Arthur: Claro. — ele pareceu curioso.

Carla: Por que agora você se sentiu como pai de Malu? O que aconteceu para você mudar? Eu estou tão feliz que não consigo acreditar. — suspirei e sorri — É claro que sei que você tem lidado muito bem com ela, mas ser pai me parece um sonho! — minha animação foi crescente.

Arthur: Realmente aconteceu algo, Carla. — seu tom de voz diminuiu.

Carla: Eu quero saber, por favor. — segurei seu braço tentando lhe passar segurança.

Arthur: Quando viajamos, houve um momento em que você estava tomando banho e eu precisei pegar  Malu no colo porque ela começou a chorar. — respirou fundo e desviou o olhar por alguns segundos antes de pousar os olhos em mim novamente — Ela me chamou de papai. Na verdade foi algo como "papa".

Carla: Sério? — arregalei os olhos de surpresa — Malu te vê como pai.

Arthur: Foi daí que senti realmente como se algo especial existisse. Depois de tudo que conversamos, dos complexos que eu tinha por não ser capaz de me tornar pai, no momento em que Malu me chamou de "papai", foi um turbilhão de emoções.

Carla: Para Malu, você é o pai dela e não há ninguém para dizer o contrário disso.

O abracei pelo pescoço e sorri me sentindo extremamente feliz com aquela revelação e nem os problemas com Matheus seriam capazes de estragar isso.

Arthur: Hoje eu briguei por você e por ela também. Ver Malu me chamar de pai fez com que eu me sentisse orgulhoso e jamais deixaria que ela passasse pela situação de descobrir que seu pai biológico é um grande filho da puta.

Carla: Agora mais do que nunca está claro que você é o pai dela. Você desenvolveu o instinto protetor.

Arthur: Vou defender isso pelo resto da minha vida.

Carla: Eu amo você.

Sorri e o vi dar um de seus sorrisos no qual mostrava os dentes perfeitamente alinhados. Ele sem dúvidas era o homem mais bonito que eu já tinha visto.

Arthur se aproximou e tocou meus lábios com os dele em um primeiro momento de maneira leve, em seguida nossas línguas se tocaram e o beijo ganhou outra intensidade. Talvez tivéssemos nos empolgado mais, porém ele começou a gemer quando sentiu dor no corte no canto da boca.

Carla: Desculpe. — eu disse baixinho deslizando uma mão até sua bochecha — Não acha melhor irmos para casa depois de tudo isso?

Arthur: Sim, eu acho melhor. — soltou-me devagar depois de um leve selinho em meus lábios — Pegue suas coisas enquanto eu ligo para Olivia.

Arthur foi até sua mesa e rapidamente fez a ligação apertando o botão que o comunicava direto com sua secretária. Em questão de poucos segundos, a voz dela preencheu a sala.

Olívia: Pois não, Sr. Picoli.

Arthur: Desmarque qualquer compromisso meu para hoje, estou indo para casa.

Olívia: Farei imediatamente.

Depois de pegarmos tudo, Arthur foi dirigindo seu Lincoln pelas ruas do Rio de Janeiro totalmente em silêncio. Eu sabia que era um sinal de que ele estava pensando em algo importante, pois algumas vezes eu podia ver suas sobrancelhas se unindo. Assim que chegamos em casa, ao descer do carro, Arthur segurou minha mão e eu me virei para olhá-lo.

Arthur: Eu gostaria de te acompanhar até a Malu. — sua voz estava carregada de uma emoção difícil de descrever.

Carla: É claro! — sorri para lhe passar confiança. — Vou adorar que você esteja conosco.

Arthur assentiu e passou seu braço por trás de mim e segurou minha cintura. Beth nos disse que Daniela estava com Malu na beira da piscina. A irmã de Arthur estava sentada em uma cadeira enquanto minha filha brincava com a boneca dada por ele em seu colo. Assim que nos viu chegar, ela sorriu abertamente e esticou os bracinhos em nossa direção.

Carla: A mamãe chegou, meu amor! — eu disse pegando-a no colo com carinho e lhe dando um beijinho na bochecha.

Daniela: Eu estava começando a ficar sem ter o que fazer para distraí-la. — Ela se levantou e ajeitou a saia passando a mão na parte da frente — Cada dia que passa ela sente menos sono. — sorriu — Como foi o dia de trabalho? — somente agora ela pareceu notar que Arthur estava com o lábio cortado — O que aconteceu?

Arthur: Eu briguei com Matheus. — ele respondeu e eu senti que me puxava para mais perto.

Daniela: Vocês se agrediram?

Arthur: Mutuamente, mas fui eu quem parti pra cima.

Daniela: Onde foi que isso aconteceu?

Arthur: Em frente à empresa na hora do almoço. — ele fez uma breve pausa antes de continuar — Na calçada.

Daniela: Meu Deus! Então várias pessoas viram a cena! — ela exclamou evidentemente chocava colocando uma das mãos sobre a boca.

Arthur: Exatamente. — Arthur fez um breve aceno com a cabeça — Agora a Sarah vai trabalhar no caso também em cima da agressão.

Daniela: Me parece sério.

Arthur: Um pouco, mas vamos dar um jeito.

Daniela: Sei que sim. — Daniela beijou o rosto do irmão — Vou torcer para tudo ficar bem. Agora deixarei vocês curtindo um pouco essa princesinha e vou ligar para Davi e tentar marcar um jantar. — Ela se afastou jogando seus cabelos pretos, de um lado para outro, presos em um rabo.

Arthur se virou e ficou de frente para mim olhando meus olhos. Ele era um homem extremamente bonito e me despertava uma emoção sempre que me olhava nos olhos.

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