Capítulo 66 :

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Sentei sobre a cama e retirei o tênis colocando os pés para cima e recostando na cabeceira. Revirei minha bolsa e peguei o celular com uma enxurrada de chamadas não atendidas e mensagens de Arthur. Mordi meu lábio nervosa percebendo que eu havia esquecido completamente do meu celular e nem mesmo havia percebido que ele tocava, pois estava no silencioso. Retornei a ligação para Arthur que atendeu logo no primeiro toque.

Arthur: Carla, onde diabos você se meteu, porra? — estava quase gritando no telefone e bastante nervoso.

Carla: Eu saí, acabei de chegar em casa. — Diferente dele, falei calma.

Arthur: Estou te ligando o dia todo, não é possível que você não tenha pegado seu telefone pelo menos um minuto!

Carla: Fiquei distraída, é o aniversário da Malu e saí com ela para dar um passeio.

Arthur: Você sabia que eu ia te ligar, Carla.

Carla: Me desculpe, Arthur. Eu realmente me distraí. Ando tendo pouco tempo com minha filha, hoje tirei o dia para ela e acabei esquecendo o resto do mundo.

Arthur: Eu estava preocupado.

Carla: Não vai acontecer novamente, eu prometo. — fechei os olhos — Eu me diverti tanto hoje, não quero que discuta comigo e estrague isso.

Arthur: Onde você foi?

Carla: Fui a um parque, conheci uma mulher bem legal. Acho que podemos nos tornar amigas, sinto que agora estou fazendo mais parte deste lugar, conhecendo gente nova. Depois fui a um restaurante e comprei algumas roupinhas para Malu.

Arthur: Quem é essa mulher que você conheceu?

Carla: Ela se chama Abby, mora no Jardim botânico, tem um filho de quase dois anos e um marido que é bombeiro. Acho que nos parecemos bastante, por isso acredito que podemos nos tornar amigas.

Continuei contando sobre meu dia e Arthur fez um breve relato sobre o seu, carregado de reuniões e contratos. Conversamos cerca de dez minutos antes de nos despedirmos com ele dando um aviso de que ligaria no dia seguinte pela manhã e deixando claro que queria ser atendido.

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Cada dia que passava, a saudade em relação a Arthur ia aumentando. Falávamos-nos todos os dias, mas ao invés de diminuir a falta que ele me fazia, aumentava ainda mais toda vez que ouvia sua voz, desejando tê-lo perto de mim sussurrando em meu ouvido.

No trabalho almocei com Olivia e conversamos um pouco sobre seu novo namorado. Ele era descendente de japoneses e tinha uma loja de eletrônicos no centro. As horas se arrastaram, eu li uma boa quantidade de contratos e anotei alguns pontos que gostaria de conversar com Arthur para me esclarecer. Pensar nele trazia à tona toda a falta que estava fazendo ao meu lado, seu corpo quente e musculoso contra o meu e sua respiração calma enquanto dormia.

Voltei para casa com Charles desejando que Arthur voltasse logo e retomasse nossa rotina de voltarmos juntos logo após alguns beijos no elevador. Aproveitei que o sol ainda estava se pondo e peguei Malu no colo para dar um passeio no jardim. Sentei em um dos bancos e deixei que ela caminhasse enquanto passava a mão em algumas flores sob meu alerta de que não poderia arrancá-las.

Daniela: Carla!

A voz de Daniela me distraiu e eu olhei rápido para o lado vendo-a com um vestido azul marinho com decote quadrado na altura dos joelhos que lhe modelava o corpo e um sapato preto de salto alto. Os cabelos estavam lisos e soltos e ela carregava uma expressão preocupada no rosto.

Quem é você, Arthur? Onde histórias criam vida. Descubra agora