Capítulo 57 :

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Carla: Obrigada por me trazer a esse restaurante lindo, estou completamente encantada. — disse segurando a bolsa em meu colo mantendo o olhar preso ao dele.

Arthur: Vou te levar a muitos lugares ainda, Carla. Não precisa me agradecer. — Arthur se inclinou um pouco para frente e eu pude notar o brilho em seus olhos — É um prazer para mim te trazer até aqui. Por um momento achei que te perderia quando contei meu segredo, mas olhe para você, está aqui comigo.

Carla: Não precisa fazer nada para retribuir o fato de eu não ter te deixado, Arthur. Jamais faria algo assim. Estou descobrindo um lado meu que eu ainda não conhecia.

Arthur: Qual?

Carla: Meu lado mulher. — respirei fundo um pouco envergonhada.

Arthur: Carla, querida, eu quero despertar muitas coisas em você. Todas boas, claro. — piscou para mim e eu mordi meu lábio inferior, soltando-o rapidamente ao notar o garçom vir até nós com a garrafa de vinho, servido a bebida com bastante classe.

Arthur esperou até que o garçom se afastasse e pegou sua taça de vinho levantando-a fazendo um convite silencioso para que brindássemos. Fiz o mesmo e chocamos lentamente o cristal, sem desviar nossos olhares. Ele girou o conteúdo escuro dentro da taça e sentiu seu aroma antes de provar um pouco seu sabor.  Percebi que ele movimentava o líquido dentro de sua boca antes de engolir como um verdadeiro especialista em vinhos e sorriu para mim.

Arthur: Beba, Carla. Tenho certeza de que vai gostar. A safra está excelente.

Eu o obedeci. Arthur era o tipo de homem dominador, que dava ordens de maneira com que parecessem apenas pedidos, e eu as obedecia sempre.  Não sei o que ele estava fazendo comigo, mas eu adorava estar sob seu poder, ser protegida e consequentemente, ter me tornado o centro de toda sua atenção. 

Provei o vinho e soltei um leve gemido de satisfação com o sabor do líquido sobre minha língua. Era delicioso, suave e impactante ao mesmo tempo. Sorri e pousei a taça sobre a mesa, dirigindo minha atenção de volta a Arthur.

Carla: É delicioso, você sabe escolher um bom vinho.

Arthur: Obrigado. — ele esticou a mão sobre a mesa convidando-me a lhe dar a minha, o que fiz de bom grado.

Carla: Arthur, me fale sobre a mulher que estava na galeria. Você disse que era uma ex-namorada. Mas o que houve? Você a estava evitando.

Arthur: Nosso namoro não terminou bem. Na verdade, um noivado. Karen sempre foi arrogante, o que para mim nunca foi nenhum problema, já que nunca fui santo, mas ela queria se casar, ter filhos, montar uma família perfeita para manter sua imagem de dama da sociedade.  Quando descobriu que eu não podia ter filhos, armou um escândalo que só consegui esconder de Dani porque ela estava viajando, tinha ido visitar a Thaís, nossa irmã mais velha. Karen se afastou da família e acredito que acabou falando com minha irmã hoje por um acaso.

Carla: Quando Daniela soube que vocês terminaram, o que ela disse?

Arthur: Nada em especial, eu disfarcei dizendo que não queria mais nada com a Karen, que nós dois como um casal já não funcionava mais e decidimos terminar.

Carla: Você a amava? — perguntei prendendo a respiração em seguida me sentindo um pouco nervosa pela resposta, sem me preocupar em saber o porquê aquilo era tão importante.

Arthur: Não, mas eu sabia que um dia teria que me casar e pensei na possibilidade de que talvez Karen fosse uma boa esposa, mas estava enganado. Por sorte eu estava enganado. — ele respirou fundo — Se fosse antes, isso teria me afetado por conta do meu problema, mas depois de ti e depois das coisas que me disse naquela noite, tudo que houve é parte do passado.

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