9• Só quero ajudar.

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Na segunda depois de deixar Giulia na escola fui a um lugar, queria fazer algo e não dava pra adiar, parei o carro em frente a escola de artes e desci, caminhei para dentro dela em busca da reitoria.

- bom dia! Gostaria de falar com o reitor - parei em frente a uma moça sentada em uma mesa com uma plaquinha escrito "Anna Garcia - secretaria".

- bom dia! Ele está ocupado! Sobre o que seria?

- soube que vocês tem bolsas de estudo!

- sim mais no momento já foram todas distribuídas.

- eu sei, eu quero saber como faço pra... Contribuir.

- senhor?

- já posso falar com ele? - perguntei um tanto rude.

- só um minuto... - a mulher pegou o telefone e falou o que eu queria, ela repetiu e depois desligou - ele vai lhe receber - ela falou levantando e indo até a porta

- obrigado - murmurei quando Anna a abriu, entrei e a garota fechou novamente.

- bom dia... - o homem negro e careca falou ao me ver entrar - sou Richard Webber.

- Andrew DeLuca - apertei a mão que ele oferecia.

- sente, minha secretária falou que quer pagar uma bolsa?

- sim! Eu sei que todo ano vocês dão 5 bolsas para alunos, e que tem uma lista extensa.

- sim! São muitos candidatos e escolher cinco dentre eles é sempre difícil.

- tem uma garota! O nome dela é Meredith Grey... Ela tentou uma bolsa, mas por algum motivo não conseguiu, eu não sei o porquê, na verdade ela toca lindamente violino, está na orquestra sinfônica e tudo.

O homem me olhava sem entender.

- como faço pra pagar para ela ter uma bolsa? - perguntei de uma vez.

- não dá pra fazer isso, as bolsas são criadas apartir do número de alunos, um valor é separado pra isso.... Não dá só pra pagar... É mais fácil o senhor pagar a mensalidade.

Encarei o homem por um tempo, Meredith não aceitaria isso, ela quase não aceitou o dinheiro para o táxi! Imagina pagar o curso dela!

- essa garota, ela não ia aceitar que eu paga-se - expliquei.

- sinto, mas...

- só se - o interrompi - eu pago, mas o senhor fala pra garota que ela tem bolsa.

- não entendi!

- pode falar que sei lá ela ganhou por qualquer coisa que tem haver com ela tocar na orquestra... Eu pago a mensalidade e qualquer coisa que ela precisar até o final do curso.

- isso é loucura - Richard Webber me olhou assustado.

- vai perder dinheiro? Só precisa falar qualquer coisa, pago os primeiros seis meses adiantados... - sorri de lado.

- não precisa... Vamos fazer o contrato... O senhor assina paga matrícula e a primeira mensalidade... Preciso dos dados dela completos.

- eu não tenho isso... Mas consigo - Taryn teria isso - aproveitando... Pode incluir nesse maravilhoso presente que ela ganhou um valor?

- não entendi - acho que o cara me achava louco.

- um valor, que vou mandar junto com a mensalidade e preciso que ela receba.... Pra ajudar nas despesas.

- você é algum louco ou coisa do tipo? - sua pergunta era real, acho que ninguém nunca fez algo assim, mas era mais fácil fazer isso.

- não! Sou advogado na verdade... Essa garota, ela tem um sonho, e as vezes precisamos de alguém que os incentive...

- ela é sua namorada?

- também não! Só uma amiga.... Meredith já teve muitas pessoas que a desanimaram, quero apenas que ela possa realizar um único sonho.

- ok! Vamos acertar todos os detalhes desse seu plano... Espero que dê certo.

- é só não falar que quem paga sou eu, se ela perguntar pode falar que é por ela tocar na orquestra, ou por que dentre os candidatos a bolsa fizeram um sorteio e ela ganhou... Só não pode contar a verdade.

- então a garota nunca vai saber? - ele questionou.

- talvez quando ela chegar ao final do curso - dei de ombros - por hora, ela pode achar que ganhou.

- preciso dos dados!

- me passa seu número, assim que conseguir mando tudo.

- ok.

🎻💻

Depois de sair da escola fui direto para a delegacia encontrar minha amiga, levei dois cafés, quando cheguei ela já estava a minha espera.

- tá atrasado - Taryn falou pegando o café.

- eu sei, fui resolver uma coisa importante.

- o que?

Contei para Helm todo o plano, e que precisava dela para conseguir os dados de Meredith.

- você tá transando com essa garota?

- não! Não mesmo, sai com ela no dia da festa, mas não rolou nada, a garota me falou da vida foda que tem... Que o único sonho que ela tem é estudar nessa escola.

- então vai lá e paga - ela bufou.

- depois do que falei, acha que ela aceitaria? - olhei para ela.

- não!

- então, eu só quero ajudar.... Não tô fazendo nada de mais.... Não tô querendo o mal.

- ok!


🎻💻

 

- tio? - Giulia chamou quando me viu passar na porta do quarto dela.

- oi Lili - voltei.

- o senhor tá um bagaço - lá comentou.

- tô sabendo! Não deveria estar dormindo? - perguntei.

- eu fingi para a Luna, queria te esperar - ela sorriu sapeca.

- o que aconteceu? - me aproximei tirando o terno que usava.

- uma menina da minha sala... Ela falou que minha mãe não me queria.

- que menina malvada - sentei na ponta da cama dela - sabe que sua mãe não teve escolha.

Abracei ela e a trouxe para perto, passei minha mão nos cabelos dela e beijei.

- uma pessoa malvada a matou... Não esqueça disso.

- um dia você vai casar? - ela mudou de assunto, achava engraçado como ela conseguia mudar de assunto tão rápido.

Ela levantou o rosto e mostrou um sorriso.

- não sei! Não tenho uma candidata - brinquei - só a Sam.

- a Sam não! - a careta dela foi tão engraçada, parecia que estava comendo fel.

- então é melhor só eu e você - sugeri.

- eu gosto... Mas acho que tem que arrumar uma namorada.

- quando ficou tão esperta?

- tio, eu tenho cinco anos e meio - ela bufou - eu sei das coisas.

- tô vendo - comecei a rir - hora de dormir... Eu vou sair... Luna tá na sala.

- tá bom! Eu vou dormir de verdade.

- bons sonhos pandinha.



🎻💻




  Vou deixar vocês falarem o que acham disso.

Dor e mi fa amorOnde histórias criam vida. Descubra agora