Dor e mi fa amor

8• Você vê ele?

Pov'Meredith.

- conta! Como foi o encontro com o bonitão - Cristina se jogou no sofá ao meu lado, eram duas da tarde e eu havia acabado de acordar, estava comendo cereal com leite.

- nada de mais - falei de boca cheia.

- como assim? Ele beija bem?

- não sei, ele não me beijou... Disse que só quer ser meu amigo - falei frustrada.

- como assim?

- deve ter sido por que eu comecei com "eu não vou transar com você" - mostrei um sorriso amarelo.

- que merda Meredith!!! - ela soltou indignada.

- eu sei! - enchi minha boca de cereal frustrada.

- vai sair outra vez?

- ele falou que vai me ligar... - contei - vou esperar... Você é uma amiga legal, acho que uma das melhores que tive - mudei de assunto.

- eu sou!!! - Cristina concordou.

- quer saber a história toda? - perguntei sem parar de comer.

- se quiser contar... Vou ouvir, amigos são pra isso.... Eu sei que se não contou antes e porque não se sentia pronta.

- acho que sim - suspirei, olhei para o lados.

Comecei uma narrativa sobre toda minha história, como fiz com Andrew, foi tão fácil falar pra ele, deveria ser com uma pessoa como Cristina que me ajudou tantas vezes, acho que se me perguntassem quem era minha melhor amiga, falaria que era ela sem pensar duas vezes.

Eu vi as expressão de surpresa, admiração, ela rir e me chamar de louca, foi bom falar, tão bom quanto pra Andrew, finalizei a história contando a parte que via Nick, ela me olhou como se fosse louca no início, mas não falou nada, falei tudo e que ainda o via até hoje.

- ele tá aqui agora? - seus olhos vagaram pela sala.

- não! As vezes ele some... Você acredita?

- sim! Tem muita coisa que não existe uma explicação... Por isso não falava?

- também! Mas também por que eu tenho uma dificuldade em confiar... Na verdade eu tenho medo de ser julgada - suspirei.

- bom!!! Eu não sou nenhum exemplo, então quem sou pra julgar? ...

- você é minha amiga, acho que a melhor que tive na vida - deitei minha cabeça no ombro dela.

- eu acho o mesmo - ela deitou a cabeça na minha - você é louca, mas não ir ver ele.

- e eu acho que vocês deveria levantar... Dia de faxina - Izzie falou aparecendo na nossa frente.

- sem faxina - Cristina pediu.

- nem pensar, é o único dia no mês todo que estão todos em casa, então faxina.... Alex, jo, George.

- ela ataca novamente - jo murmurou saindo da cozinha.

- mas ela tem razão, essa casa ta um lixo... - murmurei.

- sim! E no final da semana é aniversário do George, se a casa já tiver limpa vai ser melhor.

- melhor pra que? - Alex desceu - vai sujar de novo.

- pra isso não virar um chiqueiro.

Izzie não era a mais velha dois seis, mas era a mais responsável, era a boa cozinheira, meio mãezona de todos, ela era formada em administração, trabalhava em uma multinacional, ganhava bem, mas acabou morando com o ex namorado, no caso Alex, o que eu bem engraçado, já que agora ele namora Josephine que estuda medicina.

Já Alex está fazendo internato de medicina, assim como George, foi assim que os dois se conheceram.

A maior parte do tempo aquela casa era cheia, fora os seis moradores ainda tinha nossos outros amigos, como Owen que era o amigo de sexo de Cristina.

A faxina era resumida aos cômodos de baixo, sala, cozinha e banheiro, o banheiro social do andar de cima e a área externa, os quartos cada um cuidava do seu, depois de ajudar eles a limpar tudo, subi para meu quarto e decidi limpar ali também, por que não tava tão bom.

🎻💻

No final do dia me enfiei em um pijama e fui assistir um filme no notebook, olhei a tela do celular, nenhuma ligação de Andrew, acabei pegando no sono, quando acordei já estava amanhecendo, desliguei o aparelho e puxei o cobertor para cobrir meu rosto, dormi novamente.

Essa semana seria tranquila e chata, não teríamos ensaio, mas fazia isso todos os dias, então depois do café peguei meu violino e comecei a tocar, era uma música nova.

*Sinto falta de quando tocava pra mim*

- eu ainda toco - murmurei.

*mas não a música que fez pra mim*

- não quero chorar - baixei o violino.

*Você contou pra ela finalmente, eu falei que a yang não ia surtar*

Olhei pra Nick e sorri.

Eu sentia falta dele, acho que não do jeito certo, por que eu o via todos os dias, mas sentia falta de abraçar.

- queria te abraçar - confessei.

*Eu também, sinto falta do cheiro do seu perfume... Ainda lembro, almíscar e frésia*

Ele inalou como se fosse capaz de sentir.

- você lembra!

*Será que o italiano vai ligar?*

- não sei! Mas não importa - voltei a ajeitar o violino e comecei a tocar a música que compus para Nick.

*Obrigado*

🎻💻

Era terça feira e eu estava quase gritando de tanto tédio, as semana sem ensaio eram as piores, eu não saia de casa pra nada, a não ser que fosse muito necessário, passava o dia todo tocando e e irritando quem estivesse em casa, só me controlava quando os garotos chegavam cansados do hospital.

🎻💻

Na quarta, cinco dias depois de conhecer Andrew, corrigindo: reencontrar ele, finalmente meu celular tocou, era um número novo, respirei fundo e atendi.

Ligação on.

- alô!

- Meredith, boa tarde - era a voz rouca de Andrew - é o Andrew!

- oi Andrew... Tudo bem?

- sim! Desculpa demorar pra ligar, semana tá corrida.

- não tem problema!

- eu queria te chamar pra sair na sexta!

- é, eu não posso - falei sem jeito.

- ahhh... Tudo bem.

- é aniversário do George... Um dos garotos que mora aqui na casa, combinamos de fazer uma festa... - expliquei.

- entendi.

- você poderia vir, não é nenhum evento com músicos tocando música clássica, champanhe e caviar... Mas vai ter cerveja.

- você me chama de riquinho, até sem me chamar - ele estava rindo.

- mas você é! - afirmei - você vem?

- claro... Vou levar mais bebida!!! O que gosta?

- tequila... Mas não precisa.

- se eu levar um vale presente? Ele vai gostar? - Andrew ignorou o que falei.

- se for de uma loja de vídeo game sim - concordei.

- certo!!! Então te vejo sexta às???

- nove! - respondi.

- então até sexta às nove.

- até.

Ligação off.

🎻💻

  Ela contou!!! E a yang não surtou.