Dor e mi fa amor

66• presente atrasado.

Pov'Meredith.

Por recomendação médica teria que evitar esforços, cuidados básicos como não carregar peso, fazer exercícios físicos, o que incluía sexo, ele foi bem específico nessa parte, faria qualquer coisa para que meu bebê ficasse bem, por fora isso tudo normal, significava que podia tocar, então sentei ao piano, o som que se espalhava pelo escritório me dava uma sensação boa, a música que compus para Andrew enchia o ambiente, toda vez que tocava lembrava do nosso início, do quanto ele foi protetor e paciente, do modo que sempre tentou ser cuidadoso.

- adoro quando chego em casa e a primeira coisa que ouço é você tocar.

- achei que a essa altura você já teria enjoado - falei só de brincadeira.

- não mesmo, me faz lembrar de quando vinha ensaiar... E por falar em ensaiar você tem visita.

- quem? - parei de tocar.

- Gabriela... Está na sala - Andrew pegou minha mão e me ajudou a levantar - como está se sentindo?

- ótima, e você? - perguntei.

- ótimo - ele riu logo depois de deu um beijo suave.

Saímos juntos do escritório, Gabriela estava de pé no meio da sala, seu sorriso se abriu ao me ver.

- vou subir - Andrew falou e seguiu para as escadas.

- menina - a mulher veio em minha direção e me abraçou - viajo por alguns dias e volto sabendo o que aconteceu.

- foi só um susto, estou bem agora.

- é verdade que está grávida? - ela perguntou.

- sim! - concordei.

- isso é uma ótima notícia - ganhei outro abraço.

- é sim, senta, conta como foi a viagem - murmurei sentando, Gabriela me imitou sentando na minha frente.

- foi tranquila, Sam decidiu ficar definitivamente em Londres, o apartamento dela é encantador, mas ainda prefiro São Francisco.

Ainda não era fã de Sam, mas sempre ouvia as histórias de Gabriela, tentava separar a louca que me atacou da filha da minha amiga, e com tanto que ela ficasse bem longe de mim, era fácil fazer isso.

- não julgo, eu amo São Francisco - falei rindo.

- também vim te contar que em um mês e meio será aniversário de casamento de uma amiga e quero que toque.

- vai ser um prazer... Só preciso ter certeza que até lá vou poder... O médico me mandou repousar, para o bem do bebê.

- claro, eu entenderei se não puder... Lhe trouxe um presente de Londres - Gabriela levantou e pegou a sacola sobre a poltrona - quando vi pensei em você - ela voltou a sentar e me entregou.

Abri a sacola de papelão de uma marca famosa, tirei peguei a caixa que me parecia ser de sapato, a abri e me deparei com um par de botas de couro, com saltos grossos, ela tinha fivelas nas laterais, era linda.

- nossa, eu amei... - as devolvi a caixa e dei um abraço em Gabriela - obrigado...

- por nada, gosto de você, mas já sabe disso.

- eu sei... Também gosto de você - falei de coração - eu amei demais meu presente.

- quando souber o sexo do bebê tratei o dele.

- tudo bem.

Continuei conversando com Gabriela por um tempo, ela contou mais sobre a viagem e outras coisas, depois se despediu, subi segurando meu presente, Andrew estava sentado na poltrona mexendo no celular.

- o que ganhou?

- um par de botas - falei deixando a sacola sobre a mesa e indo sentar no colo dele, Andrew deixou o celular sobre a mesinha e me recebeu em seus braços.

- Gabriela sempre lembra de você quando viaja - Ele comentou enquanto tirava meus cabelos do meu ombro.

- sempre, ela é uma boa amiga.

- isso por que não gostava de ricos, esnobes - Andrew comentou rindo.

- ainda não gosto, mas de vocês eu gosto - respondi.

- por falar em "vocês" o que acha de uma festinha? Daqui alguns dias, para comemorar o nosso filho que vai chegar?

- podemos esperar ter certeza que tá tudo bem? E talvez até saber o sexo? Assim seus amigos ricos podem trazer presentes - sugeri.

- você manda amor - Andrew me deu um beijo na bochecha - mas hoje eu quero te dar seu presente, o que... Era para ter te dado no nosso aniversário.

- tinha esquecido disso - falei já levantando - tá aqui?

- lá na frente - ele falou me deixando mais curiosa.

- então é grande? - peguei a mão dele o puxando para fora do quarto.

- bastante...

- o que é? - perguntei descendo as escadas devagar.

- vai já descobrir - Andrew parecia animado - agora mais do que nunca acho que vai ser bom ter ele...

- ele? O que é? - parei de andar e olhei meu marido.

- aqui - Andrew enfiou a mão no bolso, tirou dele algo então balançou na minha frente, me pareceu ser a chave de um carro.

- é uma chave?

- sim! - ele concordou - assim não precisa andar de táxi.

- amor... Isso deve ter custado uma nota - reclamei.

- não importa, percebi que deveria ter feito isso antes, se tivesse te dado o carro antes, você não teria que ficar me esperando sozinha... Sua segurança e bem estar é o mais importante.

- obrigado - abracei ele, não dava nem pra reclamar quando Andrew falava daquele modo - obrigado mesmo.

- só quero que você seja feliz e fique segura... - Andrew me deu um beijo carinhoso - vem olhar.

Ele abriu a porta e me deixou sair primeiro, fiquei congelada olhando o carro, era lindo um Audi azul.

- eu adorei, nossa.... Ele é lindo amor.

- o que acha de levar seu marido para dar uma volta?

- hum - fingi pensar - aceita uma carona advogado bonitão?

- se for com você, pode apostar que sim.

- vem - peguei a mão de Andrew e o puxei para ao carro - o que acha de ir visitar meus amigos e mostrar meu carro novo pra eles?

- promete que depois vai ficar na cama descansando?

- prometo... E o médico pediu para não fazer força, dirigir um carro automático não é fazer força - falei.

- certo - Andrew abriu a porta para mim.

- caramba - arfei ao ver ele por dentro, não queria nem perguntar quanto custou aquele carro.

- sabia que iria gostar - Andrew falou sentando no banco do carona.

- ele é simplesmente um espetáculo... Se eu não tivesse evitando esforço estrearia ele transando com você.

- isso foi muito específico - sua risada encheu o carro - vamos ter muitas oportunidades.

- pode apostar que sim - concordei dando partida no carro.

🎻💻

  Oii humanos, sentiram saudades?