Cap 45

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O primeiro dia de evento em Paris, foi marcado com um desfile das principais marcas da alta joalheria, entre elas, a Simon & Martin e a Miller estavam presentes. Eu particularmente nunca liguei muito para desfiles de moda, embora reconheça a importância delas para minha área de atuação, mas para mim, é entediante, e apenas observo com cara de paisagem esperando o momento oportuno para ir embora. Sarah estava ao lado da garota nova, tudo bem que devo admitir que olhando um pouco melhor, ela é bonita, bem bonita na verdade. Eu estava do lado oposto dela e de Thomas que conversavam animados sobre o desfile, Sarah tinha um sorriso bonito, e seus dentes perfeitamente brancos se destacavam ainda mais com o batom vermelho que ela usava.

Assim que o desfile foi encerrado, eu pedi um táxi e voltei para o hotel. Liguei para Lara e resolvi algumas pendências, o trabalho parecia nunca acabar, e eu estava adiantando o máximo que podia, mesmo longe da empresa. Eu pedi o meu jantar no quarto, e em meio a algumas taças de vinho, eu me perguntava o porquê de não conseguir simplesmente esquecer o que vivi ao lado da Sarah, ela continuava ainda sendo o meu primeiro e último pensamento do dia, e todas as vezes em que achei que o que sentia por ela não era mais relevante, ela aparecia na minha frente e tudo mudava novamente.

Eu abri a janela do quarto e encarei a torre iluminada, um sorriso triste surgiu ao me dar conta do quanto me sentia frustrada em relação a Sarah, e do que ainda sentia por ela. Encarei o meu celular em cima da cama, ao receber fotos de Júlia e Adam no jantar especial em família, e peguei o aparelho em minhas mãos. Sim, eu tinha apagado o número da Sarah da minha agenda, mas não tinha apagado da minha memória. Com as mãos suadas, e completamente motivada pelo álcool, digitei trêmula o número dela sem ter a certeza de que estava ligando para o número certo, e após o terceiro toque, ouvi sua voz aumentando ainda mais a minha ansiedade.

— Mari... — O nervosismo quase me paralisou por saber que eu estava fazendo uma loucura dessas. Ela parecia estar em um lugar movimentado, um restaurante talvez? Não faço ideia.

— Sarah. — Disse enquanto ela me ouvia em silêncio. — Eu preciso dizer que te odeio. Eu te odeio, e me odeio por todo esse tempo não conseguir esquecer você por um só segundo, eu não suporto ter que admitir que penso todos os dias em passar por cima de tudo o que aconteceu só para ter você novamente. Eu amo você, e só queria que você estivesse aqui...

— Onde você está? — Eu levei a mão à cabeça vendo a besteira que estava fazendo, e soltei um suspiro.

— Olha, eu... eu bebi e... olha, me desculpa. — Eu desliguei o celular e o arremessei em cima da cama.

Eu tomei o resto que sobrou na garrafa, e fui para o banho tentar relaxar um pouco antes de dormir. Eu já tinha feito coisas demais das quais eu ia com certeza me arrepender no dia seguinte, e nem sei como encarar a Sarah no próximo evento dentro de algumas horas. Eu apaguei as luzes do quarto depois de me vestir, e fiquei deitada na cama até ouvir batidas leves na porta. Me levantei, e abri a porta tendo a bela visão dela à minha frente vestida com as mesmas roupas que estava no desfile. Encarei seus olhos brilhantes realçando sua íris acinzentada, e por um instante eu perdi a fala.

— Você disse que queria que eu estivesse aqui, e...

Eu nem permiti que ela terminasse de falar, e sem que ela esperasse, eu me aproximei e a beijei. Minha mão direita deslizou por entre seus cabelos avermelhados e ela mordeu meu lábio olhando nos meus olhos. Sem que nenhuma palavra fosse dita, eu puxei rapidamente minha roupa vendo ela trancar a porta. Ela pressionou os seus lábios contra os meus e me empurrou contra a parede. Ela chupou a lateral do meu pescoço e deixei um gemido escapar ao sentir uma pressão um pouco mais forte.

Sarah me empurrou contra a cama e tirou suas próprias roupas com pressa. Ela voltou a me beijar enquanto sua mão deslizava pelo meu corpo, senti seus dedos dentro de mim sem qualquer delicadeza e rebolei desesperada por mais. Eu já não controlava mais minha própria respiração, nossos beijos eram a cada instante mais intensos, e eu não posso negar o quanto sentia falta disso.

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