Cap 30

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Eu passei o caminho todo provocando-a o máximo que pude. Confesso que o vinho mexe com a minha libido de uma forma, que mal posso me controlar. Desci do carro com pressa, seguindo até a biblioteca, eu amava as nossas sessões, e embora a minha pele ainda esteja sensível, eu já me sinto pronta para outra. Ouvi seus saltos e me virei, encarando o seu sorriso sarcástico, a porta de acesso a adega estava trancada.

— Abre. — Pedi.

Ela se aproximou e agarrou minha cintura sem desgrudar os olhos dos meus. Eu a beijei levando as mãos ao seu corpo delicioso, ansiosa por mais dela. Sarah se afastou e tocou meu queixo com firmeza, seu olhar escurecido parecia se divertir com a minha impaciência. Ela se virou e saiu, e eu continuei por alguns minutos parada sem conseguir entender, indo atrás dela em seguida.

— Sarah. — Ela estava indo em direção ao seu quarto, e eu a segui. — A gente não vai para o quartinho de torturas? — Ela entrou e se virou para mim, enquanto tirava suas jóias e os sapatos concentrada.

— Não. — Eu olhei para ela sem acreditar.

— Mas que diabos? Por que não? — Ela caminhou calmamente até onde eu estava, e sorriu se divertindo com meus questionamentos.

— Você bebeu demais esta noite, dessa forma fica impossível que você tenha controle sobre os seus limites da mesma forma que teria se estivesse sóbria. — Eu fiquei em silêncio e tirei o vestido sendo monitorada por seu olhar, deixando-a sozinha enquanto ia para o banho.

A água morna batia sobre os meus ombros tentando me relaxar, nesse momento o meu humor já não era dos melhores. Senti o seu corpo quente encostar no meu, e seus lábios beijarem minha nuca em uma lentidão deliciosa. Sua mão deslizou até o meu seio apertando-o, descendo para a minha barriga e me empurrando contra a parede. Eu me sentia frustrada, embora não pudesse negar o quanto eu a queria mesmo que as coisas não fossem como eu as havia idealizado.

Depois do nosso banho, eu me deitei ao seu lado. Sarah acariciava os meus cabelos úmidos enquanto me explicava seus planos para a nossa próxima viagem a trabalho. Ouvi meu celular tocar e me sentei na cama encarando a tela, era a segunda chamada perdida da Paula. Não demorou muito, algumas mensagens da Paula e Júlia também surgiram, me fazendo ter quase certeza que a matéria já foi publicada.

— É Paula... Será que já é a matéria? — Sarah pegou o ipad dela e acessou rapidamente colocando entre nós para lermos juntas.

"Em breve entrevista após ser fotografada com a poderosa CEO da Miller company group, a bilionária Sarah Miller, Marília Fontes confessou que o noivado com a vocalista da banda club100, Paula Lima, na verdade nunca existiu. "Tudo não passou de um grande mal entendido que fico feliz em ter a oportunidade de agora esclarecer"...
O que elas viveram, foi algo que Marília denominou como "relacionamento aberto", proposto pela própria cantora, mas que já chegou ao fim...
Sobre o coração, Marília confessou estar vivendo a melhor fase de sua vida, sem dar maiores esclarecimentos sobre o provável relacionamento com a empresária."

A matéria estava impecável, as fotos estavam incríveis, e revelavam a minha cara de boba apaixonada ao lado dela. Eu tinha um sorriso largo, e meus olhos pareciam brilhantes daquele ângulo. Meu vestido azul me tornava um pouco mais angelical, o que encaixava perfeitamente com o semblante sério da minha sádica favorita. Eu particularmente amei a foto em que eu a beijei, ficou totalmente espontâneo, porque embora nós tivéssemos combinado algumas coisas, a orquestra e as flores me pegaram completamente de surpresa.

Eu precisei atender a Júlia, ela estava em êxtase após ler a matéria, e feliz por finalmente o meu relacionamento com a Paula ter chegado ao fim. Minha amiga disse que a Paula não demorou a aparecer, tocou a campainha algumas vezes e só foi embora após ter a certeza de que eu não estava em casa. Me despedi da Júlia, e desliguei o celular para ter um pouco de paz.

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