14- Início do Eclipse

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- Estou tão nervosa quanto um passarinho que vi hoje cedo - diz Aurora e James pergunta:

- Como sabe que o pássaro estava nervoso?

- Ele estava rodeando o ninho dele sem parar. Uma gracinha. Vou ver se consigo adotar um passarinho para mim.

- Não se preocupe. Não acho que essa será a última vez que teremos de fazer isso - fala Lucas.

- Deveriam encarar isso como uma canção - diz Kristopher, tranquilamente - ajam de acordo com o ritmo.

- No momento, o ritmo não é do meu agrado - Aurora resmunga, segurando sua correntinha - sinto que há milhares de instrumentos sendo tocados de uma só vez e nenhum deles está dentro de ritmo algum.

- Tudo o que precisaremos fazer é acenar e fingir que estamos gostando disso - reclama James.

- Você tem razão. Não é nada demais - diz Diana - nada demais. Só vamos todos passar por duas cidades inteiras todos juntos - abre um sorriso falso - duas famílias que têm um histórico péssimo juntas passando por suas cidades. Ótimo. Não é nada demais.

- Posicionem-se. Em menos de um minuto adentraremos Aruna - grita Jade de uma distância razoável deles.

James e Kristopher dão alguns passos à frente, ficando um ao lado do outro. Lucas e Diana vão logo atrás deles, também ficando um ao lado do outro e, atrás deles, posicionam-se Aurora e Álix. Os reis de Mahina e Aruna pediram que seus filhos se misturem entre si ao se posicionarem para que os cidadãos realmente vejam que já não há mais motivo algum para se preocuparem.

Passam por baixo de um túnel decorado com flores e plantas e, assim que a carruagem saísse debaixo dele, adentrarão a cidade, onde todos os cidadãos estarão esperando-os para os saludar.

Kristopher e James, lado a lado, entreolham-se assentindo, indicando que estão preparados para o que está por vir.

Ao notar que estão um tanto próximos um do outro, Diana dá um passo para o lado oposto, para que haja mais espaço entre ela e o príncipe de Aruna.

- Não consegue permanecer ao meu lado sem que fique nervosa?

- De novo isso? Não estou nervosa, quero apenas distância de você.

- Escute-me bem - diz, olhando-a e fazendo com que ela também o olhe - nossas famílias se resolveram e, goste você ou não, nos veremos com muito mais frequência agora. Está nas suas mãos se nossos dias daqui em diante serão como passeios no paraíso ou milênios no inferno - volta a sua posição e ajeita a postura, olhando para frente.

Diana suspira e revira os olhos. Contra sua vontade, mas a fim de demonstrar que Lucas não é mais maduro que ela, dá um passo para ficar mais perto dele, exatamente onde deveria estar de acordo com as marcações no chão feitas por Jade.

Todas as pessoas da cidade estão enfileiradas, fazendo com que uma grande fila seja gerada, abrindo um enorme corredor no meio dela para dar espaço ao veículo.

No começo do passeio, todos estavam um pouco incomodados, por nunca terem feito algo deste estilo antes. Porém, depois de um pequeno período de tempo e quando começam a avistar pessoas conhecidas, sentem-se mais relaxados e em uma situação mais confortável.

(...)

Chegam em Mahina depois de algumas horas de viagem e, como o Sol já havia se posto há alguns minutos, os cidadãos começam a acender os lampiões da cidade, deixando-a toda iluminada e incrivelmente bonita.

No trajeto, Diana pôde ver vários de seus amigos da cidade – com os quais se vinculou por conta dos passeios semanais que costuma fazer sozinha para verificar se tudo está certo por ali e se alguém precisa de algo. Sempre que avista-os, ela acena e eles jogam ainda mais confetes para o alto em homenagem aos reinos.

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