O Sol e a Lua.
Mesmo que um apareça apenas na ausência do outro, eles continuam tendo uma conexão inabalável e inexplicável.
Esta história é sobre um outro Sol e uma outra Lua. Astros os quais, ainda que tenham uma imensa conexão, acabam sendo separ...
Alguns costumam dizer que o futuro já está escrito e que fora minuciosamente trilhado e direcionado ao sentido no qual ele deve seguir para que os fatos e acontecimentos tomem seu determinado rumo. Se é assim, por que tão complicado? Por que os momentos entre o início e o fim devem ser vividos e experienciados se, após um tempo indeterminado, as almas que contribuíram com as diversas e variadas histórias já não estarão mais ali presentes?
A sorte de Plicese era que grande parte de sua população não pensava desta maneira. Era do costume de todos acreditar que o futuro havia sido escrito há milhares e trilhares de anos, afinal, certas poções, livros encantados, magias e antigas escrituras davam a entender que cada passo dado e cada palavra dita havia sido prevista e calculada para que acontecimentos futuros que tivessem mais relevância ocorressem.
Tais livros e escrituras fizeram com que os moradores do tão grande e vangloriado reino se dedicassem e aproveitassem cada segundo mais, para que a rota do destino não fosse mudada, estando cientes de que suas participações os levariam a ter um futuro triunfante.
Foi um imenso desapontamento e desespero para os cidadãos quando surgiram boatos de que estavam havendo conflitos entre as famílias reais que habitavam o castelo e comandavam todo o lugar, pois, mesmo que suas crenças fossem de que tudo o que acontecia tinha um motivo, era de se estranhar que um local tão harmonioso quanto Plicese tivesse intrigas em seu reinado, especialmente levando-se em consideração que as ordens e comandos eram todos discutidos antes de anunciados para as pessoas que não fizessem parte de nenhuma das famílias reais e que mesmo a relação entre a realeza e a população era de livre e aberta comunicação.
Após tais aterrorizantes notícias serem confirmadas, a única que conseguia manter as esperanças dos cidadãos altas era a Floresta Evanora, a qual era a fonte de todos os feitiços, poções e tão famosas escrituras nas quais todos costumavam depositar sua confiança.
Variadas espécies de seres mitológicos e criaturas mágicas ocupavam a nomeada floresta e, ainda que não fossem da mesma natureza que os seres humanos, a relação estabelecida entre os reinos era muito agradável, considerando que não havia desvantagem alguma entre eles.
Mesmo que Plicese fosse comandada por duas famílias reais, não era de se esperar que houvessem conflitos entre elas, dado que o reino funcionava desta forma há milhares de séculos e continuava sempre crescendo e se aflorando gradualmente.
As reações da população foram de muito maior espanto no decorrer do tempo, quando passaram a ver e ouvir com cada vez mais frequência toda a nobreza se afundando em termos de relacionamentos entre si. Todo o respeito que costumavam proclamar e demonstrar ter uns com os outros, foi se desfazendo, assim como o reino, eventualmente.
Após um determinado período de tempo, não havia sobrado nem mesmo ruínas da antiga Plicese. O antigo e dito harmonioso reino era lembrado apenas pelos velhos cidadãos que nela antes se abrigavam e que a utilizavam como histórias de ninar para que seus filhos adormecessem todas as noites.
A este ponto, ainda que continuassem com fortes laços entre si, nem mesmo a Floresta Evanora e seus integrantes tinham a capacidade de colaborar com os antigos moradores do tão adorado reino.
Alguns anos mais se passaram e não ouvia-se dizer mais sobre a que outrora chegara a existir. Não falava-se dela, não por conta de proibições ou leis, mas porque ela havia sido esquecida por todos os ancestrais dos que uma vez chegaram a presenciar o reino e as pessoas que colaboraram com o próprio já não estavam mais presentes para prosseguir contando histórias, fazendo com que praticamente mais ninguém soubesse sobre a existência da engrandecida Plicese.
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Mapa Onde a História se Passa:
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