40- Dança Astronômica

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- Acha que já vamos embora? - questiona Diana, cansada, apoiada sobre o ombro de seu irmão.

- Vai demorar um pouco ainda, mamãe está conversando com as famílias reais da maioria dos reinos que estão aqui e há várias horas de baile ainda.

- Mas já é noite e consigo ouvir minha cama me chamando daqui de Aisha.

- Por que não vai dar uma volta na praia enquanto espero aqui?

- Essa é uma ótima ideia, na verdade - Diana abre um pequeno sorriso e se dirige à saída lateral, que é cercada por pilares enormes – um deles sendo aquele em que Jade a puxara para o canto do salão para ameaçá-la.

Passa pelas gigantes pilastras e dali já consegue ver o oceano: as ondas se quebrando uma após a outra, a areia sendo arrastada pela maré para frente e para trás na calmaria da noite, quando já não há mais pessoas querendo surfar ou colecionar conchas.

Dá alguns passos e toda a faladeira do salão passa a ficar cada vez mais baixa até que pareça que fora levada junto à suave brisa que passa por ali.

Agora, Diana segue dando curtos passos para frente, respirando fundo ao aproveitar ao máximo a visão que tem, dado que não costuma ir com muita frequência para Aisha.

Põe-se a imaginar o que acontecerá caso Kristopher ganhe o jogo psicótico e lidere o reino junto a Mia. Diana poderá apreciar essa visão sempre que quiser, o que, para ela, já é um ponto extremamente relevante e que, se pudesse, conversaria com Mia para que ela acrescentasse em sua lista de prós e contras de cada um dos rapazes. Mas então se lembra de que sua visão diária não é um ponto importante para ninguém além de si mesma e descarta essa ideia.

Diana fecha os olhos e inclina a cabeça para cima, respirando fundo enquanto aprecia a paz que sente. Agradece sua mente por colocar uma trilha sonora em um momento tão especial. Ela passa a ouvir melodias serenas tocadas por teclas de piano que, de tão belas, passam a ser sua nova música favorita.

Abre os olhos ao se dar conta de que não está imaginando a canção e que ela de fato está ressoando por todo o lugar, menos dentro do salão, onde a música deveria estar.

Volta para trás e coloca apenas a cabeça para dentro do enorme cômodo onde acontece o baile, notando que lá dentro há violinistas tocando canções acompanhados por guitarristas e bateristas. Porém, mesmo com tantas pessoas, a canção reproduzida por eles não chega aos pés da tocada do lado de fora do palácio.

Diana sai dali antes que sua mãe consiga a ver e a repreenda e volta para o local em que estava ouvindo as melodias encantadoras, esperando ouvir mais delas.

Ao chegar ali, volta a escutá-la e segue o caminho que as notas musicais tomam para descobrir quem é a pessoa cujas mãos são mágicas ao ponto de fazer consonâncias como essas saírem tão facilmente de um piano quando deve ser uma das coisas mais difíceis pela sonoridade tão perfeita que é projetada.

Passa por mais alguns dos pilares até uma das laterais do palácio, onde encontra uma trilha de pedras que a guiam até uma escada, na qual no topo há uma espécie de pequeno jardim colado à lateral do castelo. Ele tem pequenos bancos também de pedra e não tem saída, por essa ser tampada por árvores e plantas. Olhando para o lado, Diana ainda tem uma ótima visão da praia, sendo coberta apenas a lateral esquerda por conta dos galhos e plantas que caem por ali.

Ainda que seja escuro, o lugar tem postes de luz que estão ligados, projetando cores brancas amareladas para os lados.

No centro do miúdo jardim há um piano do qual as harmonias saem. Atrás do instrumento, Lucas está sentado no banco apertando teclas, as quais formam a tão linda melodia ouvida pela princesa.

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