17- Encantamento Lilás

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- Fez tudo isso só por saber que eu gosto da floresta?

- Eu te alertei ontem de que nós dois ganharíamos de qualquer forma - um espesso sorriso de lado se forma em seu rosto.

- Bom... - sem saber o que dizer, Diana coloca a flor que antes ocupava ambas suas mãos apenas em uma delas e a ajeita com a outra - obrigada - deixa que um pequeno sorriso se forme em seus lábios, expressando sua gratidão.

- Não tem de quê - ele responde sem deixar que seus olhos se desviem dos dela.

Permanecem assim por alguns instantes, sem saber como agir ou o que dizer.

As luzes, que são fruto de plantas e arredores da Floresta Evanora, os circundam sem parar, refletindo diversas das suas cores neles, na água e em suas proximidades. Dentro do pouco tempo em que estão no lago, o sol desapareceu ligeiramente, abandonando-os com a escuridão da noite e trocando de turno com a lua, que ilumina-os com seus reflexos que batem na água. Tudo o que ambos podem ver são as estrelas acima de si – muitas das quais também fizeram companhia a Lucas na noite anterior, enquanto ele construía a canoa e arrumava o lugar – e as folhas das árvores que são contornadas pelos raios coloridos e fecham os limites da infinidade que pode ser alcançada pelos olhos do príncipe e da princesa.

De repente, a canoa sofre um forte impacto e afasta parte da água que a cerca, consequentemente, distraindo-os por quase caírem dali.

- O que foi isso? - questiona Diana, guardando a pequena flor dentro do bolso de seu vestido – o qual é escondido na saia do mesmo – e olhando ao redor.

- Não faço ideia, mas acredito que seja melhor nos aproximarmos da superfície - responde o loiro e põe-se a remar.

Brevemente, sentem uma segunda batida e depois outra e logo outra mais, todas vindas de diferentes direções e agredindo o barco violentamente, assustando-os cada instante mais. O maior de seus problemas é o fato de o Lago Luzido ser um tanto grande e eles estarem em seu centro, o que os impossibilita de saírem dali mais ligeiramente.

Lucas rema o mais rápido que pode e, ainda assim, tem a impressão de que não está saindo do lugar, o que se deve à questão de realmente não estar se movendo. Desesperadamente e tentando desviar do que está sendo atirado em direção a eles, o príncipe questiona:

- O que está havendo? Por que não estamos nos movendo? - tenta olhar em volta, abaixando a cabeça e o tronco.

- Já li sobre isso. Estamos no Lago Luzido, não? Há sereias aqui, é a casa delas. Devem estar segurando a canoa - diz, colocando as mãos ao redor da cabeça e levantando.

- Sereias? Por que se levantou? Só vai fazer com que o barco caia mais facilmente - questiona, deitando-se de costas enquanto apoia-se em um dos bancos, pegando um dos remos e batendo na parte de baixo do barco para tentar fazer com que as criaturas mágicas soltem-nos.

- O fato de eu estar de pé não fará com que caiamos mais rapidamente. Temos que fazer algo para que parem de atirar, senão afundaremos!

- Ficar de pé não fará com que eles parem de atirar, fará com que você seja o novo alvo deles - ao terminar de se pronunciar, vê o remo em uma de suas mãos ser quebrado em milhões de pedacinhos. Portanto, pega o outro e faz o mesmo que fazia com o anterior.

- Exatamente, gênio! Se atirarem em mim, não atirarão na canoa, então não afundaremos.

- Não sabe ao menos o que estão jogando em você. Deixe de besteiras e abaixe de uma vez! - o segundo remo é puxado para baixo e engolido mais rápido do que se estivesse no espaço sendo sugado por um buraco negro.

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