29- Alianças Por Anéis

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- Espere, espere! - cochicha - enrosquei meu pé! - reclama Aurora, tentando desenroscar a perna de alguns galhos.

- Venha logo, antes que meus pais e seus tios cheguem! - murmura Diana, virando-se para segurar o braço da princesa e ajudá-la a se soltar.

Ao enfim tirar o pé de dentro do arbusto, a loira diz:

- Acho que rasguei uma parte do seu vestido, mas você não se incomoda, certo? Depois peço para que meus tios te presenteiem outro.

- Não tem problema, só vamos rápido, por favor.

- Certo - assente com a cabeça e volta a andar atrás de Diana - espere - segura o braço dela - estou bonita? Não posso chegar na casa dele com o vestido rasgado.

- Você está linda. O vestido não rasgou.

- Ótimo, vamos.

- E não acho que você deva se preocupar tanto assim com o que ele pensa. Ele deve gostar de você por quem você é, independentemente de suas roupas estarem rasgadas ou não.

- Ele provavelmente as rasgará mais tarde mesmo - murmura Aurora para si mesma, dando de ombros. Diana apenas ignora o comentário e prossegue:

- Além do mais, você tem que se olhar com o valor que tem. Fala sério, você é uma princesa! E o que ele é?

- Vamos, Diana, está me atrasando - empurra o braço dela, direcionando-a a ir para frente - e, só para constar, não preciso de validação masculina - faz uma careta de desgosto, colocando a língua para fora - eca.

O sol se põe numa velocidade perigosamente rápida, considerando que Aurora planejava sair do castelo o tendo ainda em vista e chegar na casa de Erick, a qual não é tão longe do reino, antes que o astro já não pudesse mais ser visto. Entretanto, pelo tempo que ela tomou para terminar de se ajeitar, seu cronograma mental acabou se atrasando.

- Não vou mais te acompanhar a partir de aqui. Seguindo este caminho - a princesa dos cabelos escuros aponta - você sairá e encontrará portões, mas os guardas de lá são amigos meus, então se você disser a eles que eu que te mandei por aqui, eles abrirão a passagem, senão, tudo o que precisa dizer é "portas gêmeas" e eles deixarão que passe.

- "Portas gêmeas"? Por quê?

- Menos perguntas, mais ação. Vá.

- Tudo bem - ainda seguindo o caminho de pedras, se vira para trás e comenta - é muito legal saber que tem uma passagem secreta para a cidade no seu jardim. Você deve usá-la bastante, não?

- Quase todos os dias de manhã.

- De manhã? - faz uma careta e vira-se para frente, fazendo um comentário para si mesma - tenho que ensiná-la a viver urgentemente.

Ainda que a escuridão comece a invadir seus olhos e arredores, Aurora tem uma bela visão do caminho, porque há lampiões espalhados por todos os lados: ao redor das plantas, juntos das árvores, em torno de flores e presos em grandes postes de luz. A maioria deles são brancos amarelados, e os outros são junções e variações das duas cores. Além da presença das estrelas no céu, que estão tão radiantes quanto em qualquer outra noite que a princesa vai visitar Erick.

Ao avistar os portões mencionados por Diana, ela acelera o passo até que esteja à frente deles, encontrando também os guardas que sabia que estariam ali.

- Portas gêmeas! - a princesa joga as mãos para os lados, empolgada, balançando-as como se dançasse jazz, e os dois se viram para ela, ainda separados pelo portão, confusos. Percebendo que eles não entenderam o que ela disse, ela continua, mais seriamente após limpar a garganta - podem me deixar passar, por favor?

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